No final de
2011 eu me perguntava aqui no blog se 2012 seria mais um passo que daríamos a
caminho do Fim do Mundo, foi?... Nas clássicas retrospectivas jornalísticas de
final de ano, cada vez mais tem sido dado destaque aos impressionantes
trabalhos voluntários que as pessoas comuns têm se dedicado, o que indica o
fortalecimento de uma cultura de compaixão humanística e de preocupação com a
sustentabilidade da espécie no planeta. Apesar das religiões, das ideologias, das divisões raciais e
territoriais dos países, cresce a consciência que somos todos irmãos e membros
da mesma família.
Não é que o
homem seja um animal social por natureza, conforme pensava Aristóteles na
antiga Grécia; na verdade o homem se torna um animal social pelo amor doméstico
e incondicional da família. A família é fundamental porque nos propicia
confiança e proteção, pois mesmo instigada pelas agruras das dificuldades
materiais de sobrevivência e atritos de egos, consegue manter os elos afetivos
que nos harmonizam com a vida. É no meio familiar que se aprende a paciência de
perdoar, devido à imposição de um conviver desmedido. Por intermédio da família
podemos dar continuidade a este interminável ciclo da humanidade, que é
gerar em nossos filhos o espírito de paz
e fraternidade que só a família é capaz de introduzir, de maneira permanente,
no coração das pessoas. O homem é um animal socialmente domesticado.
A família é a
escola superior da vida, pois somente através dela conseguimos assimilar os
ensinamentos mais complexos, os conceitos teóricos e equações funcionais que a
prática existencial familiar consegue traduzir em ações simples de perdoar e
esquecer coisas que em outras circunstâncias exigiriam vingança e ódio eterno
de nossos corações. No amor incondicional do núcleo familiar, entre pais e
filhos, se engole e se digeri todos os sapos, se exercita a tolerância e o
desprendimento de ajudar ao próximo, ainda que este próximo seja tão próximo,
quase uma continuação familiar de nós mesmos.
No réveillon
familiar anterior, na noite de primeiro de ano de 2012, mais uma vez eu fiz os
clássicos três desejos, que alguns chamam de “pedidos”, que se faz comendo três
uvas sob os fogos de artifícios da meia noite. Agora, fechando o balanço anual,
constato que mais uma vez consegui concretizar os desejos mais difíceis e ficou
justamente o desejo pendente do ano anterior, o qual depende apenas do destino
e este ainda não quis realizar. Fechei o ano de 2012 não só saindo
definitivamente do grupo de risco de reincidência do câncer, como também me
recuperando de todos os efeitos colaterais da cirurgia. Em 2012 realizei a
“Viagem dos meus sonhos” na Europa (Espanha, Paris e Lisboa), com o “extra” de
atravessar o mar Mediterrâneo e pisar na África (Marrocos). Mas...com certeza
vou realizar o desejo pendente juntamente com os novos desejos que formularei
agora para correr atrás em 2013, neste meu segundo ano integralmente dedicado
ao ócio voluntariado da aposentadoria!
A maior
pobreza é não se ter família estruturada: a solidão infantil é a madrasta da
violência que está solapando a sociedade moderna. A compaixão voluntariada fará
da humanidade uma grande família, e com novos hábitos ecológicos poderemos
realizar os nossos desejos pessoais sem destruirmos a natureza desta maneira
irreversível que está provocando inexoravelmente o “Fim do Mundo” habitável e
nos tornando espécie em auto-extinção.
Voluntariamente
desejo Feliz 2013 para as famílias de todos vocês!
Bom texto, Celso. Até fiquei com vontade de viajar para a Austrália e o Canadá. Um abração e um feliz 2012! Jairo.
ResponderExcluirCaro camarada Celso.
ResponderExcluirQuero te dizer que achei este o teu melhor texto. NÃo pelo conteúdo somente, mas também pela sensação de nadar nas palavras fluídas de um rio de águas serenas e cristalinas.
Meus bons desejos pra ti meu velho, e para os teus queridos e queridas.
Meu abraço de um novo começo em 2013. A vida nÃo pára. (Pra ti, pra nós jurássicos, que continuará escrevendo pra gente, é com acento diferencial ainda. Até 2016)
Júlio Brum