O PGQP NO BOLSO DOS FUNCIONÁRIOS


      A gestão anterior, denominada Administração da Frente Popular, matou a bimestralidade dos municipários, benefício que consistia em um reajuste da inflação a cada dois meses (que maravilha!), benefício este que não resistiu ao congelamento siberiano a que foi submetida no governo Tarso-Verne, período de vacas magras em que ficamos silenciosamente sem reajuste nenhum. De maneira que a administração do PPS, que pregava nas promessas de campanha “preservar o que é bom”, achou ótimo encontrar a bimestralidade já defunta, pois só teve o trabalho de ouvir a choradeira do velório e providenciar o enterro, antes que fedesse demais.
     A choradeira até que fedeu bastante, pois rendeu uma greve capitaneada pelos mesmos que tornaram a bimestralidade uma múmia e que provocaram as perdas salariais, cuja recuperação dos atrasados passou a ser reivindicado por eles com unhas e dentes; servindo de bandeira de luta para que pudessem, recém saídos dos gabinetes do poder, reaprender a antiga militância oposicionista que fora uma especialidade daquela tribo e, com isso, ocupar novamente este espaço sindical da arena política.
     Mas, para um anarquista convertido pelo método da cabeçada contra o muro como eu, nada como um dia após o outro...nada como a alternância no poder para se revelar a mesmice inerente da política partidária em todo o seu espectro de partidos políticos...
     Depois do caso já comentado aqui da Venda da Folha de Pagamento para a Caixa Econômica Federal, em que a “gestão de qualidade” gerou lucros para os cofres públicos a partir de 2008, em troca de prejuízos incessantes impostos ao quadro funcional, em especial aos correntistas de outros bancos, seguiu-se novas iniciativas gerenciais da administração Fogaça com igual sucesso, pois com o mesmo teor de empobrecimento dos servidores municipais.
      Indicadores financeiros do DMAE de hoje indicam que houve ganhos em 2009 com a redução de custo na folha de pagamento de pessoal, devido ao fato que o reajuste salarial de maio/2009 foi parcelado em três vezes. Com esta política salarial os cofres públicos se fortaleceram diminuindo o fluxo de caixa que migraria, por direito, para os salários dos seus servidores. A grana relativa aos 5,53% de reajuste que os funcionários deveriam ter recebido em maio/09, a prefeitura pagou 1% em maio, 2% em setembro e o saldo (2,53%) a partir de janeiro de 2010. Conforme exposição do economista Paulo Muzell, a Administração fez uma “economia do arrocho”: de maio a agosto, quatro meses pagando 4,53% a menos na folha, representam 17,2 milhões de reais de “poupança”. De setembro a dezembro são cinco folhas (quatro meses mais o 13º salário), 2,53% pagos a menos cada mês numa folha de 95 milhões, some-se mais 12 milhões ao “caixa”. Resultado do arrocho: 29,2 milhões de reais apropriado como redução de custos e, ainda por cima, parte foi jogado para o orçamento de 2010, pago em fevereiro, melhorando ainda mais os seus indicadores gerenciais financeiro em busca do troféu de Ouro do PGQP (Pessoal sem Grana é Qualidade Patronal).
     A mesma política de valorização de pessoal foi aplicada para a Progressão Funcional: biênio 2002~2004. Somente em meados de 2009 começaram pagar e só a partir de então, sendo que os atrasados de 2005 até 2008, ao invés de vir numa bolada como seria de direito, para compensar o atraso e assim possibilitar que o barnabé adquira alguma coisa de valor, tendo um capital mínimo de investimento, que nada...Os atrasados ficaram nos cofres da fazenda qualificando seus indicadores e passaram a ser pagos em trinta e seis longuíssimas parcelas irrisórias, que ficarão diluídas em três anos a contar de 2010. Ou seja, os débitos salariais de 2005-2008 serão pagos até o final de 2012; isto se as previsões do povo Maia não se realizarem e o mundo não terminar antes!



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