COMENTÁRIOS DO SEGUNDO SEMESTRE DE 2011

            O blog Diário de Obra de um AponsetaNdo agradece imensamente a acolhida que está tendo junto à categoria dos municipários, especialmente do quadro funcional do DMAE. Ultrapassamos a incrível marca de 12.000 acessos, sendo 75% desta visitas durante o ano de 2011, quando o blog acaba de completar 2 anos de existência.
          Sintam-se todos abraçados, por esta ocasião das festas de final de ano, e com o votos que tenham um Bom Natal e um excelente Ano Novo de 2012 (torcendo para que não haja o Fim do Mundo previsto pelos Maias!).
        Como já se tornou tradicional, em homenagem ao leitores do blog que enviaram comentários das postagens, reproduzo aqui os Comentários do Segundo Semestre de 2011.

Sorria, seu comentário está sendo postado!

From : Lúcio Barcellos
Subject: MINHA PRIMEIRA PREMIAÇÃO LITERÁRIA

Celso: Não sei se o meu comentário em teu Blog chegou. De qq. forma, meus parabéns. Nada como ter um amigo ligado às altas esferas intelectuais do RS. um grande abraço.

Elton Mello no Facebook:

Parabéns colega Celso Afonso Lima, o melhor cineasta e escritor juramentado e documentado do DMAE!

Marlúcia do Amaral

Titio Amado!! Parabéns pela tua Mensão,tu a mereceste,com certeza!! Um beijo bem grande para ti e para todos por aí no Brasil maravilhosamente ensolarado!! Saudades, aqui na fria Alemanha.

Profa Mônica Nariño Rodriguez
Coordenadora do NELE -UFRGS
Instituto de Letras UFRGS
Assunto ENC: MINHA PRIMEIRA PREMIAÇÃO LITERÁRIA

Parabéns Celso,
Todos ven lo que pareces, pocos sienten lo que Eres.

Luiz Fernando Laydner Souto
Assunto ENC: MINHA PRIMEIRA PREMIAÇÃO LITERÁRIA

Parabéns pela premiação! Reconhecimento justo pelo teu talento. Um abraço.

Ivanor De Quadros Rodrigues

Grande Celso.Estou sempre te acompanhando.Abraço.

Roberto Rufatto
Divisão de Manutenção

Parabéns, o sonho da publicação do livro começa se tornar realidade.Aparece para um chima, estamos na sala nova. abraço.

Mara Lúcia Diel
Universidade Corporativa do Dmae

Parabéns, Celso - O prêmio foi merecido.

Maria Beatriz Costa Cabral
Chefe da EAO/EGP/SMA

Parabéns Celso! Que seja a primeira de muitas!! Nossos parabéns por essa conquista muito merecida.

Etel soares

Parabéns! Finalmente chegou a hora do reconhecimento e de colher os frutos desta empreitada-recreativa-cultural, que a anos servem para desopilar tuas neuras!

Alexandre Jose Garcia Sorio

Celso, parabéns pela tua PRIMEIRA PREMIAÇÃO LITERÁRIA. A partir de agora podes chegar ao NOBEL DE LITERATURA.

Taciane Correa
assuntoRe: MINHA PRIMEIRA PREMIAÇÃO LITERÁRIA

Parabens Celso..seu blog está ótimo ....sucesso....grande abraço.

Cinara Ferreira
Instituto de Letras UFRGS
assunto Re: BLOGAR E OU PUBLICAR LIVROS?

Olá, Celso
Parabéns pelo Blog! O livro em papel terá vida longa, como comprova o sucesso de nossa Feira do Livro em Porto Alegre. A relação que as novas gerações têm com o livro é diferente da nossa, com certeza, mas acredito que o livro ainda exerce o seu fascínio. Um abraço, Cinara.

Júlio César Colnaghi Brum
assunto"FRANGAS" E GALOS DE ENCRUZILHADAS NO DMAE

Aproveito para transmitir essas cenas e fatos para o 156: Cada dia que passa a encruzilhada tem trazido, além da sujeira esparramada, e cada vez mais pombas se proliferando em bandos - e por conseqüência o bando de gatos, coisas inusitadas:- outro dia uma "franga", ou galinha nova, ferida no peito e ensanguentada, passou o dia agonizando apavorada no cantinho do pátio da DVI da Princesa Isabel;- ontem, pras frangas não fugirem e não presenciarem o sacrifício das oferendas, as "frangas" são trancadas numa caixa de papelão, com janelinhas retangulares e panorâmicas, ao lado do despacho.
-Prezado Sr. Júlio César, Informamos que sua solicitação foi devidamente cadastrada sob o protocolo 217936-11-30. O mesmo pode ser consultado on-line pelo site da Prefeitura (link: www.falaportoalegre.com.br/consulta).Segue abaixo, orientações de como proceder para denunciar casas de religião que sacrificam animais: Animais sacrificados em casas de religião, causando mau cheiro, etc. Denúncias por escrito deverão ser entregues diretamente na AFROBRAS - Federação das Religiões Afro Brasileiras. End.: Rua Uruguai, 91 - Sala – 304 - Fone: 3225-2800.

Daniel Câmara publicou no seu Mural no Facebook.

"hj viajei ao passado olhando as fotos do passado na dvm em seu blog. Parabéns pela criatividade e talento.
Abraço."

Helenita Thome

Olá, Boa Tarde! E o que tu decidiste? Blogar ou publicar?......Bem legal o blog, com uma ótima redação.abraço.

Dalia Tavares
assuntoRe: BLOGAR OU PUBLICAR LIVROS?

Celso, eu amo ler tuas escritas. Nestes 2 textos : Blogar e homenagem póstuma, eu tinha uma trilha sonora em minha cabeça: o Vitor Ramil cantando "NUNCA MAIS, NUNCA MAIS..." É uma sensação incrível de acompanhamento, de estar andando junto muito solidariamente nesta caminhada com tantos rostos, tantos sorrisos, tantos olhares e tantos abraços, que existiram de fato e hoje povoam nossa memória. Isto é bom e é saudável. Parabéns pelo teu BLOG!

Lígia Sório
assuntoRe: BLOGAR OU PUBLICAR LIVROS?

Muito bom hoje é dia de lutar pelo ideais já que o ganha pão já está seguro. Será?...

Montserrat escreveu no facebook:

"Celso, agora que vi tua declaração de voto verde (na época não conseguir acompanhar o facebook), um belo relato da nossa formação no Núcleo-JB ! Abraço !"

Alceu Lisboa
assuntoAposentadoria

Aí Celso, Parabéns pela aposentadoria. Bem vindo a liberdade e um novo ciclo de vida. Soube através de email do Armandinho da tua aposentadoria e tua homenagem a Fátima no teu Blog. Gostava muito da Fátima, trabalhou comigo muito tempo na ASSEC. Era grande amiga e companheira de trabalho. Não sabia que ela estava doente. Fico consternado, mas é a vida, nós também seguiremos, espero que não tão cedo. Abraços.

Ricardo Mainieri disse no blog...

Celso, também gostava muito da Fátima.Estivemos juntos numa gestão da ASDMAE, quando se planejava lançar um jornal que não saiu nem para os sócios, barrado que foi pela Direção-Geral da época. Mantive uma proximidade com ela, nos tempos da extinta ASSECOM, numa época de construção da proposta petista de governar. Tempos depois, junto com o Milton Caselani, nos juntamos para uma exposição na Galeria de Arte do DMAE. Ela e Mílton com a parte plástica e eu com minha poesia. Bons tempos. Ultima vez que a vi foi numa estada em Torres, onde partilhamos do mesmo ônibus.Nunca soube de sua doença e me surpreendeu sua morte prematura.
Então, guria, fique um tempo pelo mundo astral planejando a melhoria contínua da humanidade, colocando cores e criatividade nas mentes dos que ficam ainda por aqui. Sensibilizado, me despeço.

Júlio Cesar C. Brum disse no blog

A linda história da Fátima, caminhada por aqui nos tempos utópicos do núcleos de base, do teatro do oprimido e das "convergências" dos "Em Tempo", "O Trabalho", "Coojornal", "Voz da Unidade"; "Luta Operária", "Movimento", "Versus"...

Montserrat escreveu no facebook:

"Também espero que os espiritas e budistas tenham razão, acredito nisso... Meus sentimentos pela perda, Celso !"

Ric Maia escreveu no Facebook:

"Oi Celso. Só fiquei sabendo agora. Tive a oportunidade de trabalhar com a Fátima, lá na DVL. Desnecessário dizer do alto astral e profissionalismo desse colega. Estás no caminho certo. Leia Kardec e Chico e será "intuido" a encontrar as respostas."

Adilson Ludwig comentou no Facebook.

"Minhas homenagens a está amiga!"

Paulo Mello comentou no Facebook:

"Grande companheira Assequiana! Fica em Paz!"

Claudio Marques Ourique comentou no Facebook:

"Para mim foi uma triste surpresa ficar sabendo hoje pelo Celso, que Fátima tinha falecido. Trabalhamos juntos na DVL por muito tempo."

Rogério Piquelet dos Santos
assuntoRES:Homenagem Póstuma à FátimaSilvello

Agradeço de coração,e tenho certeza que um dia iremos nos encontrar.Deus ilumine o seu caminho.

Flávio Dau
assuntoRe: AGORA EU SOU UM APOSENTADO!

Celso, Benvindo ao time.Parabéns.

Maria Christina O. Fossa

Celso: Estou adorando o teu Blog e curtindo muito tuas matérias. Quanto a matéria sobre o meu caso de retorno ficou excelente. Exatamente como te explanei a minha nova situação. Embora eu esteja sendo bastante indagada, pois sinto que muitos estão achando que retornei pela perda de salário, não vou destacar que temos perdas, mas não é o dinheiro que vai mudar tua vida, tudo é uma questão de adaptação. Realmente pensei muito e questionei o que eu estava buscando para minha nova vida. Eu tenho muitas coisas para planejar e investir quando eu achar que realmente a minha hora chegou. Quero estar muito tranquila, não me precipitar na decisão achando que dali para frente tudo vai ser um mar de rosas. Estou bem entusiasmada com as tuas atividades. Investir em cultura é o máximo. São coisas que estão me fazendo pensar e estou registrando na minha lista de decisões a serem tomadas. Eu quero daqui para a frente, ver todas as possibilidades de investimento e estar preparada para uma tomada de decisão sem stress, nem depressão, nem arrependimento. É aposentadoria com satisfação! Um abraço. Christina.

Paulo Muzell
assuntoRe: Se aposentar ou não? – Você decide!

Celso: Ortega Y Gasset, um filósofo espanhol que eu gosto muito diz que a nossa vida é um romance e que nós somos o autor, o romancista, temos que construir nosso próprio enredo. É claro que a pesssoa tem que se preparar: depois de 30 anos ou mais fazendo um trabalho, desempenhando uma rotina, abandonar tudo sem que ter construido uma nova alternativa para preencher o tempo restante (cada vez mais escasso e que por isso deve ser valorizado!!) é uma fria total. Ter, também algumas reservas ($$) para o início da aposentadoria ajuda a construir o novo estilo de vida: realizar cursos, programar viagens, etc. Parece que a colega não se organizou e seu deu mal... Um abraço. Paulo Muzell

Ricardo Mainieri
assuntoRES: ELIS VIVE!

Essa música é demais. Letra do Abel Silva(onde anda ele?), musica da Sueli Costa. Bons tempos, em que se produzia MÚSICA neste Brasil...

Lígia sório
assuntoRe: ELIS VIVE!

Muito bom, Estás inspirado.

Dalia Tavares Leindecker para mim

Obrigada Celso! Fui alem dos 20 anos. Atras da porta , formosa, Baby com a Betânia. Beijos, Dália.

Flávio Dau
assuntoRe: aposentaNdos

Celso, Claro que me recordo de ti. As pessoas que nos influenciam na vida profissional ou pessoal são inesquecíveis. Parabéns pela escolha de tua companheira de vida. Um abração.

Dalia Tavares Leindecker

Celso, Ótimo! Mas realmente nós fomos de sorte pelo que estamos vendo em relação ao futuro os aposentaNdos vão entrar em extinção!.

Rosana Oliveira da Rosa
assuntoRES: COTIDIANO DE UM APOSENTANDO

Oi Celso. Continuem assim lindinhos e apaixonados. Adorei teu texto. A Magda vai nos fazer falta. Dois anos passam rápido. Abraços. Rosana.

Gil de Oliveira Martins comentou:

Acontece que a cumplicidade de quase 20 anos de união não é assim fácil de deixar de ser marcante e muitos gestos são involuntários pois a companhia torna-se como simbiótica .

Júlio Cesar Colnaghi Brum no FACEBOOK:

EXTRA, EXTRA: LEIAM O BLOG DO CELSO, LEIAM LEIAM O APLACANTE BLOG DO CELSO. Extra, extra, leiam o blog do Celso, que tá aplacador. Assim como o programa do Tatata e cia agora no Café Literário, na TV COM,. sobre jornalismo e literatura . Aliás, o que tens emprestado a nós no teu blog com teu afinadíssimo traço de ironia. Gostoso de ler.

Dalia Tavares Leindecker escreveu:

Celso meu fio!!!Como meu pai dizia : "Minha Fia". Seu Blog está uma delícia! Ocorre que a minha agenda de aposentada não consegue sorver todos estes tesouros. A VIDA É UM SUPER SHOW! As coisas surgem aos borbotões e não conseguimos olhos e ouvidos para tanto acontecer. Você acredita que o Luft foi meu professor no Curso Prévestibular ( aqui deveria ter uma interrogação mas não consegui neste lep top do Adriano). Celso preciso me despedir por hora. Antes quero confessar: Sou muito preconceituosa nesta questão da língua pátria. Grande abraço,Dália.

Paulo Muzell
assuntoRe: AGENDA DE UM APOSENTADO

Muito bom, Celso. Estás dando um belo exemplo de uma excelente transição "atividade-inatividade". E o teu blog a mil!" Um abraço, Paulo Muzell.

Taciane Corrêa
assuntoRe: AGENDA DE UM APOSENTADO

mto bom Celso resumiste a oficina......ficou ótimo. abraços

Moema Felske Leuck
assuntoRES: OS APOSENTADOS PRÉ-DIGITAIS & OS PÓS-MODERNOS

Celso, Saiba que a prefeitura não está incluindo os aposentados no abono de R$500,00 que vão dar aos engenheiros. Por este motivo a comissão nomeada pelo Senge não deu continuidade a reunião do GT na terça na prefeitura, seria bom que os aposentados se mobilizassem para participar mais ativamente do movimento VRT. abraço, Moema.

Júlio Cesar Colnaghi Brum
assuntoRE: O QUE UM APOSENTADO FAZ COM O SEU TEMPO?

que preciosidade... me deleitei com a leitura e vou de carona em tuas experiências.

Gil de Oliveira Martins
assunto: Comentários 2011/1(do Blog Bruna Surfistinha)

Celso não é surfista!

Magda Regina Rolim
assuntoRES: MÁS NOTÍCIAS NO BLOG

Muito esclarecedora a matéria, amor! TA DIFÍCIL PRESERVAR O PLANETA. Beijos,

From: Alvaro Neto

Tem gente te imitando aqui no DMAE (Ciclo de Cinema - Assista hoje ao Curta: A Princesa Aqua e os operadores da Estação). Vem prestigiar. Ninguém dava nada para aquele Blog. Quem diria 6.900 acessos vou arrumar patrocinadores. Depois como bons capitalistas, dividiremos os lucros.

From: Taciane Correa
Subject: Re: Grupo de Oficina de Crônicas

Parabéns Celso realmente é um fenômeno a repercussão do seu blog....parabéns e continue em frente ....só que não esquece seu leitor quer ler seus textos...hehehhe não pare de escrever...:) abraços.

From: Maryur
Subject: Re: Grupo de Oficina de Crônicas

Olá Celso, obrigada pela crônica e pela indicação de teu blog. Acabo de dar uma " passeadinha " por ele, é bastante interessante, parabéns. Bom fim de semana, abraços, Maryur.

From: Valéria
Subject: Re: Grupo de Oficina de Crônicas

Legal, Celso, gostei da crônica. Também sou uma aposentaNda da prefeitura (só daqui a três anos hehehe), mas já vou lendo para me preparar. Posso repassar teu endereço de blog para todos os professores da minha escola e que, na semana que vem duas já se aposentam e estão com "dilemas"? Obrigada, Maria Valéria.

Júlio Cesar C. Brum disse...


Insuportável e hipócrita esse neomodismo cultural e ambiental como os que citastes Celso: DOPA "verde", contra "verde". É como comer um "hamburger" vegetariano e "carne" de soja.

Ricardo Mainieri disse...

Como diria Gabeira, no fundo Baummann é um "hóspede da Utopia". Ele consegue diagnosticar as doenças da sociedade de consumo, principalmente o individualismo exacerbado e o consumismo, mas guarda, no âmago, uma esperança de que um dia os velhos ideiais socialistas contagiem aos poderosos e este vejam o outro país, o outro ser humano como alguém ou entidade que busca ser feliz. É utópico, mas sem alguma esperança , a vida é muito árida.

Júlio Cesar C. Brum disse...

MUITO CUIDADO COM OS CAÇADORES E CAÇADORAS DE APOSENTADOS. Estão por todos os lados a te seduzir com convites, propostas tipo : "Planeje o seu futuro com a solidez da CAIXA." "Adquira o carrão de seus sonhos" ; "Para se manter sempre alerta";"saia de mesmice e seja você mesmo" ....Um abraço ao meu guru.

Ricardo Mainieri disse...


Celso, como as coisas andam correndo nesta PMPA e, especialmente, no DMAE, a saída para a aposentadoria é uma benção. Poucas pessoas podem dizer que estão levando seu trabalho com satisfação plena, sem críticas aos superiores ou aos colegas. No entanto, todos os passos importantes da vida necessitam um bom planejamento. Uma perspectiva para quem se aposenta na área técnica é tentar tornar-se representante de produtos ligados a sua área de atuação ou abrir seu próprio negócio de prestação de serviços técnicos. Aos de nível médio a busca de alguma atividade administrativa presencial ou usando o computador de casa, em horário parcial, também é interessante. Buscar conhecimentos novos em uma universidade ou Curso técnico, frequentar grupos de terceira idade, engajar-se em entidades que lutam por causas sociais e ambientais, apoiar e participar do Sindicato de Classe, dedicar-se ao seu credo religioso de forma mais intensa, são algumas possibilidades. E curtir a vida, viajar, namorar bastante, dormir até depois das oito, aprimorar aquele seu hobby juvenil(violão, fotografia, eletrônica, pintura, teatro, etc...)e viver. Acho que o que não se pode fazer é parar e ficar pensando como diz o Raulzito"sentado/no trono/de um apartamento/com a boca cheia de dentes/esperando/a morte chegar".

Júlio Cesar C. Brum disse...

Celso, meu camarada. Esse teu alerta estará servindo a muitos servidores em condições de aposentadoria hoje e aos muitos que estão chegando nessa porta e nÃo querem passar e outros que, preparados, batem e não mais olham pra trás. Das boas prerrogativas que dispomos como servidores públicos da PMPA, há uma de registrar aqui: é o Programa de Preparação para a Aposentadoria. Acho que todos deveríamos fazer e não ficar catando razões para não sair e ir adiando até o limite. Tem uma hora que devemos largar o trabalho e viver e para isso não se precisa de muito apelo material somente. Aliás, deveríamos viver mais do que trabalhar. Abraço

Ricardo Mainieri disse...

Ficou ótima esta tua idéia, Celso, de mesclar a música do Chico Buarque com a crônica de um romance que deu certo. Uma leitura fluida e cativante.

Luana disse...

poema no ônibus pra eles! ainda mais pro segundo. :)

Veronica F. Garcia disse...

Excelentes reflexões, Celso. Bagno não é um linguista da gema, mas fez uma boa pesquisa nesse livro: a explicação sobre os processos internos da língua portuguesa são muito úteis para proteger o ouvido quando se escuta a moça (aos berros) ao celular - Craudia, a Vivo não broqueia! :) Como futuros linguistas, nosso ouvido treinado só quer saber pq esse processo acontece, certo? Pois é, o problema é atribuir valor aos erros... Plural redundante é um fenômeno em todas falas do Brasil, TODAS. Mas cl > cr é só dos pobres de dinheiro. Então meu ouvido só doi qdo ouço um "Craudia", não qdo ouço a madame 'vou cortar meus cabelo'... Fico com meu ídolo Evanildo Bechara 'o estudante precisa ser poliglota em sua própria língua', acho que é este o papel da escola: ensinar a poderosa língua culta, aquela roupa de gala que a gente usa qdo a ocasião assim exige. Mas o professor JAMAIS deve desmerecer a língua do aluno ou apontar erros. Considerando, por ex., o jeito que os estagiários chegavam para a entrevista lá no DMAE (léxico de 2 palavras: 'tia' e 'bagulho'), a escola tem sido totalmente incompetente no ensino do 'português estrangeiro' chamado de norma culta...(BTW, Maurízzio Gnerre tem um livro interessante sobre o tema, Linguagem, escrita e poder. E Celso Luft tem um bem leve chamado Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna).

A BOLA DE CRISTAL DO BOM VELHINHO

O mundo está em completo rebuliço
E a gente tentando escapar ileso disso
Do lado debaixo do Equador mestiço
E aproveitando pra lambuzar o beiço.
           O sociólogo polonês Zigmunt Bauman, do alto de sua longa expeiriência de 86 anos de idade e de estudos, com extrema ludidez e emocionante simplicidade, define que com os “talk shows e reality shows” inauguramos a era do “Ágora” pós-modernidade. “Ágora” era a praça principal na constituição da pólis, a cidade grega da Antiguidade clássica. Era o espaço público por excelência. É nela que o cidadão grego convive com o outro para comprar coisas nas feiras, onde ocorrem as discussões políticas e os tribunais populares: é, portanto, o espaço da cidadania considerado um símbolo da democracia direta.
         Diferentemente da Ágora da Antiguidade, da democracia dos tempos de Platão e Aristóteles, a Ágora pós-moderna se interessa em discutir os problemas pessoais e individuais. As sociedades foram individualizadas, colocou-se câmeras e microfones nos confessionários e o particular tornou-se o interesse público!

        Contudo o sociólogo não perde a esperança na democracia, por falta de outra opção menos pior, mas não mais colocada como até aqui, na mesma perspectiva da antiguidade, no âmbito do Estado-nação ou local, mas sim numa perspectiva de uma “Democracia Global”, que constitua códigos para todos os países em outro tipo de ordem social da convivência humana. Considera que apenas duas questões são irreversíveis no planeta globalizado: o dilema da preservação ambiental e a interdependência entre as nações, em que pela primeira vez na história o mundo é, em certo sentido, um único país.
        Com estas reflexões do eminente palestrante do Fórum Fronteiras do Pensamento, minhas conexões  recentes de compreensão pessimista do aparente fracasso da União Européia e do morrer na casca do Mercosul ficaram embaralhadas e confusas. Percebi uma centelha de luz hegeliana na perspectiva apontada pelo sociólogo Bauman, no sentido de que a evolução do espírito humano tenha que dedicar mais algumas décadas, quem sabe todo o século XXI, para equacionar estas duas questões irreversíveis apontadas por ele.

           Há ainda toda a defasagem de concepção democrática no pêndulo baumaneano de “maior liberdade e menor segurança social ou vice-versa” entre o mundo ocidental e o mulçumano para ser resolvida, cujas revoluções por liberdade recém começam a engatinhar na Primavera Árabe. Parece razoável que o processo evolucionista da razão humana, rumo ao absoluto de um único país dos terráqueos, passe por estes processos de unificações continentais que tenham mais afinidades culturais entre si, tipo União Européia e Mercosul.  Isso até que prevaleça a racionalidade como um código universal em que todos os habitantes da Terra sejam irmãos e com igualdade de direitos de cidadania e de condições de sobrevivência...
Mas bah tchê, que viagem que a bola de cristal deste bom velhinho me fez entrar, deve ser por efeito da dopagem capitalista do espírito natalino!

A ÚLTIMA TOURADA EM BARCELONA

           Matar animais para entretenimento público é um costume que vem desde a antiguidade, dos gladiadores enfrentando leões na arena, em um jogo de matar ou morrer...
           Os jornais anunciaram que os espanhóis se despediram das touradas em Barcelona. Os fãs das touradas gritaram "olé!" pela última vez na praça de touros Monumental, de Barcelona, no domingo 25/setembro/2011, antes que a proibição ao esporte entrasse em vigor na região da Catalunha, no nordeste da Espanha.
           Depois que os catalães assinaram uma petição reclamando que “Tortura não é cultura”, a lei regional proibiu a tradição secular - que coloca um "matador" armado com uma espada em trajes brilhantes e capa vermelha contra um torturado touro enfurecido.
           O setor das touradas ainda está convencido de que tem uma chance de derrubar a proibição e trazer na próxima temporada os "toros" de volta para a Catalunha, a única região da Espanha que proibiu o esporte - ou a arte, como seus fãs a enxergam.
         De minha parte, reconheço que não teria coragem de participar da “farra do boi” catarinense (festa popular também já proibida por lei!), mas não participaria por puro medo mesmo, já que ali o risco maior penso que era dos pedestres que tinham que correr pelas ruas para salvar a própria pele. Confesso, porém, que se eu fosse à Roma Antiga ou à Espanha, na segurança da arquibancada do Coliseu ou da Plaza Monumental, certamente que pagaria ingresso para saber, com a curiosidade insana própria dos turistas, que emoção tão forte é essa  que fascina tanto as multidões no jogo desigual entre o gladiador e o leão, ou entre o toureiro e o touro...
          Matar animais por entretenimento público ou em sacrifícios de ritos religiosos são questões culturais que a evolução da razão humana, enquanto consciência coletiva, vai sociologicamente superando.
        Já não é mais admissível se jogar seres humanos na arena para os leões, as touradas estão em extinção e as oferendas em vias públicas de animais sacrificados também está se tornando a cada dia uma prática abusiva que atenta contra a coletividade.

         Nada como um século após o outro para  mudar os costumes culturais dos povos. Mas, como procuro ser um atento cronista da vida atual, espero ainda conhecer a maravilhosa Espanha com suas manifestações folclóricas e artísticas exuberantes, antes que elas acabem de vez ou que eu seja sacrificado aos deuses por velhice, doença ou tiro.

MINHA PRIMEIRA PREMIAÇÃO LITERÁRIA

            No mês de agosto passado,  recebi um email institucional da UFRGS comunicando sobre o “Concurso de Contos Caio Fernando Abreu”, promovido pelos Institutos de Letras e de Artes  em conjunto com a Associação Gaúcha de Escritores (AGES). Logo contos, pensei. Faz muito tempo que eu não me aventuro mais a escrever ficção. Era uma chance de jogar a isca, pra ver se beliscava alguma coisa! Mas como o prazo de inscrição era curto, lembrei de imediato da crônica “Grenal Sem Fim”, que havia publicado aqui no blog e que, mal ou bem, tem um pseudo personagem que transpassa toda a narrativa e que, portanto,  poderia ser considerada como um conto. Tratei logo de providenciar as sete cópias que eram exigidas para serem apreciadas pela Comissão Julgadora quando, desatento, só então percebi que era necessário inscrever no mínimo dois contos cada autor.


Tive que vasculhar no meu baú de escritos, dispersos em arquivos, digitais ou em papéis datilografados, atrás de algum conto antigo para preencher a cota. Encontrei dois textos da década de noventa, o “Conquista Urbana” e o “Por um fio de Cabelo”. A julgar pelo meu gosto, para cumprir a cota de dois contos no Concurso Caio Fernando de Abreu, inscreveria os textos “Grenal Sem Fim” e “Conquista Urbana”. Mas quem inscreve dois, inscreve três; era permitido inscrever até quatro contos por autor. Foi o que fiz, convencido desde o início que os dois últimos textos foram garimpados apenas para atenderem ao regulamento. Joguei as três iscas achando que deste mar não saía peixe. Imaginem, o concurso era aberto a todos os alunos de graduação e pós-graduação, docentes e servidores da UFRGS; em suma, se destinava ao universo que reúne a maior densidade de praticantes da seita satânica de  ler e escrever, os chamados ratos de bibliotecas e livrarias.
           Não acredito em bruxas, mas milagres acontecem. Em meados de novembro, logo após o encerramento da Feira do Livro, recebi um telefonema do Instituto de Letras me comunicando que eu havia sido premiado com “Menção Honrosa” no concurso e que estava sendo convidado para uma solenidade de premiação no Palácio Piratini do Governo do Estado...Eu?...Não é trote?... Palácio Piratini? Que chique!...
           Passado o eufórico estado de surpresa, veio a pergunta: qual texto foi o premiado? Não fiquei sabendo naquele momento. Minha mulher apostava que o prêmio tinha sido dado ao conto “Por um fio de Cabelo” e eu continuava convencido que o “Grenal Sem Fim” era o único que tinha potencial para que a Comissão Julgadora mordesse a minha isca. Com esta notícia pude abordar a minha atual professora de Leituras Orientadas II, Cinara Pavani, que era membro da Comissão Julgadora, para revelar-lhe as minhas atividades literárias e pedir-lhe o seu endereço eletrônico para inseri-la no rol de “possíveis leitores especiais” na divulgação das crônicas do meu blog.

              Assim foi que, feito num baile de conto de fadas, penetrei fundo pelos imponderáveis ambientes de castelos medievais do Palácio Piratini, pelos pátios com vistas para a Catedral e para o Guaíba, até acessar ao mitológico Galpão Crioulo do Palácio, local tradicional dos festejos dos detentores do poder de cada momento histórico. Então, feito a Gata Borralheira, de repente eu estava inserido de igual para igual com os grandes escritores gaúchos que são ou foram membros da diretoria da AGES. Na mesa principal, como cicerones, o Governador e escritor Tarso Genro e o Secretário de Cultura e escritor Luiz de Assis Brasil e, entre os atuais diretores da entidade, a professora Jane Tutikian, patrona da Feira do Livro 2011, que fizeram seus discursos enquanto jantávamos peixe assado no espeto com espumantes e vinhos da safra gaúcha. O microfone  ficou liberado ao público e nomes dos fundadores e destacados escritores e poetas sócios da AGES  foram lembrados e homenageados, tais como Celso Pedro Luft, Ivette Brandalise, Ivo Bender, Kenny Braga, Laci Osório, Luiz Antônio de Assis Brasil, Luiz Coronel, Luiz de Miranda (primeiro presidente da Associação), Luiz Pilla Vares, Lya Luft, Mário Quintana, Moacyr Scliar e outros tantos, alguns presentes e outros já falecidos.
A bem da verdade, esta pompa cerimonial toda não se destinava exclusivamente ao concurso de contos da UFRGS/AGES, mas principalmente à premiação, com uma escultura de Lília Manfrói, dos Vencedores do  tradicional “Prêmio AGES Livro do Ano”, em que é feita a eleição em várias modalidades pelos sócios da entidade. Por sorte nossa, os novatos que entramos de gaiato no navio, calhou de participarmos deste encontro especial, justamente quando a AGES estava comemorando seus 30 anos de existência, e todos os escritores e poetas presentes estavam animados com o fortalecimento e o prestígio denotados pelo atual Secretário Estadual da Cultura, que é do meio.
            Recebi o meu diploma de Menção Honrosa das mãos da presidenta da AGES, Maria Eunice, e os cumprimentos do Luiz de Assis Brasil e do governador Tarso Genro na mesa do cerimonial. Saí deste ambiente encantado com a promessa de que as obras vencedoras vão ser publicadas em livro. Mais uma vez a intuição de leitora e revisora da minha mulher funcionou mais do que a minha, o conto premiado foi mesmo o “Por um fio de cabelo”. Mas antes que a minha carruagem voltasse a se transformar na abóbora real da minha rotina de poeta e cronista blogueiro e de mero aspirante ao status de escritor com livro publicado, saí pelas escadarias do palácio sonhando com a habilitação de poder vir a ser um membro da intelectualidade gaúcha, de vir a ser um sócio da AGES.
            Espero que esta premiação sirva de respaldo qualitativo para que consigamos que o DMAE seja o patrocinador para a publicação do almejado livro de crônicas deste blog “Diário de Obras de um AposentaNdo”, assim como certamente vai servir de estímulo para que eu volte a escrever contos para um próximo blog... me aguardem!

GALOS DE ENCRUZILHADAS NO DMAE

Matar animais em sacrifícios religiosos vem de tempos mais remotos do que matar por entretenimento público nas arenas romanas, vem do Velho Testamento bíblico, desde quando Abraão ia sacrificar seu filho Isaac a pedido de Deus que, na última hora, diante de tamanha prova de fé insana, trocou o  sacrifício humano pelo de um cordeiro...

Em 2004, o então governador gaúcho Germano Rigotto,  aceitou e sancionou o projeto de lei que permite o sacrifício de animais em rituais dos cultos africanos. O projeto, proposto pelo então deputado Edson Portilho (PT), alterou o Código Estadual de Proteção aos Animais, estabelecendo que animais destinados à alimentação humana poderão ser sacrificados. Com isso, pelo menos seguiu vetado o abate de animais domésticos, como cães e gatos; também continuou proibido o sacrifício de espécies ameaçadas de extinção, animais silvestres e rituais com requintes de crueldade. O Governo entendeu que o objetivo da lei era resguardar a liberdade de credos e que a lei não é favorável à crueldade;  pretendia (quanta ingenuidade!) acabar com a polêmica entre defensores dos animais e religiosos de cultos africanos.
A Câmara de Vereadores de Porto Alegre também autorizou o sacrifício de animais em cultos de origem africana. Os vereadores aprovaram o projeto de lei complementar que alterou o Código Municipal de Limpeza Urbana que classificava como ato lesivo a deposição em locais públicos de animais mortos utilizados em cultos de religiões africanas e da umbanda. No texto do código municipal, o depósito de animais mortos ou partes deles em via pública previa multas para os infratores.
         O autor do projeto complementar, então vereador Guilherme Barbosa (PT e ex-Diretor Geral do Dmae), alegou que o texto do Código Municipal de Limpeza Urbana confrontava com a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (LOM), que determina liberdade para o funcionamento de cultos, igrejas e o exercício do direito de manifestação cultural coletiva. O vereador lembrou ainda que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, a liberdade de consciência e de crença é inviolável e o livre exercício dos cultos religiosos é assegurado, assim como a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
         Há, porém, controvérsias sobre estes argumentos “teologicamente corretos”, uma vez que  prevalece em vários estados e cidades do Brasil a premissa da higiene e saúde publica nas vias urbanas, que restringem o exercício dessa liberdade de culto ao âmbito privado das seitas, em respeito à liberdade de ir e vir dos cidadãos sem terem que conviver com carniças em putrefação que tornam fedorentas e intransitáveis as encruzilhadas de algumas ruas da cidade.
Os funcionários do DMAE que trabalham nos prédios do bairro Santana conhecem bem o que é conviver com este problema de despachos na encruzilhada da Av. Princesa Isabel com a Rua Dr. Gastão Rhodes. Eu, que trabalhei na região por mais de trinta anos, no mínimo uma vez por mês presenciei velas acesas em oferendas  religiosas nesta esquina (em que eu passava quatro vezes por dia), geralmente contendo  animais sacrificados e bebidas alcoólicas, comidas e charutos e, naturalmente, muito fedor!
Certa vez eu assisti pessoalmente o  alto risco que a pessoa que estava fazendo a oferenda corria ao, não contente em colocar junto ao meio fio da calçada, como era costume, enfrentou o incessante fluxo de carros até conseguir colocar uma galinha e velas acessas bem no meio da pista de rodagem da Av. Princesa Isabel. É mole? Naturalmente que os carros passaram perigosamente por cima das velas acesas, sujeitos a incendiarem, até destruírem completamente com o despacho. Mas o pior foi que, de tantos os pneus dos veículos passarem por cima, o cadáver da galinha praticamente virou partículas de fósseis impregnados junto aos paralelepípedos da rua; e a região toda até o colégio São Francisco ficou tomada pelo fedor de carniça podre. Por muito tempo os funcionários do Dmae e as crianças do colégio tiveram que suportar as conseqüências prejudiciais à  saúde publica do exercício de liberdade de culto daquele único cidadão!
Assim como a fé move montanhas, ela também faz as pessoas cometerem loucuras, provocando tanto guerras religiosas como casos pitorescos, como o de um certo despacho em que o sujeito colocou um galo vivo amarrado como oferenda. Alguém se apiedou do bichano e o soltou no pátio do  jardim cercado em frente à Divisão de Água do Dmae.
A Magda, servidora do Dmae que trabalha numa sala com janela justamente para aquela esquina, que já tem cadastro no DMLU e talvez seja a maior solicitadora do serviço de “recolhimento de cadáveres de animais da via pública” de Porto Alegre, passou a levar milho pro galo, que se aquerenciou naquele território gradeado em que ficava protegido dos cães noturnos. Assim, vários outros funcionários simpatizaram com o galo solitário que até ganhou o nome de Romário e, por brincadeira de alguém,  andava  ciscando pelo jardim portando pendurado no pescoço um crachá de servidor do Dmae!
Romário, após viver dois meses naquele cercado, protegido como talismã do sobrevivente de corpo fechado, foi ficando audacioso dono do terreiro e começou a bicar as pessoas que invadiam o seu território. Por causa disso, lá pelas tantas, ele  foi doado por consenso para um dos funcionários que tinha um galinheiro em casa. Romário foi então viver no equivalente ao paraíso islâmico, onde tinha várias galinhas disponíveis para cobrir. Marrento, Romário abusou da sorte na vida boa e andou bicando o pai do seu dono, que era diabético e sofreu muito para curar os ferimentos do sobrevivente metido a galo de rinha.  Foi então que o Romário cumpriu sua sina de servir de oferenda, mas não foi para os deuses ou pais de santos e orixás. Sacrificado, o galo foi feito galinha pra panela e acabou servido ao molho pardo num almoço dominical aos mortais comuns da família.

BLOGAR OU PUBLICAR LIVROS?

Na crônica “Fim de um Mundo” o jornalista Juremir Machado alardeia que o livro de papel está com os dias contados e que as novas gerações não têm a menor relação afetiva com o suporte papel da escrita. Que este é um modelo de negócio que chega ao fim. Contudo, volta e meia o mesmo cronista fica se lamuriando, em sua coluna diária no Correio do Povo  (da qual sou leitor viciado!), devido à falta de repercussão dos seus livros na crítica midiática, ele  que costuma editar pelo menos um livro por ano.
Naturalmente que toda a pessoa que gosta de escrever almeja ter um livro seu publicado. Eu gosto de escrever e desejo publicar um livro escrito por mim (antes que livro vire raridade feito disco de vinil). Mas também tenho a noção do quanto de fantasioso é este desejo, pois publicar um livro é criar um “elefante branco” de difícil distribuição. Que grande realização pessoal é esta de publicar um livro para ficar encalhado ou para ser distribuído (gratuitamente!) entre os familiares e amigos convocados para a sessão de autógrafos?...
A lamúria recorrente do Juremir é a de quem trabalha num jornal de grande circulação e cuja empresa costuma fazer  promoções no âmbito regional para vender os livros do seu principal cronista. Ainda assim o cara não consegue obter a sua devida projeção nacional como escritor. Compreendi este aparente “pseudo drama” de um bem sucedido jornalista, quando ao comentar na sala de aula do curso de Letras da UFRGS uma crônica da sua briga com o Luís Fernando Veríssimo, a professora me indagou surpresa: O Juremir continua escrevendo? Por onde ele anda depois que saiu da ZH?... Só então percebi que quem não está na Zero Hora da RBS/Globo/VEJA, não existe! São mundos paralelos que se mantêm separados em nível nacional, inclusive na crítica cultural midiática e editorial dominada pela Rede  Globo,  que simplesmente ignora a existência dos talentos do outro segmento. Se o Juremir é um maldito excluído do mercado editorial, o que sobra para nós, obscuros cronistas anônimos?...
Ainda bem que a informática desenvolveu o mundo maravilhoso dos blogs, onde caras como eu (que gostam de escrever sem pretensões de se profissionalizarem nem de se tornarem bem sucedidos cronistas de jornais) podem bater sua bolinha como amadores da várzea das letras, com a possibilidade de alguma galera de internautas acessarem seus escritos. Nos blogs os caras como eu podem publicar seus escritos e ficarmos chuleando possíveis leitores à deriva no ciberespaço, sem precisarmos pagar o mico de ficarmos com milhares de livros encalhados em casa, ou entulhando as estantes (sem ser lidos) pelos coitados dos nossos amigos e parentes.
A propósito, recolhi do professor Luís Fischer  alguns  argumentos favoráveis a se blogar: É bom ter audiência, mesmo sem fazer idéia de quem são os leitores. Você apenas precisa aprender a lidar com essa relação meio íntima com leitores tão anônimos. Com o tempo você percebe que sobrevive sem comentários. Segundo as estatísticas, apenas 1% dos leitores deixa um. Então pare de implorar pelos comentários dos amigos. Blogar ajuda a organizar as ideias, exercitar a escrita e você ainda corre o risco de escrever algo realmente bom. Amigos distantes, ou distanciados, se sentem próximos ao ler o seu blog. Você não precisa de orkut para se relacionar, e só se expõe se, e o quanto, quiser. Você está deixando um registro histórico, da sua vida ou da sua época, embora isso pareça uma grande pretensão agora. O fato de blog não dar dinheiro não é motivo para parar. Pense bem: você realmente não começou porque havia essa possibilidade. No blog você pode (quase) tudo, e nenhum editor vai chamar a sua atenção.
Contudo, publicar um livro com esquema de distribuição e público leitor  garantido é o que todo  o ”escrevinhador” sonha. No último mês este blog bateu o seu próprio recorde de acessos, ultrapassou 1.100 visitas: Uau, público leitor temos! A propósito, aguardem que em breve relatarei o resultado das tratativas que estou articulando junto a diretoria do Dmae, visando a publicação de um Livro dos AposentaNdos da PMPA, contendo uma seleção de crônicas deste blog, para ser distribuído gratuitamente no Kit do Previmpa e pela SMA no Curso de Preparação para Aposentadoria. Não é uma boa idéia? Então, mas vou precisar do apoio de todos vocês nesta cruzada difícil para acessar aos meios de produção, batalha que já dura alguns meses. Depois eu conto timtim por timtim...tomara que com uma boa notícia no final!

VERDES REFLEXÕES NO DIA DO SERVIDOR PÚBLICO

        O lançamento da Semana do Servidor Público, realizado pelo governador Tarso Genro, contou com o anúncio de medidas voltadas ao servidor estadual: aumento da Gratificação por Permanência e Contracheque Verde.
       O projeto da Gratificação de Permanência, que deverá passar antes pela Assembléia Legislativa, aumenta o benefício de 35% para 50% sobre o salário básico. A medida é válida para funcionários com possibilidade de aposentadoria. No caso do magistério, o percentual pode chegar a 80%.
        Na Prefeitura de Porto Alegre o Abono Permanência se restringe teoricamente a isentar os 11% de contribuição da previdência, mas nem isso realiza. Como o valor é computado como rendimento, dele é descontada a mordida do leão do Imposto de Renda, resultando como efetivo Abono Permanência uns míseros 8%! Há previsões de que se aposentem cerca de 1.000 servidores municipais por ano. Quando a PMPA também vai se preocupar em desenvolver, a exemplo do Estado, uma política atraente que dê um sinal verde para manter em atividade seus profissionais aposentaNdos? Nunca?!...
          O Contracheque Verde, anunciado pelo governador como um prêmio no Dia do Servidor Público, como um presente de grego a medida prevê que o contracheque dos servidores não será mais impresso, mas disponibilizado no Portal do Servidor e do Banrisul.

         O contracheque culturalmente é um documento oficial que registra as vantagens, avanços e progressões da carreira profissional dos servidores. Eu próprio tenho bem guardado todos os contracheques, desde maio de 1974, de toda a minha vida profissional. Em nome de um pseudo ato verde em defesa da natureza, alegando poupar o uso de papéis (que são totalmente recicláveis!), esta iniciativa governamental está, na verdade, repassando o custo desta impressão e deste papel para o servidor, pois ele vai continuar precisando culturalmente deste documento para gerir a sua vida, inclusive para crediários no comércio.
         Mas o pior mesmo é a discriminação aos “excluídos-digitais”, aos servidores que não dominam e não dispõem de acessos aos portais informatizados, aos idosos, que terão maior dificuldade de obterem seus contracheques...Este Cavalo de Tróia Verde presenteado aos servidores é revoltante!

          O DOPA VERDE – Recentemente o Diário Oficial de Porto Alegre (DOPA), que tinha uma tiragem determinada para ser distribuída entre os setores de todas as Secretarias e Departamentos, de modo a dar transparência e manter informados os seus servidores dos atos e despachos governamentais, também deixou de existir fisicamente e passou a ser uma publicação virtualmente VERDE.
         Dava gosto de ver os colegas lendo atos e portarias, dos “designa, cessa, nomeia, lota” até os “pune, exonera”; de minha parte eu sempre lia apenas as matérias culturais de capa e contra-capa, mas ficava sabendo pelos demais das “novidades”. O jornal DOPA passava de mesa em mesa, cada um o rubricava como lido e passava adiante, percorrendo inclusive vários setores. Isso acontecia desde sempre, de antes do DOPA, já era tradição nos órgãos das repartições na época em que eu comecei a trabalhar na Secretaria Municipal da Fazenda – Divisão de Tributos Imobiliários em 1974, quando era ainda um Boletim Informativo impresso em folhas de papel ofício grampeadas.
          Agora, virtual, é como se tivesse deixado de existir. Culturalmente se destinava um momento do dia para folhear o DOPA a fim de se poder passá-lo adiante para o próximo leitor. Agora, como o que não é visto não é lembrado, o DOPA tornou-se absolutamente inútil para os servidores, não gasta papel mas também não serve mais ao que se destinava.
         Na verdade o DOPA passou a funcionar como um arquivo morto, ou seja, temos que descobrir por outros caminhos transversos em qual edição foi publicada tal ou qual portaria ou ato, e depois fazer a busca para acessar online. Deixou de ser uma fonte de informação e, em nome de poupar talvez os papéis mais bem usados e aproveitados da administração (que não recicla sequer seus próprios papéis!), o DOPA passou a ser um mero recurso de pesquisa, um google da burocracia municipal.
               Por baixo do poncho de proteção do verde patronal sempre tem alguma armadilha tipo “pega-bobo”,  de desinformação sistemática da plebe rude. Tanto é assim que o ato da minha aposentadoria foi publicado no dia  18/10/2011 e ninguém do DMAE ficou sabendo até que eu divulgasse aqui no blog; nos tempos em que o DOPA era impresso em papel isso jamais aconteceria,  sempre alguém espalharia a novidade. Assim, sabe-se lá quantas coisas vão passar por baixo do poncho verde sem que ninguém fique sabendo. Hein?...

OS CAPACETES BRANCOS E A BATALHA FINAL

           No evento de comemoração dos 80 anos da estátua do Cristo Redentor no RJ, realizado no mês de outubro, foram inaugurados dois bustos de bronze ao pé do monumento que é uma das maravilhas do mundo moderno: o busto do bispo que a encomendou e, por incrível que pareça, o busto do engenheiro que construiu a obra!! Finalmente lembraram do engenheiro que construiu aquela obra fenomenal e impressionante com a tecnologia precária da época. É praticamente uma pirâmide tupiniquim.
         Este é um sinal cultural dos novos tempos, tanto que no embalo das obras dos PACs e da Copa do Mundo no Brasil, os cursos de Engenharia estão entre os mais procurados no próximo vestibular da UFRGS. Somados, nos 16 cursos de Engenharia oferecidos, a quantidade de inscritos cresceu e está atrás apenas da medicina em número de candidatos.
           Mas na prefeitura de Porto Alegre esta tendência de valorização dos profissionais da área de engenharia (arquitetura e agronomia), ainda vinha enfrentando resistências. Por aqui ainda prevalecem fortes resquícios de uma administração arraigada culturalmente à concepção tecnocrata “jurídico-fazendária”, ou seja, de valorização de quem meramente arrecada e executa cobranças, em detrimento de quem produz benefícios e presta serviços diretos para os contribuintes.

          Por isso, lutando como leões, o Movimento dos Capacetes Brancos vinha mobilizando há seis meses estes servidores públicos municipais em “capacetaços” pela cidade, gritando por valorização profissional da categoria. Enquanto faziam barulhos com buzinaços para serem ouvidos, o executivo municipal fazia ouvidos surdos de mercador, como quem só queria barganhar sistematicamente e gastar o tempo visando desarticular o movimento pelo cansaço...

           Este tipo de políticagem antiquada, de se aglomerarem políticos no palanque somente na hora de inaugurar obras, quando tudo é festa; e de tirarem o corpo fora e jogarem os profissionais na fogueira quando a obra dá qualquer problema técnico, precisa ser superada pela administração pública com uma postura de valorização permanente de quem é cobrado permanentemente em seu ofício por suas responsabilidades técnicas (VRT).
         Como mais um sinal cultural afirmativo dos novos tempos, finalmente esta realidade começa a ser transformada na Prefeitura de Porto Alegre, graças ao Movimento dos Capacetes Brancos que conseguiu obter uma proposta que, mesmo não atingindo plenamente a isonomia salarial almejada,  consagra como vitoriosa a bandeira de luta (2,5 básicos) conquistando um avanço significativo (1 básico) na redução de 40% das distorções salariais  entre os técnicos científicos de nível superior.
         Na amadurecida Assembléia Geral da categoria que votou pela aceitação da proposta da Administração, computou-se como o principal saldo do movimento, além da vantagem financeira que não é pouca, a capacidade de união e de mobilização dos capacetes brancos, as atitudes corajosas como o “Liberação Zero” e o botar a cara em incontáveis atos públicos.

         Contando com lideranças totalmente comprometidas com os interesses comuns do movimento (Valeu Eng° Adinaldo do Dmae, meu líder!), devolveram aos profissionais dos capacetes brancos a dignidade cidadã de serem novamente agentes interlocutores de suas próprias carreiras. Reconquistaram a capacidade de pautar discussões com a Administração municipal daqui pra frente, seja quem for que estiver no poder.

- Valeu Capacetes Brancos, nossos heróis, os cabeças brancas aposentados agradecem!

Veja como bônus os meus clipes do Movimento no Youtube:

A Batalha Final no Paço

Assembléia Geral da Vitória (ainda que parcial!)


HOMENAGEM PÓSTUMA À FÁTIMA SILVELLO

Hoje eu fui ao cinema assistir ao “Filme dos Espíritos”, onde pude chorar bastante em luto da Fátima Silvello, que desencarnou e estava sendo velada e sepultada naquele mesmo horário. Agora, sob o efeito da mensagem do espiritismo contida no filme, de que há vida após a morte, fico refletindo sobre o ensinamento budista de que temos muitas vidas e mortes numa mesma existência. A Fátima foi protagonista numa das minhas vidas passadas, numa época em que eu saía chamuscado e arisco do meu primeiro casamento, quando mergulhamos juntos na militância sindical. Belos tempos de sonhos utópicos aqueles!
Os dois jovens estudantes, de sociologia e de engenharia, convertidos para as lutas sociais de redemocratização no Brasil no início da década de 1980, constituíram os pilares de aglutinamento de toda uma geração de servidores do DMAE que passavam a se empenhar na organização da  categoria dos municipários. Fizeram de instrumento de luta e conscientização setorial a Associação dos Servidores do DMAE  (ASDMAE), mas tendo sempre como perspectiva maior a construção da Associação dos Municipários (AMPA) como uma entidade pré-sindical, até que a legislação federal permitisse a sindicalização dos funcionários públicos. Belos tempos utopicamente revolucionários aqueles!...
Muito trabalhávamos juntos na elaboração dos boletins, jornais e cartazes do movimento, eu entrava com o texto e ela com a arte e diagramação, desenhista profissional e criativa que era. De tanto nos identificarmos e nos misturarmos um com o outro, nos envolvemos afetivamente, mas tímidos e ariscos, ninguém tomava iniciativa, até vivenciarmos uma temporada mágica no Rio de Janeiro, num apartamento em Jacarepaguá, cedido pelo amigo Marco Arildo do Trensurb (Valeu Marco!). Foram momentos que me fizeram voltar a acreditar que a felicidade existe! Belos tempos utopicamente românticos aqueles!...
Depois, pelos desígnios insondáveis do existir, morremos naquela vida pra renascermos em outras; mas nunca mais voltei ao Rio que continua lindo em minhas memórias... Por peripécia do destino, para possibilitar que não deixássemos  nada mal resolvido nesta existência, posteriormente trabalhamos  juntos na mesma sala da Assessoria do Diretor Geral, no início da era petista na Prefeitura, e voltamos a trabalhar juntos na Assessoria Comunitária do Dmae (ASSEC) mais adiante. Participamos juntos, a socióloga e o engenheiro, de trabalhos comunitários de saneamento nas vilas e das históricas reuniões noturnas do Orçamento Participativo (OP do meu irmão Gildo Lima, também já falecido!) junto com a população. Belos tempos utopicamente construtivistas eram aqueles!...
Os últimos contatos que tivemos foi há poucos anos atrás, antes dela se aposentar definitivamente do Dmae, por ocasião da obra de drenagem que ela fiscalizava no pátio da minha Divisão de Manutenção. Depois soube que estava doente e passei a lhe enviar emails com links de acesso para o blog e hoje, 23/outubro/2011, soube que a “companheira Fátima Silvello” não está  mais entre nós...Que coisa, hein?!...
Espero que os espíritas e os budistas tenham razão e que existam realmente reencarnações e renascimentos cármicos, para que possamos aproveitar evolutivamente as convivências que tivemos com pessoas especiais (como a Fátima foi para mim) em nossa vida atual.

- Belos tempos, valeu companheira Fátima Silvello!