PAIS & FILHOS NA DVM E NO DMAE


            O comentário do Superintendente de Operações, o Engº Souto, numa reunião com o pessoal da manutenção, dizendo que a DVM se caracteriza por ser o único lugar do DMAE onde os funcionários praticamente não mudam de local de trabalho ao longo de toda a vida profissional, onde as mesmas pessoas acabam convivendo por décadas consecutivas, devido às especificidades técnicas dos ofícios e cargos que só existem na Manutenção, me chamou a atenção para esta peculiaridade que até então tinha me passado despercebida.

            Talvez, então, seja devido às especificidades de cargos como os de soldador, fresador, eletromecânico, montador, técnico industrial, etc., que são restritos da DVM e que propiciam uma longa vivência conjunta é que resulta a sensação de “Grande Família” entre os funcionários da Divisão. Naturalmente que com todas as naturais brigas e intrigas, causos folclóricos e grandes gestos de companheirismo e solidariedade que constituem a memória coletiva do grupo funcional da manutenção, a qual procuro resgatar através das crônicas deste blog.

             Para melhor visualizar quantitativamente esta realidade sociológica característica do nosso ambiente de trabalho, resolvi listar todos os casos em que “pais & filhos” trabalharam juntos e, a exemplo da “Relação dos mortos da DVM” que numa postagem anterior impressionaram muita gente pelo alto número de mortes ocorridas ao longo do caminho (e de lá para cá há mais duas baixas: O aposentado Santo Onofre e o Soares “Cabelo”, soldador da ativa), esta também impressiona pela grande quantidade de casos de “pais & filhos” que trabalharam na DVM.

             Vejam vocês, o Neblina é filho do Oswaldo Cerração, o Lazzarin Lobão é filho do Sady Raposão, o Daniel é filho da Eny Pinóquio, o Isaias e o Eliseu são filhos do Pedro Amiguinho, o Reis e o Luis Olavo são filhos da Olavo Marrequinha, o Adriano é filho do Paulo Chatinho, o César Amarelinho é filho do Nelson Shunck, o Marco Cadela é filho do Fernando Manjerona (e sobrinho do Ernani, ex-Conservação), o Werner Fiapo é filho do Olírio Liquinho.
           Ainda tem mais os casos de filhos de pais de outras divisões do Dmae, tais como os numerosos irmãos Jorge Cafu, Aurélio Charuto, Victor (irmãos da Bela da DVA) que são filhos do Getúlio (falecido boêmio e tocador de cavaquinho da DVA); tem também o Fernando Cabeça e o seu irmão Cláudio da DVL, os quais são tios da Ruth da DVO e são filhos do Luis Ouriques (falecido desenhista que criou o logotipo oficial do Dmae).

       Assim, fica registrado nos anais que a história da Divisão de Manutenção de Equipamentos Operacionais do Dmae foi construída por gerações de trabalhadores que literalmente passaram de pai para filho a continuidade desta obra familiar.

           Mas esta ocorrência de “pais & filhos”, se considerada no âmbito de todo o DMAE, incluindo “pais & mães para filhos & filhas”, é muitíssimo maior e se constitui numa realidade que nem temos a real dimensão. Todavia podemos iniciar aqui um processo interativo de enumeração dos casos conhecidos para também constarem nos anais da história do Dmae. Começando com o caso dos Lidsons (Lidson pai & Lidson filho) em que a mãe Janete também é dmaeana, seguindo com a Rosana e Raul filhos do aposentado Rui Pacheco, a Elisa Lautert filha da Ingrid, o Jalba que é filho do Ébio da Rosa que até já virou nome de reservatório do Dmae, o Eduardo que é filho do Antônio Barros Northefleet; tem também o filho do Coelho aposentado que é o Coelho da DVL (filho de coelho, coelho é!)....

         Caro leitor, participe interativamente complementando este inventário com outros casos de “pais & filhos” que trabalham ou trabalharam por esse imenso Dmae...

 Primeira Contribuição de uma seguidora do blog sobre   Pais & Filhos:
-----Mensagem original-----
De: Rosana Oliveira da Rosa
Para:  Celso Afonso Machado Lima
Assunto: RES: Pais & filhos

Olas.
       Tem a familia Mackenzie que é grande. O pai aposentado é o Seu Pedro e os filhos são o Jorge Renato e o Pedro Sergio (ambos Mestre de Obras). Paulo (leiturista), João Alexandre (DVC).
      O Adroaldo é mestre de obras aposentado. Os seus filhos são Claudio (continuo DG ou COJ) e tem outro que é guarda municipal do Dmae.
     O André Monks tem o pai Luiz Alberto (DVI).
     Tem o Zé (Guarda) que o pai é aposentado.
     Tem o Joao Reus (Repavi) que o pai é aposentado, o seu Inocencio.
     Tem muito mais, conforme eu vou lembrando eu me manifesto.
Rosana.

         Caros Colegas e leitores do blog, como última postagem do ano de 2010, segue um link para uma coleção com as melhores Vistas do Dmae, feito um Cartão de Feliz Ano Novo que ofereço com fotos que registrei nos mais variados locais do Dmae, com recantos que talvez muitos não tenham tido ainda a oportunidade de conhecer (este Dmae e muito grande!):



Valeu 2010!

DVM - OS CAMPEÕES DE TUDO

            No entrega da Taça Libertadores da América 2010, realizada ao final do jogo em que o Inter venceu por 3x2 ao time Chivas do México no estádio da Beira Rio (Já pensou mudar o nome para Estádio Beira Lago? – Nem pensar!), as medalhas  foram colocadas no peito dos atletas colorados e a taça foi entregue ao capitão da equipe pelo lendário Pelé, que se apresentou trajando um  vistoso paletó vermelho em homenagem aos “campeões de tudo” que rumavam (antes do Quidiaba com sua macabra dancinha de bunda arrastada no chão acabar com o sonho colorado) para ser “bi-campeões de tudo”!
          Guardadas as devidas proporções, igualmente na entrega de premiação do Campeonato de Futebol Sete do Dmae 2010, Categoria Master, realizada no campo de futebol sete do SESC,  as medalhas foram colocadas no peito dos atletas do time da DVM e as taças de “campeões de tudo” foram entregues ao capitão da equipe pelo lendário Emerson, que foi  da seleção brasileira em duas Copas do Mundo(1998 e 2006) e do Grêmio campeão da Libertadores de 1995 e do Campeonato Brasileiro de 1996.
            A DVM foi a “campeão de tudo” no campeonato porque, além de  ganhar a Taça de Campeão, também conquistou a Taça de Goleador (Américo) e a Taça de Goleiro Menos Vasado (Ederson)....
              A vida é assim mesmo, enquanto o Pelé recebe cachê milionário para ser o mestre de cerimônia no estádio lotado e televisionado para o mundo todo, o Emerson faz os seus biscates por cachês bem menores e em competições com menor repercussão na mídia.
       Pior situação ainda deverá ficar o Dunga, ex-treinador fracassado da seleção brasileira, mas que foi campeão do mundo nos EUA em 1994 como capitão, e participou de três Copas do Mundo, no período de 1990-1998 que ficou conhecido pejorativamente como a Era Dunga, sinônimo de seleção retranqueira e sem criatividade. Este vai ter que entregar medalhas e taças em campeonatos infantis na periferia da Restinga, onde o Dunga tem uma escolinha de futebol em parceria com a ACM, e olhe lá...
               As taças dos Campeões Master, quer dizer, dos "velhinhos bons de bola" Campeões de Tudo...
         Também, faz tanto tempo que não se faz concurso para as funções da manutenção que nem temos pessoal para escrever um time na Categoria Adulto!

100 COISAS PARA FAZER NA APOSENTADORIA

         Para quem não leu a postagem anterior, esclareço que no Programa de Preparação para Aposentadoria (PPA) foram feitas muitas recomendações, algumas um tanto óbvias para o pós-carreira, tais como: ler livros, viajar, ter uma religião, ter amigos de sua faixa etária. Mas me chamaram mais a atenção as duas seguintes: escreva uma autobiografia e escreva uma lista de 100 coisas para fazer!
         A autobiografia já estou desenvolvendo através deste blog “Diário de Obra de Um Aposentando”; mas gostei muito da idéia da lista e passei a elaborar a minha própria “lista de 100 coisas para fazer quando estiver aposentado”. Apresento esta primeira versão da minha lista como um modelo prático para que os “aposentandos”, leitores do blog, se estimulem a desenvolver as suas próprias listas.
        Este é um exercício interessante, pois diariamente surgem novos tópicos que se candidatam a entrar na lista. Portanto esta é apenas a “Versão 1.0” da minha lista que ainda está sendo construída e penso que assim ficará permanentemente, crescendo sempre para muito além das 100 coisas...

ATIVIDADES COMPORTAMENTAIS
1 - Não andar de uniforme típico de aposentado (abrigos, bermudas e chinelos) nos dias úteis em horários comerciais, parra não fazer o tipo “tá na cara que é”; vestir-se normalmente como quem vai trabalhar de tênis, é claro!
2 - Não vagabundear e se tornar preguiçoso demais, apenas dormir até às 8hs e sestear meia hora;
3 - Não trocar, feito nenê, a noite pelo dia com leituras e escrevendo textos; manter atividades em horários fixos.
4 – Participar da tribo reunida em prol da AEAPOPPA
5 – Associar-me na tribo da ASTEC, para manter contato com a categoria dos municipários e ficar informado dos debates sindicais e sobre os movimentos que envolvam os aposentados.


ATIVIDADES CULTS ROTINEIRAS
6 - Ler pelo menos durante 1 hora por dia, especialmente aqueles livros que nunca consegui terminar de ler:
      7 – Ulisses de Joice
      8 – Rayuela de Cortázar (em espanhol)
      9 – Don Quijote de Cervantes (em espanhol)
     10 – A Obra Completa de Pablo Neruda (em espanhol)
     11 – A Obra Completa de Shakespeare
12 - Escrever ou digitar meus textos de projetos inacabados, pelo menos durante 1 hora por dia:
13 - Digitar e editar os poemas antigos, do tempo dos manuscritos
14 - Revisar e editar o meu livro Inventário da Crises
15 – Revisar e editar os meus textos do Jornalismo
16 - Caminhar pelo menos durante 1 hora por dia de segunda à sexta;
17 - Manter os exercícios de alongamentos matinais por 20 minutos diários;
18 - Estudar música
       19 – Praticar violão
       20 – Praticar piano
21– Digitar o arquivo dos Meus Poemas Favoritos dos Grandes Poetas
22 - Musicar as “poesias cantáveis” de minha autoria.
23 - Ver mais vezes o pôr de sol na beira do Guaíba
24 - Ver mais vezes o nascer do sol
25 – Frequentar o Curso de Letras na UFRGS
        26-Estudar espanhol
        27-Estudar inglês
28 – Frequentar Oficinas Literária
29 – Estudar as novas regras ortográficas da língua portuguesa
30 – Manter o blog autobiográfico Diário de Um Aposentando pelo menos até sair a portaria de aposentadoria, e ao final publicá-lo como livro!.
31 – Converter as minhas mais de 100 fitas de vídeos familiares para o formato digital
        32 – Concluir a edição da seleção de “Vídeos do Gildo” (meu irmão falecido) em DVD digital.
        33 – Editar uma seleção de”Vídeos das minhas crias soprando as velhinhas de seus respectivos aniversários”, em sequência, para dar a idéia dos anos passando rapidamente.
34 – Organizar as milhares de fotos digitais de minha autoria em arquivos temáticos
        35 – Fazer cursos de fotografias
        36 – Andar sempre armado de uma máquina fotográfica, inclusive pelas ruas portoalegrenses, para não mais perder as fotos que surgem inesperadamente.
        37 – Criar um blog de fotos, iniciando pela coleção “STREET ARTs”, com as fotos que venho tirando há vários anos dos artísticos “murais de grafitismos” pelos muros da cidade (muitos dos quais já extintos, só existem nas fotos de malucos beleza como eu).
38 – Criar novos blogs temáticos e postar, de modo a disponibilizar na rede todos os meus escritos.
ESPIRITUALIZAÇÃO
39– Estudar o dharma budista (Desfazer mal entendidos, perdoar e se auto-perdoar)
      40 – Praticar meditação pelo menos duas vezes por dia
      41- Ler o livro A Arte do Viver e do Morrer do Sogyal Rinpoche
      42 – Ler o Livro dos Mortos Tibetanos
      43 - Freqüentar os retiros budistas (para acompanhar a Magda)
44 – Estudar a Doutrina do Espiritismo
      38 – Ler o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo
REALIZAÇÕES PENDENTES
45 - Freqüentar os eventos culturais de cinema, teatro e exposições das casas de cultura (gratuitos) em horário comercial
46 - Frequentar o observatório astronômico da UFRGS e obter um telescópio para observar as estrelas do meu terraço
47 - Viajar para Europa (quem sabe molhar os pés e as mãos no Mediterrâneo?)
       48 - Conhecer a Espanha
       49 - Conhecer Portugal
       50 - Conhecer a Itália
       51 - Conhecer a França
52 - Viajar para o Chile
       53 – Conhecer a casa de Pablo Neruda
       54 - Conhecer os Andes
       55 - Molhar os pés e as mãos no Oceano Pacífico.
56 - Conhecer Bariloche, para vivenciar as estações de esqui.
57 – Conhecer Machu-Picchu
ATIVIDADES CASEIRAS PENDENTES
58 – Colocar forro e piso laminado no sótão
59 – Enxotar definitivamente os morcegos do meu telhado
60 – Pintar as aberturas do terraço e os tubos da mureta
61 – Resolver o problema da fumaceira da churrasqueira na cozinha
62 - Resolver as infiltrações das lajotas quebradas do terraço
PROCEDIMENTOS MÉDICOS PENDENTES
63 – Fazer cirurgia de vesícula
64 – Retirar nódulos sebáceos
65 –Fazer implantes dentários
66 – Fazer cirurgia de hérnia
ATIVIDADES ESPORTIVAS PENDENTES:
67 -Associar-me num clube social perto de casa para recreação familiar (no Inter ou no Club Comercial?), onde eu possa:
     68 - praticar Natação
     69 – praticar Tênis em paredão

 REDES DE RELACIONAMENTOS PENDENTES
70 – Dominar o potencial das novas mídias de relacionamentos como meios de divulgação, na condição de um produtor de conteúdos em busca de seguidores onde eles estiverem:
      71 – Orkut
      72 – Facebook
      73 - Twitter
      74 – Comunidades artísticas
RECOMENDAÇÕES PENDENTES
75 - Ter amigos! (tradução: Freqüentar algumas tribos!) - Quais?... AEAPOPPA?... ASTEC?... Budistas?... Culturais?... ONGs?... Ambientalistas?... Todas?... Nenhuma destas?... Alguma outra tribo que surgir pelo meu caminho de desaposentado?...

        Total, já estarei bem acompanhado e ocupado com a minha lista de coisas para fazer na aposentadoria!

FORMATURA DA TURMA DE APOSENTANDOS

           Sobre o Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA), curso que iniciou em abril, eu já postei uma crônica intitulada   “AAA: AUXÍLIO AOS APOSENTANDOS ANÔNIMOS” no mês de setembro.
          Leia a crônica anterior com um clic no link abaixo, afinal este é o tema central deste blog:

O segundo semestre do PPA iniciou com  palestras sobre  os cuidados com a saúde  e a importância de reeducarmos nossos hábitos para a nova fase, ministrada pela colega Mara Lúcia Diel, a partir da qual inseri o consumo de mais uma fruta na minha rotina diária, para atingir a meta ideal de pelo menos três por dia.

          A propósito da questão deixada em suspenso na crônica anterior sobre o PPA, qual seja: - Quantos dias por semana ingeres bebida alcoólica: 1,2,3,4,5,6 ou 7? Lembram que eu deixei a questão em suspenso e a levei ressoando como um sino na minha cabeça, prometendo a mim mesmo ter uma resposta socialmente adequada para dar até o final do curso? Pois agora já posso responder que ingiro bebida alcoólica de duas a três vezes por semana e, sobretudo, eu que havia adquirido o vício de fumar uma única cigarrilha Talvis por dia, estou completando quatro meses sem fumar nenhuma cigarrilha!

Sobre a sexualidade na longínqua  terceiridade (que é a partir de 65 anos!) até a quarta idade (que é a partir dos 85 anos), fomos informados por um psicólogo que garantiu que há sexualidade(ufa!) e que não se restringe ao sexo; em que pese haver um condicionamento cultural contrário a que o pessoal da terceiridade expresse a  sua sexualidade.

Durante a palestra de uma psicóloga sobre “Pós-Carreira”, recebemos a notícia chocante de que havia morrido num acidente de trânsito o filho de uma das colegas de curso, a qual havia se aposentado recentemente e ficava feliz em responder com convicção de que “não pretendia fazer nada” na sua aposentadoria, apenas vivê-la intensamente. Momento em que  sentimos, da pior maneira possível, que todo um planejamento de projeto de vida pode desabar tragicamente de uma hora para a outra, que tudo é impermanente na vida.
Mas, a propósito dos  planos pós-carreira, o colega Jair Staruck do DMAE revelou para o grupo que pretende se ocupar com trabalhos de marcenaria, que há tempos vem montando uma oficina bem equipada em casa. Nós, o Jair e eu, que descobrimos que fomos hippies artesões da Praça Dom Feliciano no mesmo período, no início dos anos 70, vamos nos aposentar juntos como dois roliços barnabés, quem diria?
Entre as recomendações óbvias para o pós-carreira feitas pela palestrante, tais como, ler livros, viajar, ter uma religião, ter amigos de sua faixa etária; destaco as duas seguintes: escreva uma autobiografia e faça uma lista de 100 coisas para fazer! A autobiografia já estou desenvolvendo através do blog “Diário de Obra de Um Aposentando”; mas gostei  muito da idéia da lista e passei a elaborar a minha própria “lista de 100 coisas para fazer quando estiver aposentado”, a qual ainda está sendo construída e penso que assim ficará permanentemente, crescendo sempre para muito além das 100 coisas...
Mas, antes de apresentar a primeira versão da minha lista, como um modelo prático para que os “aposentandos” leitores do blog se estimulem a desenvolver as suas respectivas listas,  comento a última atividade letiva do curso, que foi a entrevista de dois aposentados(coincidentemente ambos ex-funcionários do DMAE) muito bem conduzida pela Cida, colega jornalista que também é do DMAE. Na ocasião, antes mesmo de iniciar oficialmente a entrevista, estive conversando com os três e ironizei que eu queria que, tudo bem, um dos entrevistados fosse do tipo empreendedor que estava desenvolvendo outra atividade na pós-aposentadoria (ou seja, que continuou correndo atrás de dinheiro); mas que o outro entrevistado representasse o tipo oposto, que correspondesse ao perfil do aposentado que usa o seu tempo livremente para atividades lúdicas, culturais e afetivas. Considero que ambos podem constituir modelos de aposentados felizes, ou será que não existe ninguém deste segundo modelo que seja feliz?...

Sobre os entrevistados, Sueli e Tomatis: ela agora é dona de uma lancheria-sorveteria/mini-mercado e ele, que revelou que ainda sonhava que estava trabalhando no DMAE, hoje trabalha indiretamente para o DMAE como químico de uma empresa terceirizada. Mas o que mais me chamou a atenção nos depoimentos dos entrevistados é a verdadeira veneração que, em geral, os ex-funcionários do DMAE mantêm pelo Departamento.
           Até pensei que, por estas contingências do destino, que talvez o meu desígnio como membro inesperadamente eleito para a diretoria da AEAPOPPA seja desenvolver algum trabalho no sentido de que a associação possibilite aglutinar os aposentados, dispersos e saudosos do DMAE que estão, em atividades lúdicas e recreativas, quem sabe?...

            A solenidade de formatura foi bem informal no auditório da SMA, com a Tanise Pazzim, que é a coordenadora do programa, fazendo os agradecimentos aos palestrantes, também presentes, e uma homenagem aos formandos com a apresentação de um vídeo mostrando alguns momentos do curso, o qual foi distribuído em DVD, feito diploma, para cada um.
         Das três turmas, que acompanharam os 15 encontros em 9 meses, em média chegaram até o final do curso quinze aposentandos em cada turma. Foi anunciado que para 2011 haverá 10 turmas, sendo que o curso será compactado de forma que consigam ministrar 5 turmas em cada semestre.

         Vale a pena? – À esta pergunta que outros colegas próximos da aposentadoria me fazem sobre o curso, respondo com os versos do poeta Fernando Pessoa: Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!
- Valeu muito pessoal da Turma 01 do PPA 2010!

Brinde natalino aos aposentandos da Turma 01 do PPA:


Em tempo: Aguarde a Lista das  100 Coisas para Fazer na Aposentadoria!

BALNEABILIDADE & BOLSAS DE ESTUDO

          Todas as primeiras quintas do mês a Universidade Corporativa do DMAE (UNIDMAE) está promovendo o Ciclo de Palestras Técnicas. Nesta quinta-feira passada, dia 05/agosto, participei pela primeira vez deste ciclo, fui ouvir a palestra de apresentação do Projeto Integrado Socioambiental (PISA), feita pelo colega Engº Valdir Flores.
             O projeto de ampliação do tratamento do esgoto cloacal de Porto Alegre é ambicioso, pois pretende tratar 80% até 2012, superando em muito a meta internacional da ONU, que propõe o índice de 67% para os países em desenvolvimento.
             A idéia básica do projeto, que já está com suas obras em pleno andamento, é coletar o esgoto da cidade que é reunido no Gasômetro, na Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE) Ponta da Cadeia e, ao invés de continuarmos jogando o esgoto bruto no Rio Guaíba, conduzi-lo canalizado em tubos de aço pela Av. Beira Rio até o hipódromo na EBE Cristal. Lá haverá um mirante elevado como atração turística, dotado de um sistema de abatimento de gases para minimizar o mal cheiro do esgoto aos visitantes, que do mirante poderão admirar o pôr do sol.

          De lá, através da grande inovação do projeto que é a condução do esgoto por tubulação subaquática (tubo de PEAD de 11km sem emendas, submersos e enterrado no leito do Guaíba), conduzir o esgoto para ser tratado na  Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Serraria.  Somente após um tratamento do esgoto (denominado tecnicamente de terciário) que gera lodo ativado, vale dizer, descontaminado, é que devolveremos a água devidamente tratada ao seu manancial de origem.
              Restam ainda algumas questões ambientais a serem resolvidas, tais como: - O que fazer com os 150 m3/dia de lodo que o sistema de tratamento vai gerar? – O que fazer com o gás poluente que o tratamento de esgoto libera para o ambiente?... Estudos estão sendo feitos para o aproveitamento do gás como uma alternativa para gerar energia elétrica para o funcionamento da própria ETE Serraria, ou para a secagem do lodo que reduziria o seu volume para cerca de 30m3/dia...
            Reproduzo aqui o meu comentário feito neste blog na postagem de junho sob o título Dia Mundial da Água: Recuperar a balneabilidade das praias de Pedra Redonda, Ipanema e Guarujá, já pensou? Poder voltar, como nos nossos tempos de guri, a nadar novamente nestas praias, seria como podermos entregar aos nossos netos a cidade com a mesma qualidade de vida que a recebemos dos nossos pais, apesar do imenso aumento populacional! Eu não alcançarei a realização desta meta na ativa, mas aposentado espero estar vivo ainda para poder comemorar este verdadeiro “Dia D Glória da Água” portoalegrense.
             Saio tranqüilo para o meu retiro de “inativo”, pois sei que o mega projeto da Prefeitura que envolve R$ 580 milhões, dos quais os  380 milhões de reais destinados ao Dmae estão em boas mãos. Considero o Engº Valdir Flores um dos técnicos mais completos e versáteis do Departamento.  Trabalhei com ele como sendo meu diretor na Divisão de Projetos, quando desenvolvemos os sistemas Pitinga e Quirinas de abastecimento público por poços tubulares profundos (poços artesianos). Posteriormente voltei a trabalhar com o Valdir, quando eu já havia retornado à Manutenção, e ele havia assumido como Superintendente de Operações, período em que desenvolvemos o trabalho de eficientização energética através da implantação da CICEE (Comissão Interna de Controles de Energia Elétrica). Sempre mantivemos, o Valdir e eu, um relacionamento profissional respeitoso e com empatia de ambas as partes. Com toda esta “rasgação de seda” sincera pretendo fazer um gancho para resgatar um episódio pitoresco, em que o Valdir Flores mostrou toda a sua versatilidade e conquistou de vez a minha terna consideração.
          Trata-se do Causo das Bolsas de Estudo do DMAE ocorrido no ano de 2001, quando os funcionários foram surpreendidos, às vésperas do período de matrícula das escolas de Ensino Fundamental e Médio, ao receberem um comunicado da Administração Popular grampeado ao contra-cheque de outubro, de que havia um pacote de alterações dos critérios de concessão do Auxílio de Bolsas de Estudos através da Instrução DG 295/01. Naturalmente, os colegas pais e também os estudantes, que viam suas vidas serem desorganizadas sem a menor parcimônia e consideração, se organizaram num movimento legítimo e espontâneo de reação e tentativa desesperada de reverter esta decisão. Foi assim que, numa assembléia chamada pelas Administração para tentar acalmar o “burburinho” da massa se agitando, com a presença de mais de 100 funcionários, foram apontados os inúmeros equívocos contidos na resolução, tais como:
-A precipitação truculenta de implantação de modificações radicais sem o mínimo prazo de preparação psicológica e material das pessoas, que possivelmente teriam que mudar imediatamente de colégio seus filhos;
-A limitação de inscrição de apenas dois filhos como beneficiários (os pais teriam que escolher quais dos seus filhos seriam excluídos);
- O Critério de Sorteio de Bolsas Integrais até o final do curso do dependente, foi o ponto no qual a assembléia dos servidores decidiu concentrar a sua rejeição, por considerá-lo excludente, uma vez que reduzia em mais de 50% o número de beneficiários por ser um critério que dava tudo para poucos e nada para muitos, e se constituir na sistematização de uma tortura psicológica anual sobre as crianças e familiares (pois todos os anos haveria novos sorteios e a ameaça de perder a bolsa e ter que trocar de escola).
40 anos da DVM-2007
             Por ocasião dessa assembléia, da qual a Administração se retirou depois de se ver veementemente contestada, os servidores assumiram o comando da reunião e constituíram uma Comissão de Representantes dos Funcionários (composta por Valdir Flores/DVO, Silvia Fabbrin/COJ, Antônio Coelho/DVI, Magda Granata/DVO, Dione Borges/DVR, Denise Regina/DVR, Maria de Fátima Rodrigues/DVH, Mara Lúcia Diel/SVG, Eduardo Dias/COJ, Iara Morandi/DVP e Marco Guimarães e eu pela DVM). A Comissão buscou, inutilmente, por vários dias estabelecer um canal de comunicação, até  conseguir arrombar uma brecha diretamente no Gabinete do Diretor Geral, através de um ”Ato Público” (com cartazes e pirulitos) realizado nos Jardins da ETA Moinhos de Vento.

           Durante a evolução deste movimento foi se destacando a liderança carismática do colega Valdir Flores, e se revelando a sua talentosa capacidade oratória de se comunicar com a multidão reunida, o qual acabou assumindo naturalmente a coordenação daquela luta; enquanto eu passei a funcionar como uma espécie de consultor de estratégias de ação do movimento, devido à minha larga experiência sindical.
           O GDG (Gabinete do Diretor Geral), após finalmente se dignar a ouvir a nossa reivindicação de que a IDG fosse suspensa para se estudar formas alternativas de “rateio”, aos invés do critério de “sorteios”, delegou ao Superintendente Administrativo, na época o todo poderoso Ricardo Collar (que havia sido cogitado para ser o DG do DMAE, e acabou ficando amargurado apenas no segundo escalão do poder), para fazer as tratativas e discussões com os funcionários.

              Em reuniões manipuladas em que a Administração insistia em pautar a discussão dos “Procedimentos Operacionais do Sorteio das Bolsas”, enquanto em vão a Comissão de Representantes sugeria a discussão de um “Rateio Escalonado” por faixas salariais, até que esgotou-se todas as alternativas de se romper com a intransigência da Superintendência Administrava (incluída a DVH do Júlio Abrantes). Resultou que a Administração publicou o Regulamento do Sorteio com ostensiva prepotência, inclusive após o período de inscrições dos candidatos ao benefício, e com alterações (para pior) dos critérios estabelecidos na IDG295/01, restringindo  para apenas a “faixa 1” a concessão de bolsa integral até a conclusão do respectivo nível  de ensino (Infantil, Fundamental ou Médio).
          E seguiram atropelando todos como um tanque de guerra, desenvolvendo uma repressão ao movimento contestatório, através de proibição expressa para que as chefias não permitissem que funcionários participassem de reuniões sobre as bolsas de estudos. Espalharam tamanha onda de terror e medo que conseguiram esvaziar o movimento! Lembro que eu fiquei tristemente impressionado de como a esquerda era mais eficiente na repressão aos movimentos dos trabalhadores do que toda a nossa longa experiência anterior durante a luta pela democratização do país no período do final da ditadura já agonizante. Só nos restou publicar uma “Carta Aberta aos Funcionários”, denunciando todas as arbitrariedades ocorridas no processo e assimilar o refluxo do movimento.

            Confesso que entrei meio de gaiato nesta peleja, pois na verdade eu queria protestar era contra a extinção da minha bolsa de estudo na PUC do curso de Jornalismo. Até então, antes deste tumulto todo, as minhas filhas estudavam em escolas particulares, mas não conveniadas com as bolsas de estudo do DMAE. Até  então eu preferia pagar e poder escolher livremente a escola do que ficar condicionado por uma pequena ajuda de custo oferecida pelo Departamento. Mas, com a proposição da Administração Popular de oferecer “bolsas de estudo integral e até o final do Curso Fundamental”, resolvi concorrer na loteria deste verdadeiro “prêmio da sorte grande”, inscrevendo as minhas filhas para se candidatarem às vagas de bolsas na caríssima e ótima Escola João XXIII.
          O pitoresco é que no famigerado sorteio, nós que éramos radicalmente contra ele, por ser um critério que dava tudo para poucos e nada para muitos, fomos sorteados: o Valdir com uma e  eu com duas bolsas, e as nossas mulheres, as Magdas, também foram sorteadas com uma bolsa cada uma...Provamos que estávamos certos ficando com tudo entre poucos!
           A batalha não acabou por aí, ocorreu que no regulamento do sorteio, escrito em cima da perna com a soberba de “manda quem pode e obedece quem precisa”, foi determinado que o Ensino Fundamental seria dividido em dois sub-níveis: da primeira à quinta série e da sexta à oitava série. Assim, segundo o entendimento da Administração, as bolsas sorteadas seriam integrais até o final de cada um destes sub-níveis, e apenas para os servidores da faixa salarial mais baixa.
           A minha guria menor entrou na primeira série e a maior na quinta série na nova escola por força do famigerado sorteio, mas foi preciso que recorrêssemos à justiça para garantir o que estava determinado na IDG295/01, ou seja, que a bolsa seria integral até o final do Curso de Ensino Fundamental para os servidores de todas as faixas salariais. O fato é que somente através da IDG301 publicada em outubro/2002 é que foi modificada a redação da instrução anterior, restringindo para apenas a “faixa 1” a bolsa integral até a conclusão do nível de ensino, sub-dividindo o Ensino Fundamental em dois sub-níveis (válida para os novos sorteados!).
         A primeira vitória foi a conquista de uma “liminar judicial” e, por fim, a sentença nos dando ganho pelo mérito da causa, com a qual garantimos o benefício do “grande prêmio” que ganhamos no sorteio: por praticamente toda a vida escolar as minhas filhas tiveram literalmente a “sorte” de estudarem numa boa escola que não teriam acesso se não fosse através das bolsas de estudo do DMAE.
-Valeu DMAE!
-Valeu Comissão de Representantes!
-Valeu Valdir Flores!