O ESPIRITUALISMO MONÁRQUICO PARLAMENTARISTA


        Na partida final de Copa do Mundo 2010 na África do Sul, o que me chamou a atenção foi a peculiaridade  de resultar reunidas duas monarquias para disputarem o título de campeões do mundo (o que equivale ao título de “reis do futebol”), contando com a presença no estádio do príncipe herdeiro da Holanda (com a sua esposa argentina) e da rainha Sofia, esposa do rei Juan Carlos da Espanha; coincidência que deve indicar que as repúblicas democráticas ou ditatoriais estão em baixa, pelo menos futebolísticamente.
           As monarquias constitucionais modernas obedecem freqüentemente a um sistema de separação de poderes, e o monarca é o chefe (simbólico) do poder executivo. De origem grega, o termo sugere “o governo de um”, “um que governa”. No entanto, o que existe em países como Bélgica, Canadá, Espanha, Holanda, Reino Unido, Japão, Suécia, Dinamarca, Noruega, etc. (viva o Google!) não deixa de ser, em essência, uma república democrática com um rei como Chefe de Estado.
         O Sistema do PARLAMENTARISMO pode ser usado em monarquias ou repúblicas. O chefe de Estado (rei ou o presidente eleito diretamente pelo povo ou indiretamente pelo parlamento) não é o chefe de governo e, portanto, não tem responsabilidade política. Suas funções são restritas. O chefe de governo é o premier ou primeiro ministro, indicado pelo chefe de Estado (rei ou presidente), podendo ser aceito ou não pelos representantes do povo (deputados e senadores). O Primeiro Ministro fica no cargo enquanto tiver a confiança do Parlamento. A responsabilidade do Gabinete de Ministros e do Premier é solidária; se um cair todos caem. Para caírem todos, basta o parlamento decidir!
         O sistema parlamentarista só se aplica em regimes democráticos, sejam monarquias ou repúblicas. Exemplos de Parlamentarismo Republicano são a França e Alemanha; e como Monarquias Parlamentaristas são a Inglaterra, Espanha e a Holanda do time da “Laranja Mecânica”.
No Brasil tivemos o parlamentarismo na fase final do Império (1847-1889). Na República, vigorou o presidencialismo, com exceção de um curto período de tempo (setembro de 1961 a janeiro de 1963), em que o parlamentarismo foi adotado como solução para a crise política consecutiva à renúncia do presidente Jânio Quadros e à posse do vice Jango Goulart, frente ao Movimento da Legalidade liderado pelo então governador Brizola. Em 1993 tivemos um plebiscito nacional, como exigência da Constituição de 1988, e o povo votou pela manutenção do presidencialismo como sistema de governo  (perdemos a chance de voltarmos para a monarquia!) e contra o parlamentarismo (ainda bem, com os políticos brasileiros não ia prestar!).
Lembro que no romantismo ideológico da minha adolescência a minha primeira inclinação política foi o parlamentarismo, por influência da leitura dos textos empolgados do velhinho Raul Pilla. Para aqueles que nunca ouviram falar desta lendária figura gaúcha, está na Wikipédia: Raul Pilla (Porto Alegre, 20 de janeiro de 1892 – 7 de junho de 1973) foi um médico, jornalista, professor e político brasileiro, e um dos maiores defensores da adoção do regime parlamentarista. Pilla era chamado de O Papa do parlamentarismo no Brasil.
Depois da influência de Raul Pilla fui cada vez mais sendo levado pela rosa dos ventos para o oeste (esquerda) da bússola política: Paulo Brossard, Pedro Simon, Collares, Olívio, Lula, Voto Nulo, Marina Silva...
         Voltando à questão da monarquia, suscitada pela disputa de Espanha e Holanda na partida final da Copa do Mundo 2010, modernamente este sistema de governo não está mais vinculado ao conceito absolutista do Antigo Regime Medieval, apesar do título de monarca  ser hereditário.
         Pensando bem, politicamente a monarquia oferece uma grande chance de qualificação dos seus governantes, uma vez que os seus príncipes herdeiros são educados e treinados, desde criancinhas, em todas as matérias (filosofia, psicologia, cultura universal e ciências) e atribuições do futuro cargo de rei (estratégias, diplomacia, atividades militares das três forças e suas questões bélicas).
 Nunca tinha me ocorrido antes este enfoque de abordagem, de  preferir a monarquia ao invés da loteria temerária que é escolher de improviso, pelo sistema democrático, um indivíduo qualquer (que pode se apresentar como caçador de marajás ou bolivarista) e dar-lhe o comando geral das forças armadas da nação. Fácil, fácil pode surgir um Collor ou um Hugo Chaves da vida!
Visto por este lado oblíquo, a monarquia talvez seja o sistema político mais próximo dos ideais pensados por Platão no seu livro A República, no qual prescrevia que as nações deveriam ser governadas pelos mais sábios. Mas pretender reunir um conselho de sábios,  já é viajar na maionese e cair na ilusão platônica de um regime socialista utópico, onde os nossos filhos são filhos do Estado que é um excelente pai. O fracasso do comunismo russo provou que o papai estatal não funciona!
       Melhor ainda que o critério monárquico de hereditariedade sanguínea, é o critério dos líderes espirituais e políticos do Tibet. Nas diferentes  linhagens budistas dos monges tibetanos, os cargos dos grandes líderes de cada uma delas não é repassado pela simples hereditariedade e sim pela continuidade do próprio líder. Após a sua morte, o falecido é localizado e identificado numa criança, por outros grandes mestres,  como sendo o  líder renascido  e passa a ter tratamento vip. Nestas linhagens também os futuros líderes são educados, desde criancinha, em todas as áreas do conhecimento humano e  desenvolvidos espiritualmente para cumprirem com êxito o seu destino de serem o “sinuelo” do seu povo, com sapiência e PAZciência para tanto.

        Quem sabe se com a evolução científica e espiritual, futuramente os homens desvendarão os mistérios do pós-morte e solucionarão as misérias humanas com um sistema político de governo baseado na fusão destes sistemas, uma espécie de Espiritualismo Monárquico Parlamentarista? Quem sabe  surja um sistema com um Rei Leão para ocupar a pedra do poder e com eleições democráticas para o parlamento e, ainda, com o comunismo dos meios de produção?...Quem sabe da caverna de Platão, em que ainda vivemos, saia uma mistura de Dalai Lama, Lula e Marx, um DALULARX?...

            Antes disso, como "tá confirmado" a continuidade do reinado do Lula (através da sua fiel escudeira Dilma) até a realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, vamos torcer para que consigamos derrubar a monarquia da Espanha, atual campeã mundial, e que possamos voltar a impor o respeito futebolístico que merece o nosso arcaico sistema republicano de eleição direta para a escolha democrática dos dirigentes de uma nação.

A CBF É UMA MONARQUIA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário