POR QUE OS MUNICIPÁRIOS DECIDIRAM FAZER GREVE?!

A esta altura do ano, já em setembro em plena primavera, na pior das hipóteses a categoria dos municipários deveria estar lutando pelo seu reajuste salarial referente a sua data base que é em maio de 2017, reivindicando alguma reposição tipo 6% (INPC). Entretanto, após a posse do prefeito Marchezan em janeiro, que escolheu os servidores municipais para serem o bode expiatório de sua gestão, ao invés do negociar o reajuste dos funcionários, decidiu reduzir os salários em 3% , através de um projeto  de aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%, sem apresentar nenhum cálculo atuarial que justificasse o aumento, desnecessário conforme o próprio Previmpa. O chamado pacote de maldades do prefeito contra os municipários recorreu à usual estratégia de parcelamento do pagamento dos salários, sem sequer considerar a possibilidade do reajuste a que teriam direito. Não satisfeito com a sangria nos vencimentos dos servidores, o prefeito partiu para um ataque brutal sobre as conquistas trabalhistas visando a destruição do plano de carreira da categoria, encaminhando um projeto que visa acabar com os adicionais por 15 e 25 anos de serviço. Marchezan decidiu também promover a precarização dos pagamentos dos regimes de trabalho de cada funcionário, os quais ficariam sujeitos a renovações anuais  e submetidos ao crivo ideológico do partido que estiver no poder, subvertendo  absurdamente a autonomia técnica do quadro funcional que ficaria refém dos interesses partidários em detrimento dos interesses públicos. Pretende simplesmente exterminar com o regime de dedicação exclusiva dos técnicos de nível superior, regredindo aos tempos em que o serviço público era um biscate e um cabide de emprego para os profissionais liberais. Marchezan foi muito além no seu enfrentamento decretado pela administração municipal contra aqueles que deveriam ser vistos como aliados do gestor na prestação de serviços para a população,  decidiu que quer acabar numa tacada só  também com a Licença Prêmio, terminar com o direito à incorporação das Funções Gratificadas e até proibir as substituições de chefias em férias e também mudar os avanços salariarias de trienais para quinquenais. O cara entrou de sola com o seu pacote de desvalorização dos servidores municipários, além de cortar até 50% dos vencimentos no conjunto dos seus projetos de destruição do serviço público municipal, usando a velha tática de sucatear para privatizar, pretende vender o Dmae e transformar a água numa mercadoria de negócio lucrativo para os empresários e proibitiva para a população de baixa renda. Com a finalidade de destruir com o serviço público,  o prefake segue sapateando com infâmias na mídia sobre a dignidade de uma categoria que tem consciência de sua função social de servidores públicos da comunidade porto-alegrense.
A esta altura do ano, às vésperas do verão que promete ser o pior de todos os tempos, a categoria municipária já esgotou seus esforços para a abrir um canal de discussão com o novo prefeito sobre a real situação financeira da prefeitura de maneira transparente, que certamente não é a de terra arrasada e falida que lhe interessa propalar. Diante da intransigência e radicalismo do Marchezan no seu objetivo de fazer do sacrifício dos servidores municipários sua plataforma de afirmação política, pouco se interessando pelos consequentes prejuízos na qualidade dos serviços prestados ao povo de Porto Alegre que o elegeu, a única alternativa que nos restou foi o recurso extremo da fazermos uso da principal ferramenta de luta da classe trabalhadora que é a greve. Greve pelo fim do parcelamento dos salários, greve pela retirada dos Projetos de Leis que eliminam direitos conquistados na Lei Orgânica e no Estatuto dos servidores e, para voltarmos à normalidade das relações trabalhistas de discussão sobre as perdas salariais, greve pelo reajuste salarial de 2017. Quem semeia vento colhe tempestades: agora é Greve dos Municipários!