DESEJOS PARA 2013



No final de 2011 eu me perguntava aqui no blog se 2012 seria mais um passo que daríamos a caminho do Fim do Mundo, foi?... Nas clássicas retrospectivas jornalísticas de final de ano, cada vez mais tem sido dado destaque aos impressionantes trabalhos voluntários que as pessoas comuns têm se dedicado, o que indica o fortalecimento de uma cultura de compaixão humanística e de preocupação com a sustentabilidade da espécie no planeta. Apesar das religiões,  das ideologias, das divisões raciais e territoriais dos países, cresce a consciência que somos todos irmãos e membros da mesma família.

Não é que o homem seja um animal social por natureza, conforme pensava Aristóteles na antiga Grécia; na verdade o homem se torna um animal social pelo amor doméstico e incondicional da família. A família é fundamental porque nos propicia confiança e proteção, pois mesmo instigada pelas agruras das dificuldades materiais de sobrevivência e atritos de egos, consegue manter os elos afetivos que nos harmonizam com a vida. É no meio familiar que se aprende a paciência de perdoar, devido à imposição de um conviver desmedido. Por intermédio da família podemos dar continuidade a este interminável ciclo da humanidade, que é gerar  em nossos filhos o espírito de paz e fraternidade que só a família é capaz de introduzir, de maneira permanente, no coração das pessoas. O homem é um animal socialmente domesticado.
 
A família é a escola superior da vida, pois somente através dela conseguimos assimilar os ensinamentos mais complexos, os conceitos teóricos e equações funcionais que a prática existencial familiar consegue traduzir em ações simples de perdoar e esquecer coisas que em outras circunstâncias exigiriam vingança e ódio eterno de nossos corações. No amor incondicional do núcleo familiar, entre pais e filhos, se engole e se digeri todos os sapos, se exercita a tolerância e o desprendimento de ajudar ao próximo, ainda que este próximo seja tão próximo, quase uma continuação familiar de nós mesmos.

No réveillon familiar anterior, na noite de primeiro de ano de 2012, mais uma vez eu fiz os clássicos três desejos, que alguns chamam de “pedidos”, que se faz comendo três uvas sob os fogos de artifícios da meia noite. Agora, fechando o balanço anual, constato que mais uma vez consegui concretizar os desejos mais difíceis e ficou justamente o desejo pendente do ano anterior, o qual depende apenas do destino e este ainda não quis realizar. Fechei o ano de 2012 não só saindo definitivamente do grupo de risco de reincidência do câncer, como também me recuperando de todos os efeitos colaterais da cirurgia. Em 2012 realizei a “Viagem dos meus sonhos” na Europa (Espanha, Paris e Lisboa), com o “extra” de atravessar o mar Mediterrâneo e pisar na África (Marrocos). Mas...com certeza vou realizar o desejo pendente juntamente com os novos desejos que formularei agora para correr atrás em 2013, neste meu segundo ano integralmente dedicado ao ócio voluntariado da aposentadoria!
 
A maior pobreza é não se ter família estruturada: a solidão infantil é a madrasta da violência que está solapando a sociedade moderna. A compaixão voluntariada fará da humanidade uma grande família, e com novos hábitos ecológicos poderemos realizar os nossos desejos pessoais sem destruirmos a natureza desta maneira irreversível que está provocando inexoravelmente o “Fim do Mundo” habitável e nos tornando  espécie em auto-extinção.
 Voluntariamente desejo Feliz 2013 para as famílias de todos vocês!


A Madrinha e o Último Dia de Cada Dia


            Ontem almoçamos na galeteria  Bella Mamma em comemoração do aniversário da Engenheira Catariana, minha ex-colega da “sala dos dinossauros da manutenção”. Como os três ministros do STF que foram sendo defenestrados durante o julgamento do Mensalão, ela também  completou a cabalística idade em que se entra no limiar da  porta de saída pela aposentadoria compulsória dos funcionários públicos que completarem 70 anos...É intrigante e sempre me pergunto por que os legisladores, que tudo podem, ainda não revogaram esta lei do compulsório “pé na bunda” se é um tiro no pé deles mesmos?...
Em outubro de 2010 eu postei aqui um texto denominado “A Madrinha da DVM”, postagem que suscitou muitos comentários apoiando a merecida homenagem à Catarina. Contava que, em termos organizacionais, houve três momentos distintos marcantes a serem destacados nesta longa história desde a EME, antiga sigla da Manutenção (Engenharia-Manut.), até o final do meu tempo na DVM, e agora com a reestruturação a GEMAN (que vem a ser o quarto momento histórico, a nova era após a extinção dos Dinossauros). O primeiro grande momento foi já na fundação estrutural e operacional, com a visão progressista de gestor público do mentor da Divisão, o Engº Lourenço Melchiona (O “Cacique”), implantando um organograma funcional dividido entre equipes de Manutenção Corretivas e Preventivas.
 Já neste período de implantação e consolidação do serviço de manutenção de equipamentos operacionais do Dmae, na década de 60, se destacou  o trabalho de uma jovem engenheira elétrica. Pioneira, enquanto mulher numa área até então exclusivamente masculina, a Engª Catarina se destacou por ser literalmente muito elétrica em suas atividades (como é até hoje), e também por sua simpatia e empatia com o pessoal das turmas das oficinas e das equipes de rua, tanto que passou a ser tratada carinhosamente por todos como “A Madrinha”.
 O segundo grande momento foi na década de 80 em que, com o boom da informatização, todos os procedimentos que já se praticavam manualmente foram repassados para o sistema MAN. A  Madrinha foi a grande condutora do enorme “trabalho formiguinha” que se fez necessário para digitar todas as características técnicas dos mais de cinco mil equipamentos na nova ferramenta gerencial que passou a ser o tal de computador.
O terceiro grande momento da DVM foi na década de 90, quando se visou modernizar o programa que estava operando numa plataforma tornada obsoleta. O colega técnico industrial (engenheiro e micreiro nas horas vagas), Eduardo Mattos, foi desenvolvendo o sistema SIGES, como uma réplica das funções do antigo MAN,  mas em linguagens atualizadas para a moderna plataforma operacional do Windows e com novos recursos. Também nesta transição a atuação da Madrinha da DVM foi fundamental, com seu grande cabedal de conhecimentos técnicos, pessoa tão dedicada ao trabalho que chega saber de cabeça a marca e potência da maioria dos equipamentos espalhados pelas estações do Dmae, cuidando de cada um deles como se fossem seus bichinhos de estimação.
Na última década a Madrinha da DVM assumiu  o gerenciamento de todas as contas com energia elétrica do DMAE, que se  constitui num dos maiores gastos financeiros do Departamento. Este monitoramento do consumo de energia elétrica em cada unidade operacional ou administrativo do DMAE, resultou num trabalho de eficientização energética reconhecido por propiciar reduções significativas de custos e que  tem servido de modelo para os outros  órgãos da Prefeitura.
 Eu trabalhei com a Madrinha desde 1978, praticamente por cerca de trinta anos, descontado um breve período que me afastei da DVM. Quando eu ainda era estudante de engenharia, era ela quem fazia as traduções, do inglês para o português, dos meus polígrafos  técnicos sobre mineralogia. Nos meus últimos doze anos de atividade  trabalhamos direto na mesma sala e chegamos a dividir por alguns anos o mesmo computador. Talvez a nossa melhor obra conjunta, tocada a quatro mãos, tenha sido a elaboração de vários volumes de Instruções de Manutenções Preventivas para os novos equipamentos adquiridos pelo DMAE.
Um alerta importante, que pode ser útil para outros colegas aposentaNdos nesta mesma situação, é que se até a data do aniversário de 70 anos não tiver sido publicada a portaria da aposentadoria, o servidor é aposentado compulsoriamente, perdendo as vantagens de “integralidade e paridade”! Como o tempo de demora entre o pedido e o ato de aposentadoria pode demorar até   seis meses, significa que até meados de junho de 2012 a Catarina deve protocolar no Previmpa o seu processo de despedida do Dmae, depois  de 44 anos de inestimáveis serviços prestados ao Departamento e à comunidade portoalegrense.
A partir de  agora a Engenheira Catarina é definitivamente uma aposentaNda. Ser um aposentando significa viver cada dia no trabalho como sendo o último dia com aquele número de cada mês vivido no ambiente profissional. Rompem-se os monótonos elos desta longa corrente de dias, semanas e meses, que parecem ser infinitamente contínuos e que sedimentam como sendo o tempo de serviço computados na ficha funcional de cada um. Cada dia passa a existir como um elo diferenciado, por ser o derradeiro de sua espécie que é definida pelo número do dia e pelo nome de cada mês.
Ser um aposentaNdo no último ano é viver cada dia como se fosse o último, é andar prestando atenção em cada detalhe da mesma trajetória tantas vezes repetida distraidamente. É bom prestar atenção enquanto se está na ativa, fazer um luto prévio, pra não sermos contagiados pelo saudosismo melancólico depois, quando já não estivermos mais revivendo esta rotina. Estou convencido que o propagado tédio associado à vida de aposentado é uma invenção do sistema capitalista, feita para amedrontar e assim poder explorar por mais alguns anos os trabalhadores.
No próximo aniversário a Catarina com certeza estará fora do Dmae. Portanto, amanhã será o último dia 20 de dezembro em que ela se submeterá ao relógio ponto, este será o último natal...todos os dias de um aposentaNdo passam a ser o último dia de cada dia na ativa...AposentaNdos, aproveitem cada dia como uma compartilhada despedida alegre com os colegas e prepararem uma saída sem luto para um novo e definitivo desafio: viver livremente do relógio ponto!
Para encerrar esta homenagem, peço que fiquem com a certeza da minha admiração e carinho por tudo o que a Engenheira Catarina representa na vida de todos nós, membros das várias gerações da grande família que compõem a história da DVM (da EME à GEMAN); e peço que compartilhem os meus agradecimentos por tudo, inclusive as frutinhas (maçãs e peras) que ela trazia de casa e repartia igualmente, entre os seus afilhados mais próximos, todas as manhãs pontualmente às 9:30hs...

- Valeu muito Catarina Reina Cánovas, com sua benção Madrinha!








Síndrome da Caixa de Emails Vazia


A propósito de emails, um pouco antes de me aposentar recebi um e-mail de um amigo aposentado, que é um gaúcho que vive num casarão quitado na praia do Campeche na ilha de Florianópolis (que invejável tédio!) e que se divertia me assustando com a sua “experiência” no assunto dizendo:
-Daí, meu amigo Xirú, quase aposentado, como está a espera do DJ (Día de la Jubilación)? Enquanto não chega este dia tão longínquo leia mais este e-mail, porque, certamente você não vai ter tantos na sua caixa de mensagens como tens agora que trabalha em uma companhia pública! É, sim, os aposentados são vítimas, às vezes ou quase sempre, de um esquecimento por parte das "pessoas ativas economicamente". Digo estas verdades para que você possa estar  te preparando para tal fato, porque vais passar por isto certamente. 
Por estas e por outras, por via das dúvidas, para não entrar em pânico na “hora H”, é que passei a montar algumas armadilhas para manter contatos, através dos meus blogs pessoais, que partindo deste “Diário de Um AposentaNdo”, que tem um público alvo e tema específico, remete também para outras temáticas tipo poesias, crônicas literárias e fotografias de minha autoria.
            Esta foi a minha estratégia durante o meu último ano na “ativa”: trabalhar intensamente neste propósito de estabelecer tentáculos na rede para manter contato com o mundo externo. Agora, cerca de dois anos após ter me retirado para a minha caverna de aposentado nas montanhas da Cidade Baixa, feito um Zaratustra, igual ao meu amigo Samurai do Campeche que eu tanto invejava, posso dizer que o propósito foi executado com sucesso.
Porém, esta semana aconteceram duas coisas que me fizeram voltar a refletir sobre emails e a “Síndrome da Caixa Vazia dos Aposentados”. Primeiro uma colega de aula da faculdade  me enviou um arquivo sobre Estética de Hegel, não por email como eu esperava, mas pelo Facebook. Fiquei surpreso. E ontem, depois de passar mais de uma semana correndo atrás do próprio rabo e sem abrir meus emails, ao acessar a caixa de correio eletrônico fiquei sabendo que anteontem “haveria” a reunião que eu próprio havia solicitado da Diretoria da associação AEAPOPPA (como de fato houve sem mim). Moral da história, a ferramenta do email não é mais aquele instrumento poderoso de comunicação  de tempos atrás. Fora do mundo corporativo do trabalho, onde se acessa diariamente por força das rotinas funcionais, os emails já estão anacrônicos e, por desuso, se tornaram um serviço ineficiente de correio eletrônico.
Contudo, abro aqui um parênteses para um desabafo que estou por fazer desde antes de me aposentar: Já vai longe o tempo em que o Dmae era vanguarda em informática, quando os seus servidores eram os primeiros a receber os novos modelos de computadores e os pacotes mais recentes de programas do Office Windows. Hoje, pelo o que sei, ainda não se pode enviar para o Departamento arquivos de textos do Word.docx, pois os colegas da ativa estão congelados há uma década na mesma versão caduca do software, a qual não abre os arquivos de versões mais recentes. É chocante!
Com o advento das redes sociais, os jovens abandonaram radicalmente o uso de emails entre eles e, na onda deles que determinam as tendências tecnológicas, vamos todos migrando para a plataforma de relacionamentos por redes. No Facebook é possível  visualizarmos seletivamente o que interessa e passar mais lenta ou rapidamente  por cima (rolando a tela) do que pouco ou nada nos atrai nas postagens dos nossos amigos...Mais prático, não fica acumulando as mensagens “não lidas” que tanto nos angustiam, é como um rio de informações, o que passou sem ser visto vai desaparecendo na linha do horizonte do tempo...
Emails são como os sinais de fumaça, objetos para estudos antropológicos de tribos em extinção. Assim, pessoal da ativa, se quiserem convidar ou mesmo convocar um aposentado para algum evento, sem terem a opção do Facebook no Dmae (que fica bloqueado no horário de expediente), não fique achando que o recado está dado apenas enviando um email, use o velho e bom telefone ou uma mensagem de texto para o celular, isso não falha nunca!

Tem Voyeur de Olho Mágico no Brechó de Poemas, espie aqui!




GRENAL DE ADEUS AO OLÍMPICO MONUMENTAL


Seguindo a Odisséia Cotidiana pela Avenida Ipiranga pegamos à direita no Shopping Praia de Belas e seguimos pela avenida Borges de Medeiros, por onde o carro foi trepidando todinho na pista de paralelepípedos regulares que se estende até próximo do popularmente chamado Viaduto da Marli (referente à uma antiga casa de prostitutas que havia na rua Praia de Belas), onde ingressamos na avenida José de Alencar.
Atravessamos o bairro Menino Deus rumo ao bairro da Azenha, fizemos o contorno na Rótula do Papa (onde o papa João Paulo II  rezou missa campal), em frente ao Estádio Olímpico do Grêmio Futebol Portoalegrense, e nos dirigimos para estacionar em frente da padaria da Nona, para  tomarmos um café e eu comprar um pão caseiro para a odisséia do dia de  amanhã.
 Sentamos para tomar um café expresso comendo mini-salgadinhos, tendo a imagem do estádio gremista inteiro na vidraça com sua bandeira gigantesca esvoaçando no alto da haste. Ficamos os dois, pai e filha, fazendo suposições do quanto  que vai se modificar esta região da cidade (onde ela mora desde que nasceu), a partir do  final deste ano, quando será inaugurado a nova Arena Gremista no bairro  Humaitá da Zona Norte. Dizem que vão demolir o estádio Olímpico e construir no lugar um mega centro comercial a céu aberto, projeto que vai alavancar a vocação de comércio de rua do bairro  Azenha. Vai haver uma hiper valorização dos imóveis deste bairro que está capitalizando o glamour de ser junto ao bairro Menino Deus...
Aproveitei o clima de melancolia motivado pela desativação do histórico estádio e passei a contar (para a minha filha que é gremista) que eu costumava entrar de penetra, quando guri, no Monumental Olímpico e ali tive o privilégio de ver o Pelé jogar pelo Santos, contra o Grêmio do Airton Pavilhão. Assisti o Alcindo, Everaldo, Renato Portaluppi e outras feras jogarem naquele gramado.
 O primeiro jogo noturno que assisti foi no Olímpico, ver  aquele palco do futebol todo mega iluminado foi uma tal sensação de maravilhamento pela grandiosidade do espetáculo que até hoje os grandes shows me reportam para aquela minha primeira vez de noite no campo do adversário.
 Os Eucaliptos, estádio do Inter naquela época, coitado, era quase varzeano; onde cansei de pular o muro para ver o Bráulio, Valdomiro e outras feras jogarem. O simbólico é que ambos velhos estádios da dupla grenal estão sendo engolidos pelos empreendimentos imobiliários que estão verticalizando a cidade. Os Eucaliptos já foi “tombado” literalmente faz alguns meses, o monumental da Azenha é a bola da vez.
O Beira Rio, que acompanhei a construção desde a terraplagem do terreno (onde guri eu nadava até a draga da foto e quase morri afogado!), depois iluminou muitas jornadas gloriosas, diurnas e noturnas, com eu já podendo pagar o meu ingresso para ver Claudiomiro, Figueroa, Carpegiani, Falcão e craques de outras gerações.
 O Gigante da Beira Rio é relativamente jovem e, com algumas reformas e cirurgias plásticas, continuará nas rendondezas da minha paisagem cotidiana, ao alcance do olhar de quem admira o pôr de sol portoalegrense às margens do Guaíba, que para alguns nem é mais rio...
 No grenal do adeus do Olímpico, confesso que compadecido torci para que a equipe dona da casa fizesse o golzinho que sua torcida tanto pedia em lágrimas (queriam fazer a última avalanche do Olímpico contra o meu time), contagiado pela onda de comoção dos gremistas ao se  despedirem da velha casa em que se criaram...estádio que morre com a minha idade atual, que coisa louca estes tempos modernos!
 Qual foi o grenal inesquecível de sua vida? Cada um tem o seu grenal preferido, mas duvido que alguém se lembre de um mais emocionante que este que vou narrar resumidamente agora pra vocês como sendo o meu Eterno Grenal:
-E atenção, os dois times estão a postos, o juiz no centro do gramado trila o apito, e começa o grande jogo. Alcindo dá o pontapé inicial para Joãozinho, que atrasa a bola para Sérgio Lopes, este passa lateralmente a Cléo... É um jogo nervoso, as duas equipes se estudam. Cléo enfia para Áureo, marcado a distância por Bráulio, Babá é lançado espetacularmente às costas de Sadi. É a primeira investida do jogo, Babá tenta a cruzada e a bola vai morrer no peito do zagueiro Scala, que sai jogando...
-Bráulio, o garoto de ouro, progride pela intermediária, dá um drible sensacional no primeiro, tem Altemir pela frente, encosta a bola para Dorinho e corre para a tabela, Dorinho percebe e corre para a linha de fundo e cruza no miolo da área; aparece Airton e com categoria sai com a bola, tranqüilizando a defensiva tricolor...
- O tempo escoa e o jogo continua nervoso, a vida escoa e o mundo continua jogando com nossos nervos, caros ouvintes. É um contra-ataque rápido, Lubumba lança para Volmir, lá vai ele, corre, corre, tem Laurício pela frente, Volmir deu um drible louco e a cobertura é feita por Pontes, que alivia até Silveira... Quantas cabeças observando as trajetórias da bola de couro no tapete verde. Em cada cabeça um destino, não adianta partir para a ignorância, futebol é na bola, é preciso respeitar o adversário...
- Ortunho entrou com deslealdade, entrou por cima da linha da bola e mostrou as travas da chuteira pro Carlitos.  Acalmado os ânimos, o grande jogo continua empolgante, as bandeiras agitam-se... Rebote para Miranda, não me deixem este homem chutar, ameaçou, abriu um claro, bateu forte, espalma Arlindo sensacional!... Sobra para Baltazar, que volta para buscar o jogo...
- O tempo... atenção ao tempo. A torcida está inquieta ao ver o tempo passar e o escore continuar em branco. A bola rola no meio do gramado até Tovar, domina, olha os companheiros, Carbone está livre de marcação, é pra ele que vai a pelota, tem Sérgio pedindo, preferiu Hermínio. Agora sim, Sérgio Galocha é lançado, encostou pra Claudiomiro, vai sair a tabela, corta Everaldo, o tri-campeão sai com categoria e atrasa para o goleiro...
- Picasso bate o tiro de meta, Flexa corre como tal pela direita, vai experimentar de longe, bate forte, faz a ponte e segura firme Gainete. Saída de tiro de meta para Cláudio Duarte que domina e passa para Elton, que abriu na direita para Valdomiro. Valdomiro vai para cima do lateral, vai tentar a linha de fundo, cortou pra dentro e chutou de perna esquerda, desviado, subiu, subiu... O que é isso, Valdomiro? Não inventa que a perna esquerda é só pra subir no bonde!... Valdo do Grêmio recebe a bola pelo meio, tem pela frente Caçapava, a muralha que precisa ser transposta, passa pro Tubarão que faz o que pode, tem suas limitações fora d’água e mesmo na água, e  atrasa novamente para o goleiro...
- Cejas para Ancheta, este olha os companheiros, Hugo de Leon está marcado...Não tem pra quem dar, está cercado por adversários...acha Beto Fuscão que tenta Adilson, interceptação de Paulo César Carpegiani no meio do campo, no centro do mundo o jovem maestro rege com liberdade a sinfonia com breves acordes harmônicos...
- Tudo depende de uma boa ou providencial jogada, que poderá nascer neste momento, quando Carpegiani bate com facilidade a marcação de Baidek e serve Falcão no bico da área grande, tem condições de arremesso, atenção, seus nervos estão a flor da pele, um gol agora poderá furar seu jogo na Loteca, mas não desanime. Tem muito jogo pela frente, tudo pode acontecer...E atenção, Dunga demorou demais e foi desarmado por Arce, toquinho de primeira para Iura, enfiou para André Catimba que entrou na área, bateu de canhota e feito! É GOOOOOLLLLLLLLL!!!!!!!!...

- Vai ser reiniciada a partida. É dada a saída:  Mário Sérgio movimenta a bola no meio do gramado para Chico Spina que de primeira tenta surpreender o goleiro Mazzaropi que estava adiantado, mas pegou com muita força e passou por cima da meta...
- Renato Portaluppi, o craque menino que vimos jogar desde quando os juvenis faziam as preliminares dos profissionais até se tornar um dos primeiros gaúchos Campeões do Mundo, recebe do goleiro e não vacila, alça para Neca, com ele Marinho... A bola rola, rola até onde está colocado Tarciso, que faz que vai mas não vai e o Mauro Galvão acaba indo, se passando da jogada, como passando está o fim de semana, a segunda-feira já nos espreita lá do fundo do domingo, é a muralha que se ergue para ser transposta novamente.....
- A bola sobra pra Paulo Nunes que tenta evitar Figueroa  buscando Jardel, mas é inevitável a transparente cotovelada, é inevitável a elegância e a astúcia, a liderança e a garra, o ímpeto e a presença de espírito... Com categoria Don Elias atrasa para Manga...
- O técnico vai mexer no time, o príncipe Jair está lesionado e dará lugar a Batista, que está no aquecimento. Em time que está ganhando não se mexe, mas em time que não consegue obter a vitória é imprescindível o dedo do técnico Felipão Minelli...
- E atenção, caros ouvintes, Taffarel dá para Figueroa que ameaça dar para Lula na extrema esquerda, mas prefere Darío que de primeira serve à cabeça de Escurinho no miolo da grande área, este de cabeça num toque só tabela com Falcão que penetrava, Falcão devolve a Escurinho que funciona como pivô e atenção! Escurinho coloca Falcão na cara do goleiro... é GOOOOOLLLLLLLLL!!!!!!!!...
- Com o jogo empatado, o goleiro Danrlei passa com as mãos para o Mauro Galvão, ex-estrela do Inter, agora defendendo a camiseta tricolor, sai jogando com habilidade, como quem domina os dois universos, o azul e o vermelho, perde a bola para Tinga,  jogador do Inter que já foi idolatrado pela torcida gremista...
- Emerson recupera a posse de bola e arranca como quem estabelece novas metas que agora não mais se restringem ao título de campeão gaúcho. Todos queremos ser campeões da Libertadores e do mundo! A bola rola no meio para Dinho que tem Arilson pedindo o passe, mas preferiu Ronaldinho que aplica um sensacional “balãozinho” desmoralizante no Dunga...E os ponteiros girando, girando, girando, torcedores gaúchos...
- Ronaldinho gaúcho sonha em se projetar mundialmente, de ser eleito o melhor jogador do mundo, mas pisa na bola e deixa a sua equipe desarmada com o contrataque armado por Jorge Wagner. Este lança a bola para o domínio de Rafael Sobis que penetra  com perigo na área pequena, porém sofre a carga de Lucas que sai esvoaçando seus cabelos loiros com a bola dominada, corre sabendo que a melhor defesa é um ataque mas perde o controle da pelota....
- A armação da jogada está nos pés do meia armador Tcheco, jogador que já foi jogar no exterior e que voltou a jogar no Grêmio com sucesso. A armação da jogada procurava Anderson, símbolo da capacidade de superação que sempre é possível em nossas vidas enquanto tivermos determinação e muita sorte, mesmo quando se tratar de uma “batalha dos aflitos” onde tudo parece estar conspirando contra as nossas aspirações, com dois pênaltis contra e quatro jogadores expulsos...
- Anderson passa para  Souza pela esquerda do campo, mas Bolívar interceptou atrasando para Clemer que sai jogando com o Sandro que serve Gabiru, nome consagrado como herói instantâneo por ter sido autor de um gol histórico que deu o título que voltou a igualar a dupla grenal, por agora serem ambos Campeões do Mundo.  Gabiru corre, corre, se atrapalha com as pernas e perde perigosamente na intermediária a bola para o Roger  que, esperto, enfia para Max nas costas de Cléber...
- Bola nas costas todo mundo leva, mas Guiñazu, com seus infidáveis carrinhos perigosos, se ergue como uma nova muralha vermelha, desarmando o ataque  do seu conterrâneo Max e despachando para o também argentino D’Alessandro que, com seu drible “La Boba”, abre um corredor para acionar um contra-ataque. Os muchachos estão invadindo nossas praias e tomando os nossos empregos bem remunerados de jogadores de futebol, e agora até os de treinadores com o Fossati...
- No corredor penetra o capitão Fernandão que domina no peito e faz parede para entrada em velocidade do Alex que bate torneado de peito-de-pé, o chamado “de três dedos” fazendo com que a bola tome efeito e voe endereçada para o ângulo esquerdo de Victor que voa mais espetacularmente ainda  e espalma a pelota com as pontinhas dos dedos. A torcida presente no estádio, caros ouvintes, que já soltava o grito de gol, que está atravessado na garganta, teve que engolir em seco e sentar novamente, de novo e outra vez, nesse eterno senta-levanta das vibrações próprias do futebol...
-O goleiro dá um balão pro ataque, mas o domínio é do Internacional com  Índio que, como uma flecha  certeira, fez a bola buscar o peito do estreante garoto Alexandre Pato, colocado na vitrine visando a sua exportação. No banco de reservas, Leandro Damião e Oscar pedem pra entrar, mas o menino Pato, com personalidade de gente grande, com pinta de quem vai conquistar a Europa e se candidatar ao título de melhor jogador do mundo, penetra pela meia esquerda e rolou com merengue a gorduchinha para o bico da área grande onde entrava Nilmar. O centroavante matador driblou espetacularmente o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto juntos e mais o quinto e o sexto jogador adversário, atravessando a área de um lado para o outro e, com exuberante categoria, atenção, vai chutar: É GOOOOOOOOOLLLLLLL!!!!!!!!!!!...Fez balançar as redes e explodir a torcida colorada...
- Enquanto a torcida ainda vibra, a partida é reiniciada com Douglas que avança com a bola dominada nos pés, puxando a marcação para a direita e abrindo a defesa, de calcanhar dá um fantástico toque para Borges que penetra na área tabelando com Jonas que agora, em nova fase, é o matador gremista que não perdoa  e, esbanjando categoria, chuta e faz balançar os barbantes: É GOOOLLLLLLLLLLL!!!!!!!...
A torcida tricolor vibra, a multidão faz a sua catarse futebolística e usufrui do momento mágico do gol. Treme o estádio Olímpico que já foi o orgulho do Rio Grande do Sul, mas que teve o seu glamour depreciado depois da construção do Complexo da Beira Rio e que já está com os dias contados para a sua extinção, pois agora vai mesmo sair do papel a construção do Complexo da Arena Gremista no bairro Humaitá, o novo estádio na zona norte da cidade, prometido para treinos da Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre. Não há maior demonstração do que esta de que tudo é impermanente, pois até as obras monumentais materiais deixam de existir, tudo cumpre o seu ciclo no mundo com o tempo. Até mesmo aquele garoto penetra dos Eucaliptos que já se fez adulto e que, as estas alturas do jogo, já deve estar ficando envelhecido, já deve estar até se aposentando e rumando a passos largos para a linha de escanteio, para o fim de sua existência de torcedor dos eternos grenais, competições que se sucedem e sempre se sucederão, assim como extintos já estão muitos torcedores das gerações anteriores que vibraram com jogadores como Tesourinha e Eurico Lara...Mas sempre pode ocorrer o gol de ouro, até os últimos segundos do jogo da vida é preciso acreditar, pois a glória buscada durante toda a vida pode surgir na prorrogação por morte súbita...
-E o juiz trila o apito apontando para o centro do gramado e determina o final de mais um dos eternos  grenais!...




Os Quatro Dinossauros da Manutenção


         Ontem voltei a almoçar na churrascaria Grelhatus com os meus ex-colegas de trabalho da Manutenção do Dmae, desta vez comemorativo ao 59º aniversário do Álvaro. No próximo mês ( em dezembro/2012, se não acabar o mundo!), a Catarina completará o mítico 69 anos de idade e vai entrar na contagem regressiva da aposentadoria compulsória...

Lembro que no dia 30/12/2009 foi o último dia de trabalho do aposentaNdo Jalba, pois ele conquistou a sua liberdade por bom comportamento, após cumprir duas ampliações de pena implementadas por reformas da previdência. 
O colega Álvaro somente naquele mês atingiu o status de Dinossauro com D maiúsculo, ou seja, além de já ter a função gratificada de Diretor incorporada ao salário e ser letra D na progressão final do Plano de Carreira, passou a receber também o Abono Permanência. Significava, portanto, que ele já havia cumprido o tempo de serviço e a idade mínima para se aposentar pelo critério de proporcionalidade, como nós, mas que também ainda não havia conquistado a integralidade e a paridade com o pessoal da ativa. Exceção na sala já era a Catarina que, esbanjando tempo de serviço e de idade, preferiu continuar trabalhando e agora passará a ser perseguida diariamente pelo fantasma da aposentadoria compulsória aos 70 anos.
Na ocasião eu tive a iniciativa de tirarmos uma foto dos quatro colegas de sala reunidos, à qual sugeri dois títulos diferentes: “Os 4 Cavaleiros do Apocalipse na Sala de Extermínio” ou “Os 4 Dinossauros na Sala de Extinção”. A pose da foto  foi montada junto à mesa do Jalba, de modo que aparece ao fundo o quadro pendurado na parede com a foto dos aposentados da Manutenção reunidos na festa de 30 anos da DVM em 1997. Aquela foto no quadro, conforme costumamos brincar, funcionava como uma cartela de bingo, que conforme cada um dos seus 29  aposentados fotografados iam morrendo, marcávamos na cartela do bingo com uma cruz virtual: já se tinha notícia de pelos menos 7  falecidos naquela época, quantos mais terão morrido até hoje? Agora é nós, os quatro dinossauros, que vamos nos tornando a nova cartela de bingo da vez através da foto tirada naquele dezembro de 2009...
Assim, a partir daquela data  começou a se desmantelar uma equipe de engenheiros que cumpriu pena juntos por dez anos, na mesma cela, prestando serviços à comunidade, e por mais de três décadas trabalharam juntas no mesmo presídio semi-aberto de assalariados da empresa de saneamento público portoalegresense. A  mesa em frente à minha passou a ficar vazia, o cara saiu e não voltou nunca mais. A minha cela sofreu a sua primeira defecção definitiva, abriu suas grades para o vôo do sonho de liberdade do Jalba, sonho de simplesmente servir à família e ficar “amando”: a mando dos filhos, a mando dos cachorros da casa e dos pastores da igreja Assembléia de Deus...

Na manhã seguinte, quando entrei na sala e me deparei com a mesa dele definitivamente vazia de sua presença, perguntei com saudosa inveja: Cadê o Jalba?!....Na tarde dequele mesmo dia recebi o seguinte e-mail sarcástico do ex-colega: “Bom dia de TRABALHO! Está em anexo o meu protocolo do pedido de aposentadoria. Não fiques com inveja, tranquilize-se que o teu dia está próximo. sds, Jalba”. Aproveitei para fazer via e-mail uma pergunta que me angustiava, e a Voz do Mestre respondeu:
Olá, caro colega Aposentando!
Você perde o abono permanência a partir do dia do protocolo do processo de pedido de aposentadoria, independentemente se está ou não de licença prêmio ou férias...
Abraço, Jalba.
Após cerca de oito meses em "Licença de Aguardando o Ato", foi decretada a alforria em definitivo do ex-colega Jalba que conquistou a sua  liberdade plena com a publicação do  seu ato de aposentadoria com tudo de bom que se tem por direito (com provento integral e com paridade aos servidores da ativa): o meu sonho de consumo!
-Valeu Mestre Jalba! Quanto aos outros dinossauros da nova cartela do bingo, Catarina e Álvaro, eles não perdem por esperar suas respectivas homenagens mais adiante neste blog...

(Remake de 30/12/2009)


O PEDAGÓGICO SALVE DO PT

A expressão “Salve Geral” ficou popularmente conhecida pela divulgação alarmista da mídia como sendo uma ordem emitida de dentro dos presídios para a bandidagem que está solta executar determinadas ações criminosas de horror-show. O último “salve” que está pegando no país, especialmente em São Paulo, é o de “matança de policiais”, dezenas já foram mortos em execuções relâmpagos.

Enquanto isso, o Salve do PT, emitido pelo comando executivo partidário, por dentro do governo federal, diz que é para o seu povo condenar os “capas pretas” do Supremo Tribunal.  Acusa o STF de fazer política ao coincidir o julgamento com as eleições municipais, e toca o alarme dizendo que a condenação pela suposta compra de votos no Congresso Nacional pode tornar inconstitucional a reforma da previdência que aumentou para 60 anos a idade de aposentadoria. Cá entre nós, saiu barato para o PT, muito mais estragos faria se o julgamento ocorresse na próxima eleição presidencial, onde o tema da ética teria maior repercussão; vamos combinar que os trabalhadores agradeceriam se a reforma da previdência fosse anulada.
O julgamento do Mensalão tem sido pedagógico, uma vez que é feito por juízes majoritariamente indicados pelos réus para o cargo na suprema corte, e que mesmo assim são acusados de lesa-pátria por não transformarem em pizza, como sempre foi feito, justamente o caso de quem lhes deu o emprego vitalício. O aposentaNdo presidente da STF, Ayres Britto, já foi candidato a deputado pelo PT, antes de ser guindado pelo Lula para o cargo de algoz de alguns membros da companheirada  que, deslumbrados pelo poder, se desviaram do caminho da ética que tanto pregávamos no início do partido.
O Salve do PT é pedagógico por se rebelar contra a “teoria do domínio do fato”, adotada no tribunal, segundo a qual quem comanda pode ser responsabilizado por ações que ele não tenha executado pessoalmente. A impossibilidade de desconhecimento do crime é considerada suficiente para a condenação da figura do “mandante” que fica por atrás do serviço sujo, com a ficha limpa.
O pacato cidadão que convive com este jogo de desinformação midiático e governamental, quer é ver o circo pegar fogo. Espera que o julgamento do Mensalão desencadeie um “Salve Geral” de guerra entre as facções dos partidos políticos comprometidos com maracutaias. Quer ver uns denunciando as falcatruas dos outros (PT versus PSDB) no tribunal, agora sobre a presidência do cotista Joaquim Barbosa, para que ele possa sentenciar impiedosamente  os crimes com sua capa de Batman, feito um justiceiro negro investido no poder da toga.
O "Salve-se quem puder" do PT acaba conclamando sua militância para a defesa de sua inocência,  sugerindo que recursos contra as injustiças  condenatórias poderão ser buscados em fóruns internacionais de direitos humanos. Diante de penas financeiras brandas e condenações superiores a dez anos de reclusão, que implicam em necessariamente cumprir prisão de regime fechado, um juiz diz que “Pedagógico não é prender, é recuperar o dinheiro surrupiado dos cofres públicos”, enquanto o Ministro da Justiça declara pedagogicamente que preferiria morrer do que cumprir pena nos calabouços dos presídios medievais brasileiros.
O julgamento, acompanhado em rede nacional quase que diariamente (feito uma telenovela ou bigbrother), tem sido pedagógico por abrir a caixa preta e dar transparência aos procedimentos do rito processual da justiça contra os crimes de colarinho branco. A peça de acusação da Promotoria, a defesa de figurões da política e do sistema financeiro feita por advogados notórios, a longa conclusão do relator e os contrapontos do revisor, os bate-bocas e chiliques entre juízes, as condenações e absolvições de cada caso e a dosimetria das penas...
Tudo muito bonito, mas daí resultar alguém cumprindo pena atrás das grades, feito um ladrão de galinha pé de chinelo, só vendo pra crer. O juiz Barbosinha foi pedagógico ao fazer uma revelação surpreendente, disse que não existe direito à cela especial para portadores de curso superior que tiverem sido condenados, que isso é uma lenda, que a cela especial é prevista só para quem ainda aguarda a sentença final. Como assim?...Sempre me disseram que eu teria cela especial, quer dizer que estudei em vão?...Dizem que todo mundo tem o seu preço, ainda bem que nunca chegaram no meu pra me corromper na minha carreira de servidor público, consegui me aposeNtar a tempo de não ficar com o rabo preso...Ufa!...
15/novembro/2012 – Dia da Proclamação da República
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