O “CASE DVM” & O DIA QUE ANDEI DE BALÃO

           No processo de reestruturação do DMAE a administração formou grupos de trabalho por Divisão: G1 para o grupo formado pelo Diretor Geral e Superintendentes, e assim por diante, sendo que o grupo da DVM foi batizado de G5. Nesta semana o G5 retornou de mais uma dessas infinitas reuniões para as quais os gestores de cada divisão são convocados, com a determinação de que a Equipe de Apoio Administrativo (EQAD) deve ser pulverizada, cujas funções serão extintas na nova estrutura.
          Desde o início do mês de setembro foi instituída a nova estrutura operacional da DVM, ou seja, que passou a ser composta de três coordenações (Programação dos Serviços Preventivos, Manutenção e Equipamentos Móveis), deixando de existir separadamente as tradicionais seções de serviços elétricos e de serviços mecânicos.

Antes

Depois
           Desde meados de setembro iniciaram também as reformas dos prédios da DVM, obras que visam adequar a estrutura física da Divisão à nova estrutura funcional, pensada a partir de seus processos operacionais. Agora a sala de jogos é separada do refeitorio por paredes divisórias!
           A proposição da administração é que a reestruturação da DVM se torne um “CASE”, linguagem utilizada nos meios de “gestão de qualidade” para significar um “exemplo de sucesso” a ser divulgado como estímulo mobilizador junto às outras divisões que, por acaso ou outros motivos, ainda se encontrem resistentes às reformas em andamento pela atual gestão do DMAE.
         Esta questão de extinção dos EQADs (Equipes Administrativas), que por muitos é entendida como de extermínio da função dos assistentes administrativos, é uma bandeira emblemática da reforma proposta, idéia que a administração defende com unhas e dentes, exigindo que a pulverização dos detentores deste cargo seja executada imediatamente.
        Esta “quebra de paradigma”, como costumam dizer os próprios autores do projeto de reestruturação, ainda é de difícil assimilação para todo o corpo funcional do DMAE: como vai operar cada Divisão do Departamento sem um núcleo administrativo que cuide da burocracia funcional, tais como folha ponto, horas extras, licenças médicas ou de gozos, etc.?...A resposta que a Administração tem na ponta da língua de seus representantes é que os assistentes administrativos não vão ser extintos e sim pulverizados, quer dizer, suas atividades vão ser descentralizadas e serão exercidas diretamente junto aos coordenadores de cada área. Entenderam?...Nem eu!

Pois é, esta reestruturação é um típico caso de quebra de paradigma que só vendo acontecer pra ver no que vai dar. Como já comentei numa postagem anterior no mês de julho/2010 (Reestruturação: o Frankenstein Espetacular), é um Frankenstein ao qual eu pretendo assistir de camarote como aposentado. Resta saber se vai ser um filme trágico, cômico ou de final feliz. Cabe lembrar, porém, que a criatura literária original do Frankenstein se voltou contra o seu criador...
          A propósito destas novas ferramentas gerenciais utilizadas pela atual Administração do DMAE, em março/2010 postei aqui no blog uma matéria intitulada “A Última Nova Missão de Melhorias”. Referia-se ao lançamento do Circuito de Melhoria Contínua (CMC), num prestigiado evento no auditório do Instituto Goethe, com intervenção criativa de um grupo teatral e direito a um qualificado cofee-break aos participantes das 39 equipes, que envolviam mais de 150 funcionários, cerca de 10% do corpo funcional da empresa. Pois bem, em novembro passado foram promovidos eventos de encerramento do CMC, com a realização de duas Feiras de Resultados, uma para o público interno sob o nome de “Dia da Excelência”, e uma feira na Redenção para o público externo, para a população portoalegrense.

       Há que se respeitar a iniciativa devido ao brilhantismo da idéia da melhoria contínua, que é simples e muito interessante, é a idéia de criar a seguinte cultura: a equipe identifica um problema em sua área de atuação, elabora em conjunto um projeto para solucionar este problema e implanta esta solução, com o apoio logístico da empresa. Fácil?...Poderia ter sido, se o foco fosse resolver o problema, mas o foco principal do CMC era a utilização da metodologia (de identificação, quantificação e desenvolvimento de um plano de ação para solucionar o problema), conforme os instrumentos gerenciais que somente a consultoria contratada dominava e  deles fez um bicho de sete cabeças.
        Para resumir, no final do trabalho do CMC resultou, a muito custo, apenas uma dúzia das 39 equipes iniciais, a maioria debandou. A debandada só não foi geral porque alguns grupos de trabalho persistiram visando realmente solucionar o problema que eles tinham identificado, apesar das metodologias desnecessariamente complicadas que obrigatoriamente tinham que aplicar para poderem seguir adiante.

             Concretamente, o problema que a equipe da Manutenção se propôs a resolver foi sistematizar o armazenamento e o manuseio do estoque de pneus reservas da frota de veículos do  DMAE. A solução era simplesmente se adquirir prateleiras apropriadas para o armazenamento ordenado, visando a redução de riscos de acidentes de trabalho no manuseio e a melhoria das condições higiênicas do ambiente de trabalho, que ficava sujeito a infestações no meio dos pneus caoticamente amontoados.  
Equipe da Comercial
        Todavia, quase que chegamos à conclusão, pelas metodologias e ferramentas gerenciais, que o melhor era deixarmos como estava, pois a relação custo/benefício não identificava o nosso problema como significativo... Era  como ter que escrever uma tese de mestrado para mostrar a importância do pingo no i!
Contudo persistimos, e como desde o início já encaminhamos o pedido de compra  das referidas prateleiras, no final do Circuito de Melhoria Contínua, nas Feiras de Resultados, acabamos fazendo sucesso com a exposição de nossos pneus gigantescos e as intermináveis explicações técnicas  do Jorge Luiz  Cafuringa aos visitantes da nossa estande.

            Mas o que resultou deste episódio do CMC como definitivamente marcante na minha vida,  foi que durante a Feira de Resultados para a Sociedade, em pleno domingo no Bric da Redenção, havia um balão fazendo publicidade da Unisinos ao lado da nossa  exposição,  oferecendo um passeio grátis, uau!: foi o dia em que andei de balão!...

Voando no balão, sem soltar as amarras...
Pude ver a coisa toda de cima:
- Valeu CMC!

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