Comentários do blog no primeiro semestre/2013

               Estou postando os comentários sobre as matérias publicadas neste blog  durante o primeiro semestre de 2013. Esta é a minha forma de agradecer e incentivar a inteiração online com os leitores que prestigiaram o Diário de Um Aposentado do Dmae, clicando com mais de 20 mil acessos ao longo dos três anos e meio de sua existência!!!
              Dedico especial agradecimento aos seguintes comentaristas do semestre:
Roberta Ferraz - TVGlobo
Oi, Celso.
 Tudo bem? Trabalho na produção do programa Globo Repórter e estou começando um programa sobre “novas famílias”. Estou procurando um casal que seja casado, mas que sempre tenha vivido em casas separadas. Li no seu blog que você e sua mulher vivem separados. Podemos conversar? Quais os seus contatos?  Obrigada!
Globo Repórter
Rua Von Martius, 22 - PA - sala 205
Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ

Gabriela Werlang
Assunto: Entrevistando um Aposentado
Bom dia Celso! Que bacana que a entrevista tenha sido produtiva de alguma forma para você! Sinto-me orgulhosa de participar de seu blog...E quando meu trabalho estiver pronto, pretendo compartilhar com a Prefpoa e com meus queridos entrevistados que contribuíram muito para meu trabalho, tanto que minha nota parcial ficou em 9!
 Abraço, Gabriela.

Cida Lopes
Assunto: Entrevistando um Aposentado
Obrigada, Prezado e Querido Celso, por citar-me em seu blog com suas amáveis palavras. Parabéns pelo belo trabalho que vens realizando. Em breve, quero ter a honra de lhe entrevistar. Será possível?
Beijos e um enorme abraço,

De: ana lucia vellinho dangelo
Assunto: Trabalhadores Amparados na AMPA
Que tempo bom AQUELE!!  bjs

Paulo Portalet
Assunto: Aniversário do POA
Muito legal, amigo Celso. Altamente elucidativo.Em verdade nunca havia sequer (?)
pensado  nas origens , aceitando simplesmente como “Usina do Gasômetro “ aquele prédio e sua chaminé. Abraço, Nato.

Ricardo Mainieri
Assunto: Municipários sem assistência médica, até quando?
É preocupante a situação, Celso. Principalmente, para os mais humildes que não tem condições de arcar com os custos de um plano de saúde convencional. Creio que o nosso ex-colega João Paulo tem tentado injetar uma mentalidade mais renovadora na AFM, buscando ampliar e qualificar os serviços. No entanto, as dificuldades são grandes.
Creio que a PMPA, ainda, vai repassar recursos até o fim do ano, enquanto se estuda uma solução. Mas, em caso contrário é necessário que o SIMPA abandone sua idéia de vinculação ao IPÊ, curiosamente apoiada pela Administração, e busque um recurso rápido e eficaz para os servidores. Menos discurso e mais realização meus colegas do SIMPA.

Adinaldo
Assunto: Direito dos Estudantes no Dmae
Não podemos se entregar pros homens, de jeito nenhum, amigo e companheiro. Eu tive um problema idêntico só que eu queria a redução da carga horária, ou seja, a dispensa do regime. Foi uma luta ferrenha que depois de muitas ameaças consegui no peito e na raça. Essa é a vida!De luta em luta vamos em frente, talvez essa seja a sina do gaúcho. Forjado a ferro e fogo.

Jorge Amaral
Estas palmeiras sobre as pontes já foram pesquisadas e são únicas no mundo.

Paulo Renato Wabner Portalet
Caro amigo Celso, tens a capacidade de enxergar coisas que nos passam desapercebidas no nosso dia a dia, e melhor, escrever para despertar nossa atenção. Abraço, Nato.

Dalia Tavares Leindecker
Assunto: De Žižek à Hugo Chaves e aos Coletivos Urbanos
Celso a força da vida é incrível. A juventude acaba percebendo novas trilhas. Que sejam iluminadas. O perigo é serem atropeladas pelo peso e o medo das velhas pilastras abaladas pela passagem dos tempos. Sente o peso da Igreja Católica nesta transição do poder? É uma situação trágica! To be or not to be? É muita carga de interesses acumulados que não se entregam no mais! Tem perigo na esquina...Um abraço, Dália.

Daniel Câmara
Assunto: De Žižek à Hugo Chaves e aos Coletivos Urbanos
É meu amigo Celso, eu também já fui deslumbrado com o socialismo, porém com o passar dos anos a cada dia mais tenho impressão de que necessitamos de um presidente com braço de ferro para condenar toda a corrupção que se alastra neste país... Talvez uma espécie de Hugo Chaves Brasileiro que invista mais em educação e que diminua a desigualdade social. Enquanto isto não acontece vamos apoiando os movimentos sociais interessantes e tentando fazer com que os jovens vejam no mau exemplo dos nossos políticos um caminho que eles não devem seguir.

Ricardo Mainieri
Assunto: De Žižek à Hugo Chaves e aos Coletivos Urbanos
Celso, vejo nesses movimentos de manifestações fora da ortodoxia um certo retorno ao ativismo contracultural dos anos 60 e 70.Na prática, não sei se funcionam. Os interesses políticos, midiáticos e econômicos são muito fortes e enraizados e este tipo de resposta pode soar, apenas, como uma demonstração de vigor juvenil com certo ar anarquista. O capitalismo é muito esperto, quando não pode combater uma dissidência ele, capitalismo, a integra e passa a massificá-la, tirando todo o conteúdo revolucionário que aí havia. Pode ser que esteja errado, mas não acredito que as estruturas do "estabilishment" se abalem...

lígia sório
Assunto: Casas geriátricas: pra lá vamos todos?
           Tá bom de prosa!




Júlio César Colnaghi Brum
Assunto: Casas geriátricas: pra lá vamos todos?
Meus parabéns à matriarca D. Ciça, merecedora da atenção do filho cortando as unhas da mama. Cuidando da doce figura materna. Um abraço.

Veronica F. Garcia
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
Lindos vocês, sempre me inspiram, sabia? Parabéns pelas Bodas, que venham décadas de alegrias, amor e parceria, vocês merecem! S2 S2 S2

Carla Alt
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
Parabéns aos pombinhos! Muitas felicidades, regadas com muito amor e companheirismo. Meu marido e eu tbm fizemos Bodas de Porcelana (namoro e casamento) em jan/2013. Somos todos vencedores do stress cotidiano... Um abraço no coração de vcs. Carla A.

Júlio Cesar C. Brum
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
Chegar em Bodas de Porcelana com as porcelanas ainda inteiras são méritos da dupla, do casal ou da dupla moradia ??? Uma coisa é certa, vocês foram a vanguarda na turma da "Jovem Guarda" no modus vivendi moderno.
Brincadeiras à parte, deixo aqui meu abraço e meus bons desejos de uma longa jornada.
Júlio Brum

Luciano e Dê
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
Queremos festa!!! Parabens Tio e Tia.

Manoel Macedo
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
            As coisas que realizamos, nunca são tão belas quanto às que sonhamos. Mas às vezes, nos acontecem coisas tão belas, que nunca pensamos em sonhá-las. Para voces aconteceu… Mag e Xirú !!! Parabéns!

Lúcio Barcelos
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
Grande Celso Lima, Parabéns pelas Bodas de Porcelana.
Muito interessante essa modalidade de relacionamento juntos/separados, meu caro amigo Celso. Vou ver se convenço a dona Vera a fazer o mesmo. rsrsrsrsrs.
Grande abraço.

Neusa henrich da Rocha
Assunto: BODAS DE PORCELANA EM CASAS SEPARADAS
Beleza pura, Queridos! Sartre e a Madame dele já havia  experimentado e deu certo por 50 anos. Minha tentativa não durou tanto mas mesmo assim, recomendo.
(com relação a dividir o espaço...e se ele for pequeno...melhor que ao menos um não rosne!). Um abraço muito carinhoso



Alexandre Ferreira Martins comentou seu link. O negro gato félix
Alexandre escreveu: "Bah, que lindo, Celso! Parabéns, ficou demais."

André Behr comentou seu link. O negro gato félix
André escreveu: ""E a conviver com a sua ausência em silenciosas lembranças" este último verso ficou excelente, parabéns!"

Biól. Isabel Cristina Junqueira
Presidente da Astec.
Prezado colega Celso,  É com satisfação que recebemos seu e-mail relacionando notícia da edição 32 da Revista da Astec com publicação no seu Diário de um Aposentado. O blog tem se revelado, ao longo do tempo, importante documento de preservação da memória do DMAE em particular e do serviço público na Prefeitura de Porto Alegre em geral. Sendo assim, a próxima edição da Revista da Astec vai recomendar, em nota, o acesso ao blog. Obrigada por sua participação ativa no Movimento Municipário e junto a Astec.

Cida Lopes
assunto: Comentários 2012
Grande abraço, Celso! Feliz 2013!
Tenho a satisfação de acompanhar o seu trabalho literário.
 Com admiração e carinho, Cida.

DMAE - Clipagem
 quarta-feira, 23 de janeiro 2013:
O Sul – Geral Blog Diário de Um Aposentando do Dmae – Geral (CHÁ DE ELEIÇÕES DE CHEFIAS NO DMAE) -  Unidade de Comunicação Social do Dmae
                 
                                          
Assunto: Os Nossos Mortos:

Rosangela Souza Ourique: Linda e merecida homenagem à Silvia, parabéns!!!

Cinara Eloia Teixeira:  Saudades de você Silvia, sei que onde quer que esteja está em paz....

Daniel Câmara: Como sempre o blog é nota 10, falou do meu pai tb, o seu Eny. saudade de muita gente, o Pé de Vento que sempre foi o mecânico da minha equipe nos plantões de final de semana, o Bira que era meu chefe quando ocorreu o acidente, o Jorjão que era um profissional espetacular e tantos outros.


Júlio Cesar C. Brum
assunto: O PEDAGÓGICO SALVE DO PT
Celso.Viraste um direitoso insuportável. Não te aguento mais. O budismo dá dó. Tu és um grande barco navegando com as velas direcionadas pra as paixões da vida. JB.                                                                  

Aviso que o blog Diário de Um Aposentado do Dmae continuará suas publicações semanais, e seguirá firme rumo à cobertura da Copa do Mundo e dos protestos juvenis no nosso território: Valeu pessoal!                                                                                                                                                      Está de encarangar o Brechó de Poemas, veja neve clicando aqui!

A FASE PÓS FEBEM E OS FILHOS DA FLORESTA

No Morro Santa Teresa, em Porto Alegre, é onde ficam situados vários prédios de grande porte da FASE (antiga FEBEM), na base do morro junto à avenida Padre Cacique. Este assunto me diz respeito por várias razões, mas especialmente por envolvimento afetivo e sentimental. A área em litígio político é o terreno onde brinquei a minha infância, dos oito aos dezesseis anos de idade. Lá dispúnhamos de todos os tipos geográficos de recantos: mata cerrada, rio nativo na selva, onde brincávamos de Tarzan saltando de cipó por sobre as águas (tão fundas que uma vez morreu um garoto afogado: ficou trancado nos galhos caídos no fundo do riacho represado), morros verdes com capins e flores silvestres, penhascos escavados em saibreira (onde já praticávamos o moderno ski-bunda morro abaixo), um campo de futebol tamanho oficial e, sobretudo, uma vista ampla do perfil do centro da cidade e do pôr do sol no Guaíba. 
Neste cenário cinematográfico brincávamos, como era costume das crianças daquela época, de bolinha de gude, de pião (de um rachar o pião do outro), de pandorga (de colocar gilete no rabo para fazer a pandorga do outro ir à Bahia), de jogo de taco, de fazer partidas de “balãozinho” com bolas de meia (preenchidas com panos), de jogar bilboquê (no qual até hoje sou habilidoso), em correr dirigindo aros de ferro com uma guia de arame torcido, de correr dirigindo pneus de automóveis (sem roda e sem câmera) com uma guia feito de um toco de madeira; e também de brincar de mocinho e bandido ou de índios, fazendo bandos contra bandos ou tribos contra tribos, com fundas (bodoques) ou lanças feitas de galhos de árvore. Era uma espécie de pré paintball, onde várias vezes fui ferido nestes combates de “brincadeirinha às ganha!” no internato.
Este assunto também me diz respeito por várias questões, pois eu participei (como cobaia) do projeto pioneiro experimental de implantação de casas-lares em substituição aos grandes internatos públicos, onde a individualidade das crianças ficava diluída na tribalização  institucional. Vivi no internato da FEBEM, como carente, desde os sete anos até os meus dezesseis anos de idade. Ao ser  aprovado no famigerado exame de “admissão ao ginásio”  no SENAI, fui transferido em 1969 para um projeto pioneiro de casa-lar desenvolvido pela própria FEBEM, tipo semi-internato de um grupo reduzido de menores coordenados por um casal contratado, alojados  numa casa na avenida Alberto Bins, no centro da cidade.
 Uma reportagem publicada em 2012 sob o sugestivo título “Meninos Condenados”, relata que de 162 meninos que estavam  internos em 2002 na FASE, 135 foram presos, destes 114 foram condenados e 48 morreram. A matéria conclui que “Fase segue sem recuperar”, mostrando que 91% dos ex-internos  que deixaram a casa nos últimos dois anos se tornaram  suspeitos de crimes. Poderia ser melhor, mas muitos saíram das matas da FEBEM,  na Padre Cacique, e  procuraram continuar sempre ampliando seus horizontes e conquistando novos domínios culturais...
Por isso,  penso que é preciso dar especial  realce, não aos 91% da FASE pós-FEBEM que reincidiram na violência, mas sim aos 9% que se salvaram, graças ao trabalho da instituição, tiveram uma oportunidade de sobrepujar as dificuldades e fazer prevalecer seus valores  pessoais, como eu próprio (modéstia à parte!). Os tempos são outros, não sei avaliar se a FASE piorou em relação à FEBEM do meu tempo, ou foi o perfil dos internos que migrou da carência para o da deliquência pelo agravamento da exclusão social nos grandes centros urbarnos.  Pode haver poucos adolescentes  de classe média na FASE, mas certamente há muitos cidadãos na classe média que são oriundos da FEBEM, e com muito orgulho!
Apesar dos pesares, sobretudo no âmbito das carências afetivas, fiquei com uma boa recordação da infância pobre (mas sem miserabilidade) que tive na tribo dos Filhos da Floresta do Morro Santa Teresa, tanto que desde aquela época escrevo poemas, pra não perder a ternura da poesia da vida jamais...

O ELO DO ÉDEN PERDIDO
E pensar que eu próprio
Que hoje vivo desta forma aburguesada
Quando guri, nadava solto no rio
Andava descalço nos matos
E nos morros cobertos de geada
Vivia como índio, em orfanatos
Bebendo, no chão, água de vertente
Sonhando em crescer para virar gente...
E pensar que eu era um filhote de animal humano
Naturalmente feliz no existir cotidiano, sem pensar.

PREPARAÇÃO DE APOSENTANDOS

Em junho passado não foi só o Brasil que tremeu de cabo a rabo com os manifestos dos jovens indignados com a hipócrita politicagem brasileira; eu também tremi ao aceitar participar como um aposentado a ser entrevistado no PPA2013 (Programa de Preparação para Aposentadoria) promovido pela SMA, programa dedicado a todos os servidores da Prefeitura de Porto Alegre em fase de pré-aposentadoria.
O encontro, mediado pela jornalista Cida Lopes, tinha também como entrevistado o bombeiro João Batista que, após se aposentar da Brigada Militar, estudou e se tornou psicanalista terapêutico: grande figura e exemplo! O debate com os aposentaNdos do PPA2013 reuniu, portanto, um representante dos que gostavam muito do trabalho que faziam e que desenvolveram outra atividade profissional após a aposentadoria, e eu, que cumpri burocraticamente a minha sentença de 38 anos de trabalho de maneira satisfatória, sem grandes realizações profissionais, e quero usufruir do meu tempo livremente sem  o vender mais como mão de obra em troca de dinheiro. Foi um debate que empolgou a galera!

Em maio passado em postei aqui trechos de uma entrevista que eu havia concedido a Gabriela Werlang, Graduanda em Tec. Recursos Humanos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – cujo trabalho de conclusão do curso era justamente sobre a importâncias dos PPAs nas empresas públicas e privadas. Então, a Gabriela se formou elaborando um belo trabalho sobre o tema da aposentadoria, que não posso deixar de compartilhar com os leitores, por ser um suporte teórico do tema central deste Diário de um AposentaNdo:
A aposentadoria é uma fase da vida que propõe uma reflexão acerca do que já foi vivido e o que ainda se pretende viver, mas por trás de suas possibilidades positivas, construiu-se um modelo preconceituoso de que ela representa o fim da vida social do indivíduo, podendo tornar a transição um momento de perdas e traumas. Dentro desta perspectiva pretendeu-se investigar como o Programa de Preparação para Aposentadoria pode impactar no processo de transição dos servidores de um órgão público de Administração Municipal.
As sociedades se organizam em função do trabalho, ele é o núcleo definidor da existência humana. Tendo em vista a centralidade do trabalho e a pretensão de uma carreira na construção do ser, a aposentadoria pode significar perda ou ruptura na identidade, com sentimentos de solidão e baixa autoestima.
 O ingresso no setor público é uma garantia de emprego até a aposentadoria, mas nem sempre proporciona a realização profissional que dá sentido ao colaborador para levantar-se todas as manhãs e entregar oito horas de sua vida a uma atividade, proporcionando, muitas vezes, apenas retorno financeiro para o seu sustento. Pressupõe-se, que pelo fato de o servidor normalmente permanecer em seu cargo até a aposentadoria e possivelmente não na carreira pretendida, o serviço público contribui para a inflexibilidade da vida profissional e dificulta a busca por novos rumos e expectativas na relação de trabalho, tendo em vista a segurança da estabilidade no setor.
A primeira definição de aposentadoria em termos formais é denominada como categoria inativa, o que significa não estar funcionando. Em contraponto com esse modelo, constata-se que a aposentadoria não é mais contemplada apenas por idosos, ao contrário, com o aumento da expectativa de vida, as pessoas estão se aposentando em uma idade produtiva e a experiência dessas pessoas pode ser ainda muito útil dentro das organizações. Expectativas de maior qualidade de vida, viagens e ganhos extras se mostram misturadas à insegurança econômica e de saúde, pressupondo-se que é o momento de repensar as perspectivas e avaliar sua trajetória, optando por um caminho a seguir.
Os Programas de Preparação para a Aposentadoria consistem em processos de ressocialização, permitindo aos participantes receber informações, reformular a rotina, criar expectativas, dividir anseios e crises de identidade. Eles têm o objetivo de facilitar e intermediar o processo, apresentando alternativas, oportunidades de novos projetos de vida e atingir o desenvolvimento pessoal e sentimento dos participantes. Objetivo Geral do PPA é estimular a consciência sobre a realidade da aposentadoria, enfocando as perdas e os ganhos.
 Nos últimos anos o PPA da PMPA tem propiciado a preparação de uma média de 115 aposentandos por ano. A vontade de se aposentar está voltada, principalmente, à vontade de usufruir mais tempo livre para realizar atividades prazerosas, sejam elas lúdicas ou laborais (continuar trabalhando em outro âmbito, projeto). É a hora de aflorar novos dons, realizar sonhos antigos ou despertar novos. A aposentadoria abre as portas para um mundo cheio de opções, que podem ser continuar trabalhando, no antigo ou em um novo emprego, criar um negócio próprio, se dedicar às artes, à saúde física, mental e/ou à família. É se permitir ver e respirar novos horizontes, fazer tudo aquilo que por um motivo ou outro, deixou-se de lado ao longo da vida.
Na visão dos entrevistados, o PPA conseguiu atingir seus objetivos impactando significativamente na tomada de decisão e esclarecendo as duvidas, proporcionando aprendizado, autoconhecimento, apoio, incentivo à reflexão e planejamento. As atividades consideradas mais importantes no programa foram os  aspectos psicológicos para enfrentar a aposentadoria, que preparam a mente para receber consciente e aceitar essa nova fase, e controle financeiro, que propõe entender às mudanças na remuneração e planejar seu orçamento para viver bem com ele. Os entrevistados expuseram seus planos de continuar ativos em novos horizontes ao mesmo tempo em que pretendem aproveitar um pouco mais a vida e o que ela tem a oferecer.
O ócio mostrou-se o menor dos desejos. Com planos pré-determinados ou ainda não pensados, a certeza é uma só: todos os entrevistados têm um grande desejo de viverem muitas coisas e viver muito, inclusive a maioria associa qualidade de vida a ter mais tempo livre para lazer, convívio familiar, social, viagens e tudo mais que estava cronometrado pelo relógio do trabalho. É pertinente citar nessa abordagem o caso de um entrevistado que criou sua lista das “100 coisas para fazer quando estiver aposentado” publicado em seu blog, criado justamente como ferramenta pessoal de auxílio ao enfrentamento do processo de aposentadoria, um ano antes de se desligar efetivamente. Blog este que continua existindo até hoje, dois anos depois, como uma de suas atividades rotineiras, inclusive possibilitando o nascimento de um livro com crônicas de suas memórias do trabalho.
É possível aproximar da teoria também o que ficou implícito nas entrevistas através do que não foi dito. Não houve relatos de qualquer transtorno efetivo no convívio familiar (apenas no âmbito social que já era esperado) ou em crises existenciais tanto no processo de preparação, quanto na aposentadoria em si. O PPA foi unanimemente bem referenciado pelos entrevistados, podendo ser considerado assim, um exemplo para outras empresas públicas e privadas a fim de explorar o tema de preparação para aposentadoria que está atingindo uma dimensão cada vez maior dentro das organizações e assumindo grande importância no processo de aposentadoria dos brasileiros.
-Valeu Gabriela Werlang, parabéns!

O URSO HIBERNADO NO TEMPO

Parece que a surdez crônica dos políticos ainda não foi vencida com a gritaria do povo durante o inesquecível mês de junho/2013, em que o Brasil tremeu inteirinho, como nunca antes na história deste país. Cadê a reforma política que as vozes das ruas exigiam? Constituinte? Plebiscito? Referendo? Pra quando?!...A embromação continua, apesar de todo o revolucionário quebra-quebra dos palácios e parlamentos que não nos representam mais!
Com toda esta fantástica mobilização nacional provocada pelo monstro da força popular que acordou pelas ruas do país, faço esforço para  ressuscitar o urso que está adormecido em mim, feito um CAPACHO VELHO, e que só quer fazer poemas:
Como um peludo tapete branco
De pele de urso com  cabeça
Estendido sob os pés do poder perverso
Imobilizado, não consigo puxar-lhes o tapete
Nem um abraço de urso, nem um urro forte
Nada mais tenho para os ameaçar
Sou mais um velho capacho, sem esperança
De fazer ou ver o mundo melhorar...
          Estávamos todos sem esperança de ver o Brasil melhorar: Estávamos! Agora, vendo a  gurizada atropelar revolucionariamente os palácios governamentais e os parlamentos dos “trocentos picaretas” reunidos em partidos para se locupletarem, fazendo eles desengavetarem às pressas projetos que há anos sentam em cima, o urso hibernado em nós deu sinal de vida, despertado pelos nossos filhos. 
Fazendo um gancho com esta metáfora do “urso hibernado”, além do idealismo juvenil de se querer melhorar o mundo, o quanto mais de nós fica hibernado na maturidade? O quanto de nós hiberna para sempre soterrado na neve do esquecimento, e o quanto destes ursos soterrados em nós conseguimos despertar na velhice?...Volta e meia este poema Capacho Velho, de 2010, me volta à mente agora que me vejo atrapalhado para dar conta  do meu tempo livremente. Eu sempre tive vida dupla, uma que eu buscava uma formação escolar e profissional, para poder me auto-sustentar, e a outra que deixava dentro do armário em casa, para soltar apenas nos finais de semana, que era a de viver o mundo da literatura: ler e escrever. Hoje esta minha outra vida não está mais fechada no armário, como neste exato momento em que estou escrevendo esta postagem para o meu blog-livro-diário-memorialista em pleno horário de expediente: o urso não está mais hibernado, o monstro acordou!
         Finalmente chegou o esperado momento de abrir o armário e soltar a criatividade  poética e aprisionar o engenheiro em casa como um aposentado. A minha vida dupla, com distribuição desproporcional do tempo entre elas, ainda de certa forma permanece, pois eu nunca parei de ser formalmente aluno universitário, de maneira que continuo ocupado na minha formação intelectual, lacuna insaciável, mas agora já com algum tempo para os meus voos ficcionais. Tanto que até já conquistei o meu primeiro prêmio literário:
    No final de 2011, recebi um email institucional da UFRGS comunicando que eu havia sido premiado com o meu conto “Por um fio de cabelo” no Concurso de Contos Caio Fernando Abreu, promovido pelos Institutos de Letras e de Artes,  em conjunto com a Associação Gaúcha de Escritores (AGES). Na noite da premiação, feito num baile de conto de fadas, eu penetrei fundo pelos imponderáveis ambientes de castelos medievais do Palácio Piratini, pelos pátios com vistas para a Catedral e para o Guaíba, até acessar ao mitológico Galpão Crioulo do Palácio, local tradicional dos festejos dos detentores do poder de cada momento histórico gaúcho. Então, feito a Gata Borralheira, de repente eu estava inserido de igual para igual com os grandes escritores gaúchos que são ou foram membros da diretoria da AGES. Na mesa principal, como cicerones, o Governador e escritor Tarso Genro e o Secretário de Cultura e escritor Luiz de Assis Brasil e, entre os atuais diretores da entidade, a professora Jane Tutikian, patrona da Feira do Livro 2011, que fizeram seus discursos enquanto jantávamos peixe assado no espeto com espumantes e vinhos da safra gaúcha. O microfone  ficou liberado ao público e nomes dos fundadores e destacados escritores e poetas sócios da AGES  foram lembrados e homenageados, tais como Celso Pedro Luft, Ivette Brandalise, Ivo Bender, Kenny Braga, Laci Osório, Luiz Antônio de Assis Brasil, Luiz Coronel, Luiz de Miranda (primeiro presidente da Associação), Luiz Pilla Vares, Lya Luft, Mário Quintana, Moacyr Scliar e outros tantos, alguns presentes e outros já falecidos.
Recebi o meu diploma de Menção Honrosa das mãos da presidenta da AGES, Maria Eunice, e os cumprimentos do Luiz de Assis Brasil e do governador Tarso Genro na mesa do cerimonial. Mas antes que a minha carruagem voltasse a se transformar na abóbora real da minha rotina de cronista blogueiro (e de mero aspirante ao status de escritor com livro publicado), saí correndo pelas escadarias do Palácio Piratini como um urso desperto.