DESEJOS PARA 2013



No final de 2011 eu me perguntava aqui no blog se 2012 seria mais um passo que daríamos a caminho do Fim do Mundo, foi?... Nas clássicas retrospectivas jornalísticas de final de ano, cada vez mais tem sido dado destaque aos impressionantes trabalhos voluntários que as pessoas comuns têm se dedicado, o que indica o fortalecimento de uma cultura de compaixão humanística e de preocupação com a sustentabilidade da espécie no planeta. Apesar das religiões,  das ideologias, das divisões raciais e territoriais dos países, cresce a consciência que somos todos irmãos e membros da mesma família.

Não é que o homem seja um animal social por natureza, conforme pensava Aristóteles na antiga Grécia; na verdade o homem se torna um animal social pelo amor doméstico e incondicional da família. A família é fundamental porque nos propicia confiança e proteção, pois mesmo instigada pelas agruras das dificuldades materiais de sobrevivência e atritos de egos, consegue manter os elos afetivos que nos harmonizam com a vida. É no meio familiar que se aprende a paciência de perdoar, devido à imposição de um conviver desmedido. Por intermédio da família podemos dar continuidade a este interminável ciclo da humanidade, que é gerar  em nossos filhos o espírito de paz e fraternidade que só a família é capaz de introduzir, de maneira permanente, no coração das pessoas. O homem é um animal socialmente domesticado.
 
A família é a escola superior da vida, pois somente através dela conseguimos assimilar os ensinamentos mais complexos, os conceitos teóricos e equações funcionais que a prática existencial familiar consegue traduzir em ações simples de perdoar e esquecer coisas que em outras circunstâncias exigiriam vingança e ódio eterno de nossos corações. No amor incondicional do núcleo familiar, entre pais e filhos, se engole e se digeri todos os sapos, se exercita a tolerância e o desprendimento de ajudar ao próximo, ainda que este próximo seja tão próximo, quase uma continuação familiar de nós mesmos.

No réveillon familiar anterior, na noite de primeiro de ano de 2012, mais uma vez eu fiz os clássicos três desejos, que alguns chamam de “pedidos”, que se faz comendo três uvas sob os fogos de artifícios da meia noite. Agora, fechando o balanço anual, constato que mais uma vez consegui concretizar os desejos mais difíceis e ficou justamente o desejo pendente do ano anterior, o qual depende apenas do destino e este ainda não quis realizar. Fechei o ano de 2012 não só saindo definitivamente do grupo de risco de reincidência do câncer, como também me recuperando de todos os efeitos colaterais da cirurgia. Em 2012 realizei a “Viagem dos meus sonhos” na Europa (Espanha, Paris e Lisboa), com o “extra” de atravessar o mar Mediterrâneo e pisar na África (Marrocos). Mas...com certeza vou realizar o desejo pendente juntamente com os novos desejos que formularei agora para correr atrás em 2013, neste meu segundo ano integralmente dedicado ao ócio voluntariado da aposentadoria!
 
A maior pobreza é não se ter família estruturada: a solidão infantil é a madrasta da violência que está solapando a sociedade moderna. A compaixão voluntariada fará da humanidade uma grande família, e com novos hábitos ecológicos poderemos realizar os nossos desejos pessoais sem destruirmos a natureza desta maneira irreversível que está provocando inexoravelmente o “Fim do Mundo” habitável e nos tornando  espécie em auto-extinção.
 Voluntariamente desejo Feliz 2013 para as famílias de todos vocês!


2 comentários:

  1. Bom texto, Celso. Até fiquei com vontade de viajar para a Austrália e o Canadá. Um abração e um feliz 2012! Jairo.

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  2. Caro camarada Celso.

    Quero te dizer que achei este o teu melhor texto. NÃo pelo conteúdo somente, mas também pela sensação de nadar nas palavras fluídas de um rio de águas serenas e cristalinas.
    Meus bons desejos pra ti meu velho, e para os teus queridos e queridas.
    Meu abraço de um novo começo em 2013. A vida nÃo pára. (Pra ti, pra nós jurássicos, que continuará escrevendo pra gente, é com acento diferencial ainda. Até 2016)
    Júlio Brum

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