BALNEABILIDADE & BOLSAS DE ESTUDO

          Todas as primeiras quintas do mês a Universidade Corporativa do DMAE (UNIDMAE) está promovendo o Ciclo de Palestras Técnicas. Nesta quinta-feira passada, dia 05/agosto, participei pela primeira vez deste ciclo, fui ouvir a palestra de apresentação do Projeto Integrado Socioambiental (PISA), feita pelo colega Engº Valdir Flores.
             O projeto de ampliação do tratamento do esgoto cloacal de Porto Alegre é ambicioso, pois pretende tratar 80% até 2012, superando em muito a meta internacional da ONU, que propõe o índice de 67% para os países em desenvolvimento.
             A idéia básica do projeto, que já está com suas obras em pleno andamento, é coletar o esgoto da cidade que é reunido no Gasômetro, na Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE) Ponta da Cadeia e, ao invés de continuarmos jogando o esgoto bruto no Rio Guaíba, conduzi-lo canalizado em tubos de aço pela Av. Beira Rio até o hipódromo na EBE Cristal. Lá haverá um mirante elevado como atração turística, dotado de um sistema de abatimento de gases para minimizar o mal cheiro do esgoto aos visitantes, que do mirante poderão admirar o pôr do sol.

          De lá, através da grande inovação do projeto que é a condução do esgoto por tubulação subaquática (tubo de PEAD de 11km sem emendas, submersos e enterrado no leito do Guaíba), conduzir o esgoto para ser tratado na  Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Serraria.  Somente após um tratamento do esgoto (denominado tecnicamente de terciário) que gera lodo ativado, vale dizer, descontaminado, é que devolveremos a água devidamente tratada ao seu manancial de origem.
              Restam ainda algumas questões ambientais a serem resolvidas, tais como: - O que fazer com os 150 m3/dia de lodo que o sistema de tratamento vai gerar? – O que fazer com o gás poluente que o tratamento de esgoto libera para o ambiente?... Estudos estão sendo feitos para o aproveitamento do gás como uma alternativa para gerar energia elétrica para o funcionamento da própria ETE Serraria, ou para a secagem do lodo que reduziria o seu volume para cerca de 30m3/dia...
            Reproduzo aqui o meu comentário feito neste blog na postagem de junho sob o título Dia Mundial da Água: Recuperar a balneabilidade das praias de Pedra Redonda, Ipanema e Guarujá, já pensou? Poder voltar, como nos nossos tempos de guri, a nadar novamente nestas praias, seria como podermos entregar aos nossos netos a cidade com a mesma qualidade de vida que a recebemos dos nossos pais, apesar do imenso aumento populacional! Eu não alcançarei a realização desta meta na ativa, mas aposentado espero estar vivo ainda para poder comemorar este verdadeiro “Dia D Glória da Água” portoalegrense.
             Saio tranqüilo para o meu retiro de “inativo”, pois sei que o mega projeto da Prefeitura que envolve R$ 580 milhões, dos quais os  380 milhões de reais destinados ao Dmae estão em boas mãos. Considero o Engº Valdir Flores um dos técnicos mais completos e versáteis do Departamento.  Trabalhei com ele como sendo meu diretor na Divisão de Projetos, quando desenvolvemos os sistemas Pitinga e Quirinas de abastecimento público por poços tubulares profundos (poços artesianos). Posteriormente voltei a trabalhar com o Valdir, quando eu já havia retornado à Manutenção, e ele havia assumido como Superintendente de Operações, período em que desenvolvemos o trabalho de eficientização energética através da implantação da CICEE (Comissão Interna de Controles de Energia Elétrica). Sempre mantivemos, o Valdir e eu, um relacionamento profissional respeitoso e com empatia de ambas as partes. Com toda esta “rasgação de seda” sincera pretendo fazer um gancho para resgatar um episódio pitoresco, em que o Valdir Flores mostrou toda a sua versatilidade e conquistou de vez a minha terna consideração.
          Trata-se do Causo das Bolsas de Estudo do DMAE ocorrido no ano de 2001, quando os funcionários foram surpreendidos, às vésperas do período de matrícula das escolas de Ensino Fundamental e Médio, ao receberem um comunicado da Administração Popular grampeado ao contra-cheque de outubro, de que havia um pacote de alterações dos critérios de concessão do Auxílio de Bolsas de Estudos através da Instrução DG 295/01. Naturalmente, os colegas pais e também os estudantes, que viam suas vidas serem desorganizadas sem a menor parcimônia e consideração, se organizaram num movimento legítimo e espontâneo de reação e tentativa desesperada de reverter esta decisão. Foi assim que, numa assembléia chamada pelas Administração para tentar acalmar o “burburinho” da massa se agitando, com a presença de mais de 100 funcionários, foram apontados os inúmeros equívocos contidos na resolução, tais como:
-A precipitação truculenta de implantação de modificações radicais sem o mínimo prazo de preparação psicológica e material das pessoas, que possivelmente teriam que mudar imediatamente de colégio seus filhos;
-A limitação de inscrição de apenas dois filhos como beneficiários (os pais teriam que escolher quais dos seus filhos seriam excluídos);
- O Critério de Sorteio de Bolsas Integrais até o final do curso do dependente, foi o ponto no qual a assembléia dos servidores decidiu concentrar a sua rejeição, por considerá-lo excludente, uma vez que reduzia em mais de 50% o número de beneficiários por ser um critério que dava tudo para poucos e nada para muitos, e se constituir na sistematização de uma tortura psicológica anual sobre as crianças e familiares (pois todos os anos haveria novos sorteios e a ameaça de perder a bolsa e ter que trocar de escola).
40 anos da DVM-2007
             Por ocasião dessa assembléia, da qual a Administração se retirou depois de se ver veementemente contestada, os servidores assumiram o comando da reunião e constituíram uma Comissão de Representantes dos Funcionários (composta por Valdir Flores/DVO, Silvia Fabbrin/COJ, Antônio Coelho/DVI, Magda Granata/DVO, Dione Borges/DVR, Denise Regina/DVR, Maria de Fátima Rodrigues/DVH, Mara Lúcia Diel/SVG, Eduardo Dias/COJ, Iara Morandi/DVP e Marco Guimarães e eu pela DVM). A Comissão buscou, inutilmente, por vários dias estabelecer um canal de comunicação, até  conseguir arrombar uma brecha diretamente no Gabinete do Diretor Geral, através de um ”Ato Público” (com cartazes e pirulitos) realizado nos Jardins da ETA Moinhos de Vento.

           Durante a evolução deste movimento foi se destacando a liderança carismática do colega Valdir Flores, e se revelando a sua talentosa capacidade oratória de se comunicar com a multidão reunida, o qual acabou assumindo naturalmente a coordenação daquela luta; enquanto eu passei a funcionar como uma espécie de consultor de estratégias de ação do movimento, devido à minha larga experiência sindical.
           O GDG (Gabinete do Diretor Geral), após finalmente se dignar a ouvir a nossa reivindicação de que a IDG fosse suspensa para se estudar formas alternativas de “rateio”, aos invés do critério de “sorteios”, delegou ao Superintendente Administrativo, na época o todo poderoso Ricardo Collar (que havia sido cogitado para ser o DG do DMAE, e acabou ficando amargurado apenas no segundo escalão do poder), para fazer as tratativas e discussões com os funcionários.

              Em reuniões manipuladas em que a Administração insistia em pautar a discussão dos “Procedimentos Operacionais do Sorteio das Bolsas”, enquanto em vão a Comissão de Representantes sugeria a discussão de um “Rateio Escalonado” por faixas salariais, até que esgotou-se todas as alternativas de se romper com a intransigência da Superintendência Administrava (incluída a DVH do Júlio Abrantes). Resultou que a Administração publicou o Regulamento do Sorteio com ostensiva prepotência, inclusive após o período de inscrições dos candidatos ao benefício, e com alterações (para pior) dos critérios estabelecidos na IDG295/01, restringindo  para apenas a “faixa 1” a concessão de bolsa integral até a conclusão do respectivo nível  de ensino (Infantil, Fundamental ou Médio).
          E seguiram atropelando todos como um tanque de guerra, desenvolvendo uma repressão ao movimento contestatório, através de proibição expressa para que as chefias não permitissem que funcionários participassem de reuniões sobre as bolsas de estudos. Espalharam tamanha onda de terror e medo que conseguiram esvaziar o movimento! Lembro que eu fiquei tristemente impressionado de como a esquerda era mais eficiente na repressão aos movimentos dos trabalhadores do que toda a nossa longa experiência anterior durante a luta pela democratização do país no período do final da ditadura já agonizante. Só nos restou publicar uma “Carta Aberta aos Funcionários”, denunciando todas as arbitrariedades ocorridas no processo e assimilar o refluxo do movimento.

            Confesso que entrei meio de gaiato nesta peleja, pois na verdade eu queria protestar era contra a extinção da minha bolsa de estudo na PUC do curso de Jornalismo. Até então, antes deste tumulto todo, as minhas filhas estudavam em escolas particulares, mas não conveniadas com as bolsas de estudo do DMAE. Até  então eu preferia pagar e poder escolher livremente a escola do que ficar condicionado por uma pequena ajuda de custo oferecida pelo Departamento. Mas, com a proposição da Administração Popular de oferecer “bolsas de estudo integral e até o final do Curso Fundamental”, resolvi concorrer na loteria deste verdadeiro “prêmio da sorte grande”, inscrevendo as minhas filhas para se candidatarem às vagas de bolsas na caríssima e ótima Escola João XXIII.
          O pitoresco é que no famigerado sorteio, nós que éramos radicalmente contra ele, por ser um critério que dava tudo para poucos e nada para muitos, fomos sorteados: o Valdir com uma e  eu com duas bolsas, e as nossas mulheres, as Magdas, também foram sorteadas com uma bolsa cada uma...Provamos que estávamos certos ficando com tudo entre poucos!
           A batalha não acabou por aí, ocorreu que no regulamento do sorteio, escrito em cima da perna com a soberba de “manda quem pode e obedece quem precisa”, foi determinado que o Ensino Fundamental seria dividido em dois sub-níveis: da primeira à quinta série e da sexta à oitava série. Assim, segundo o entendimento da Administração, as bolsas sorteadas seriam integrais até o final de cada um destes sub-níveis, e apenas para os servidores da faixa salarial mais baixa.
           A minha guria menor entrou na primeira série e a maior na quinta série na nova escola por força do famigerado sorteio, mas foi preciso que recorrêssemos à justiça para garantir o que estava determinado na IDG295/01, ou seja, que a bolsa seria integral até o final do Curso de Ensino Fundamental para os servidores de todas as faixas salariais. O fato é que somente através da IDG301 publicada em outubro/2002 é que foi modificada a redação da instrução anterior, restringindo para apenas a “faixa 1” a bolsa integral até a conclusão do nível de ensino, sub-dividindo o Ensino Fundamental em dois sub-níveis (válida para os novos sorteados!).
         A primeira vitória foi a conquista de uma “liminar judicial” e, por fim, a sentença nos dando ganho pelo mérito da causa, com a qual garantimos o benefício do “grande prêmio” que ganhamos no sorteio: por praticamente toda a vida escolar as minhas filhas tiveram literalmente a “sorte” de estudarem numa boa escola que não teriam acesso se não fosse através das bolsas de estudo do DMAE.
-Valeu DMAE!
-Valeu Comissão de Representantes!
-Valeu Valdir Flores!

Um comentário:

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