MÚSICAS FAVORITAS PRA SE OUVIR NO CARRO

13/02/2012
        No verão, época de longas viagens dos gaúchos para as lindas praias de Santa Catarina, ouvir música no carro é muito bom, é como estar em uma cabine estereofônica de audição. Mas não é qualquer música, cada um tem o seu gosto musical. O problema durante o ano todo é encontrar boas músicas tocando no rádio do carro justamente naquele momento que você quer. Pra tentar solucionar esta dificuldade os aparelhos de rádio foram dotados de teclas memorizadoras das rádios preferidas de cada usuário. Ajudou bastante, mas não resolveu. Quantas e quantas vezes se perambula repetidamente por todas as teclas das rádios e todas estão, parece que combinadas, fazendo seus comerciais no mesmo instante? Coisa mais irritante! E agora, depois da coqueluche modista das rádios produzirem programas de falatórios de abobrinhas, tipo Mesa de Redação, Sala do Cafezinho, Pretinho Básico, etc., que ficam ocupando a cabeça das pessoas, conseguir ouvir uma música no rádio do carro se tornou uma loteria, só com muita sorte.
          Então a tecnologia desenvolveu a portabilidade musical, disponibilizando que o sujeito acesse às suas músicas favoritas no carro, inicialmente  através de fitas cassetes, depois de CDs e agora de pendrives, em que se pode colocar todas as músicas que se queira  em mp3. Também ajudou bastante, até resolveu o problema que se tinha, mas acabou criando outro talvez maior ainda. Agora, com a possibilidade de se dispor de centenas de músicas favoritas no carro, a questão que fica é como ordenar a sequência de audição delas?  Primeiro, como selecionar as tais músicas preferidas de cada um? Como produzir um conjunto musicalmente harmônico que não se torne chato de ouvir?...
Geralmente só levamos pro carro os cds oficiais da nossa discografia pessoal  em caso de viagens longas, quando temos tempo e companhia para o manuseio das trocas de CDs no aparelho de rádio. Até por que não dá pra deixar os CDs sujeitos às intempéries no carro durante o ano.  Mas a porca torce o rabo é na confecção das seleções de música em mp3: organizar em pastas ou em lista por cantores, ou pela ordem alfabética do nome das músicas, para que fiquem aleatórias? E, antes disso, para haver uma seleção é preciso que haja uma pré-audição para definir, esta música vai e esta não entra. Este é o ponto.
Nos últimos anos produzi vários CDs, já em mp3, de seleções das minhas músicas preferidas reunidas em grupos afins (MPB, bossa-nova, rock nacional, nativista, latinas, bregas e pop-rock internacional), mas nenhum ficou suficientemente bom para se manter interessante de ouvir por mais do que uma curta temporada no carro. Sabem porquê? Por que em nenhum houve uma pré-seleção criteriosa e abrangente, todos se resumiam a reunião das melhores músicas de dois ou três cantores que, ouvidos e repetidos, logo enchem o saco!
        Agora, aposentado, posso finalmente dispor do meu tempo para fazer uma coisa de fundamental importância, que é reconstituir a trilha sonora da vida da gente. Claro que esta seleção nasce fortemente prejudicada pelo fato da maioria das minhas músicas favoritas  estarem aprisionadas analogicamente nas dezenas de LPs de vinil e fitas cassetes que mantenho, sem que eu tenha dominado a tecnologia de convertê-las para digital. Em compensação, de alguns poucos cantores já disponho da discografia completa em mp3. É uma coisa fantástica poder transitar por toda a vasta obra do Raul Seixas, por exemplo, e descobrir tantas pérolas musicais que sequer eu conhecia, além daquelas músicas clássicas que estouraram nas paradas do rádio e da TV e que foram regravadas pelos monstros sagrados da MPB. O Raulzito era gênio!
Estou, pois, ouvindo atentamente um por um de todos os  meus CDs e selecionando: esta música entra e esta não vai. É uma colheita pacienciosa que demanda tempo e pesquisa. Algumas músicas foram gravadas por vários artistas, é preciso escolher qual foi a versão que mais  ficou marcada na memória emotiva musical da gente. É preciso deixar o inconsciente se manifestar neste processo seletivo que vai constituir o rol das nossas músicas favoritas, ou seja, que vai reproduzir a trilha sonora de nossas vidas...


Hoje, quarta-feira de cinzas, quando todo mundo está voltando de ressaca carnavalesca das praias, na contramão do fluxo da freeway e BR101 vou ouvindo minhas músicas favoritas no carro e  fugindo das lamacentas águas marrons de chocolate gelado do nosso litoral, rumo ao mar do norte da ilha de Floripa, para enterrarmos os ossos do carnaval nas quentes, calmas e transparentes água azul marinho de Jurerê...

50 ANOS DA AEAPOPPA – HISTÓRICO DE LUTAS

        Menos de um mês após a criação do Dmae, ocorrido em 15/dezembro/1961, AEAPOPPA (Associação dos Empregados Autárquicos e Pessoal para Obras da Prefeitura de Porto Alegre) foi fundada em 12/janeiro/1962, tendo como presidente fundador Armênio Ferreira de Souza.
         Assim como o DMAE foi criado por exigências bancárias para viabilizar empréstimos no BID para investimentos em saneamento, a AEAPOPPA também foi criada para propiciar empréstimos e financiamentos através de convênios com lojas, supermercados e farmácias aos servidores do novo Departamento que nascia.
        Na década de 1960 a diretoria fundadora consolidou a entidade junto ao quadro funcional do Dmae.
        No início de década de 1970, o então presidente da associação (gestão 1970-1971), Manoel Pedro Teixeira, instituiu um “Livro de Atas e Registros”, registrado no Cartório do Registro Especial, que constitui uma verdadeira relíquia histórica da trajetória dos “50 anos da AEAPOPPA” que se comemora em janeiro de 2012.
       Resgatando este importante legado manuscrito de próprio punho da organização dos trabalhadores públicos municipais portoalegrenses, prestamos nossas devidas homenagens às lideranças classistas que construíram esta entidade que desde a sua fundação tinha por sua finalidade estatutária “defender os interesses profissionais e de classe, pugnar pela melhoria da situação de seus associados, lutando junto às autoridades competentes e dentro das normas legais, pelos direitos individuais e coletivos de seus associados e da classe”.
        Consta que a AEAPOPPA, na presidência de Francisco Claresdino de Bem (gestão 1972-1973) tinha sede provisória na Rua Mostardeiro, frente ao nº 189.
        A partir de 1974 assumiu a presidência da associação José Luiz Monteiro de Carvalho, que se manteve dirigindo a entidade por oito anos consecutivos, portanto se reelegendo por mais três mandatos, exercendo o cargo até 1981.
      Nos dois biênios seguintes(1982/1983 e 1984/1985) a AEAPOPPA foi presidida por Tolentino Cardoso de Vargas, tendo com vice-presidente o presidente anterior.
      Em 1984 consta que a sede da associação era sito na Rua 24 de Outubro, frente ao nº 200.
        Para o biênio 1986/1987 pela primeira vez concorreram duas chapas para diretoria da entidade, sendo que na disputa acirrada foi eleito Natálio Duarte (com 57% dos votos). Contudo a diretoria empossada resultou numa composição das duas chapas, contemplando os dois presidentes anteriores da AEAPOPPA (Carvalho e Tolentino) como componentes da nova direção.
      Esta mesma coligação das lideranças se reproduziu na gestão seguinte (1988/1989), tendo Natalio Duarte como presidente e Tolentino como vice.
     Natalio Duarte se reelegeu para os cinco biênios seguintes ( 1990/1991, 1992/1993, 1994/1995, 1996/1997 e 1998/1999), tendo como primeiro vice-presidente Vilson Mezzari dos Santos e como segundo tesoureiro Lidson Rodrigues Bassani.


         Em 1993, tendo em vista o crescimento do quadro social, a diretoria decidiu pela aquisição de um microcomputador para agilizar os cadastros, bem como pela contratação de uma terceira funcionária, compondo a equipe das três Meninas Super Poderosas da AEAPOPPA (Olga, Márcia e Deise).
        Em 1999 houve a transferência da sede da associação para a Rua 24 de Outubro nº 211.
       O biênio 2000/2001 foi o período em que migraram para a AEAPOPPA vários conveniados da UNIMED que tinham o contrato de saúde através da associação ASDMAE, a qual se encontrava em dificuldades financeiras por deficiências administrativas. Para esta gestão foi eleito como presidente Lidson Bassani, tendo como primeiro tesoureiro Renato Lopes Rosa e, na nominata do Conselho Fiscal, contendo alguns líderes do movimento de migração do plano de saúde para a AEAPOPPA, tais como Alceu Lisboa e Ari Krasner.
    Esta composição diretiva da entidade, com Lidson Bassani na presidência, se reelegeu sucessivamente para os quatro biênios seguintes (2002/2003, 2004/2005, 2006/2007, 2008/2009).



         Em 2005 consta a transferência do endereço da sede da rua 24 de Outubro nº 211 para a Rua São Luiz nº 510, mediante a solicitação da SMED para a desocupação imediata do prédio.
         Em ata de Assembléia Geral de setembro/2008 foram promovidas alterações estatutárias na AEAPOPPA, na forma de um Novo Estatuto, que aumentou o mandato da diretoria de dois para quatro anos, entre outras tantas alterações.

        Em 2010 eclodiu uma crise interna da diretoria em exercício, quando veio ao conhecimento público dos associados a grave situação financeira da AEAPOPPA, devido a ações irregulares em benefício próprio atribuídas ao então presidente da entidade. Para este pleito, que só foi convocado no segundo semestre de 2010 por pressão dos associados (quando deveria estatutariamente ter sido publicado edital de convocação da eleição no primeiro semestre pela diretoria), inscreveram-se duas chapas. Na maior mobilização de todos os tempos na associação, compareceram nas urnas 225 associados, sendo que com 179 votos (80%) foi eleito Antônio da Motta Gonçalves como novo presidente, tendo como tesoureira Ângela Maria Borges Vargas, por um mandato de quatro anos.
       Hoje, após um ano de mandato exercido com uma gestão de austeridade e transparência, a nova diretoria já conseguiu restabelecer o equilíbrio financeiro da associação e possibilita que a AEAPOPPA comemore o seu “Cinquentenário” com orgulho de sua trajetória de realizações no passado, com vigor para realizar conquistas importantes no presente e com otimismo saudável no futuro.
         Assim, a nossa AEAPOPPA segue firme rumo ao seu Centenário, apoiando as lutas dos funcionários e com a meta de se transferir para uma sede em que possa oferecer atividades recreativas aos seus associados (jogos de fla-flu, xadrez, dama, ping-pong, bocha, etc.), tanto aos da ativa como aos aposentados, promovendo a integração de todos aqueles que passaram a vida inteira trabalhando juntos pelo engrandecimento do Dmae e da PMPA.
50 ANOS DE AEAPOPPA: Parabéns aos associados!