OS CAPACETES BRANCOS E A BATALHA FINAL

           No evento de comemoração dos 80 anos da estátua do Cristo Redentor no RJ, realizado no mês de outubro, foram inaugurados dois bustos de bronze ao pé do monumento que é uma das maravilhas do mundo moderno: o busto do bispo que a encomendou e, por incrível que pareça, o busto do engenheiro que construiu a obra!! Finalmente lembraram do engenheiro que construiu aquela obra fenomenal e impressionante com a tecnologia precária da época. É praticamente uma pirâmide tupiniquim.
         Este é um sinal cultural dos novos tempos, tanto que no embalo das obras dos PACs e da Copa do Mundo no Brasil, os cursos de Engenharia estão entre os mais procurados no próximo vestibular da UFRGS. Somados, nos 16 cursos de Engenharia oferecidos, a quantidade de inscritos cresceu e está atrás apenas da medicina em número de candidatos.
           Mas na prefeitura de Porto Alegre esta tendência de valorização dos profissionais da área de engenharia (arquitetura e agronomia), ainda vinha enfrentando resistências. Por aqui ainda prevalecem fortes resquícios de uma administração arraigada culturalmente à concepção tecnocrata “jurídico-fazendária”, ou seja, de valorização de quem meramente arrecada e executa cobranças, em detrimento de quem produz benefícios e presta serviços diretos para os contribuintes.

          Por isso, lutando como leões, o Movimento dos Capacetes Brancos vinha mobilizando há seis meses estes servidores públicos municipais em “capacetaços” pela cidade, gritando por valorização profissional da categoria. Enquanto faziam barulhos com buzinaços para serem ouvidos, o executivo municipal fazia ouvidos surdos de mercador, como quem só queria barganhar sistematicamente e gastar o tempo visando desarticular o movimento pelo cansaço...

           Este tipo de políticagem antiquada, de se aglomerarem políticos no palanque somente na hora de inaugurar obras, quando tudo é festa; e de tirarem o corpo fora e jogarem os profissionais na fogueira quando a obra dá qualquer problema técnico, precisa ser superada pela administração pública com uma postura de valorização permanente de quem é cobrado permanentemente em seu ofício por suas responsabilidades técnicas (VRT).
         Como mais um sinal cultural afirmativo dos novos tempos, finalmente esta realidade começa a ser transformada na Prefeitura de Porto Alegre, graças ao Movimento dos Capacetes Brancos que conseguiu obter uma proposta que, mesmo não atingindo plenamente a isonomia salarial almejada,  consagra como vitoriosa a bandeira de luta (2,5 básicos) conquistando um avanço significativo (1 básico) na redução de 40% das distorções salariais  entre os técnicos científicos de nível superior.
         Na amadurecida Assembléia Geral da categoria que votou pela aceitação da proposta da Administração, computou-se como o principal saldo do movimento, além da vantagem financeira que não é pouca, a capacidade de união e de mobilização dos capacetes brancos, as atitudes corajosas como o “Liberação Zero” e o botar a cara em incontáveis atos públicos.

         Contando com lideranças totalmente comprometidas com os interesses comuns do movimento (Valeu Eng° Adinaldo do Dmae, meu líder!), devolveram aos profissionais dos capacetes brancos a dignidade cidadã de serem novamente agentes interlocutores de suas próprias carreiras. Reconquistaram a capacidade de pautar discussões com a Administração municipal daqui pra frente, seja quem for que estiver no poder.

- Valeu Capacetes Brancos, nossos heróis, os cabeças brancas aposentados agradecem!

Veja como bônus os meus clipes do Movimento no Youtube:

A Batalha Final no Paço

Assembléia Geral da Vitória (ainda que parcial!)


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