LIVRO MEMÓRIAS DO BLOG DIÁRIO DE UM APOSENTANDO


              NOTA DO AUTOR

            É uma realização pessoal muito grande publicar este livro de minhas Memórias, em cuja produção e edição trabalhei praticamente durante os últimos nove anos, para finalmente concluir agora em março de 2017. Livro este que reúne crônicas escritas a partir de 2009 até 2016, todas publicadas no meu blog Diário de Um Aposentando.
O Rito de Passagem da vida profissionalmente ativa para a vida de aposentado é um momento crucial, uma espécie de “experiência de quase morte”, quando temos a nítida percepção de que vai ocorrer a morte da existência que tivemos até então na sociedade, e sentimos que a luz no fundo do túnel deste umbral de passagem é muita tênue e fugidia para a maioria dos mortais.
Como nos relatos clássicos das experiências de quase morte, também neste rito de passagem para a inatividade profissional, passa um filme na cabeça e no coração da gente. Repassam todas as etapas que percorremos na vida para chegarmos até este momento aguardado com tantas expectativas libertárias do jugo diário do trabalho, em que corremos atrás do rabo pra ganhar o sustento de cada dia e garantir a velhice com algum conforto. Mas, como no leito da morte, na hora da passagem dá medo do desconhecido que nos espera no além, na inatividade da aposentadoria.
Com o advento do blog, aproveitei este rito de passagem para escrever, em formas de crônicas aleatórias com ganchos em temáticas de notícias do momento, o roteiro deste filme longa metragem da minha vida que me passou na mente às vésperas da aposentadoria, a partir de meados de 2009. Crônicas escritas com conteúdos tanto no âmbito das minhas memórias biográficas (infância e adolescência, família e internato), como no âmbito da minha carreira de servidor público municipal (atividades profissionais e sindicais, relações funcionais e amorosas) e, também, como não poderia deixar de ser, no âmbito das minhas clandestinas atividades literárias que me acompanharam a vida toda.
Em verdade, eu imaginava que no final resultaria apenas um livro de memórias municipárias, mas no trabalho de edição acabei classificando os textos em três grupos (Pessoais, Municipárias e Literárias) e, só então, percebi que havia escrito o Livro de Memórias da Minha Vida, aos 63 anos de idade. Foi para mim uma maravilhosa surpresa, pois jamais me animaria a esta pretensiosa tarefa de escrever deliberadamente um livro de minhas memórias. Mas, como um típico anônimo, adorei ter o meu próprio Livro de Memórias para deixar aos meus descendentes como o relato da minha época no mundo.

Porto Alegre, março de 2017.
Celso Afonso Lima