A RODA DE CHIMARRÃO DA DVM

A roda de chimarrão é uma das tradições nativistas que mais caracterizam o espírito de confraternização e proseador dos gaúchos. Desde o patrão ao capataz de estância e desde o diretor ao arigó chão de fábrica do Dmae, todos se irmanam passando de mão em mão o mate amargo. Assim, eu que já tomei chimarrão em rodas antigas formadas por gente que já se aposentou, hoje participo de rodas formadas pelos filhos deste pessoal, tais como o Lazzarin (Lobão) e o Marco Bicca (Cadela), filhos do Sady Raposão e do Fernando Manjerona .
Naturalmente que a roda vai se renovando em novas gerações de funcionários da manutenção: Fernando, Oliveira, Erasmo, Arraché, Roberto, Ciro, Pedro, Ioni, Batalha, etc.
A rotina operacional das equipes de manutenção é a mesma desde sempre, ou seja, de sair de manhã para executar serviços nas estações de bombeamento e tratamento do DMAE e começarem a retornar para a DVM depois das onze horas para o almoço. Assim, tradicionalmente o pessoal que trabalha internamente, especialmente as chefias que distribuem o serviço para equipes de rua, preparam o chimarrão depois das onze horas e, na medida que as equipes vão retornando, novos mateadores se agregam à roda. Enquanto os capatazes fazem o relato dos serviços executados e das  eventuais pendências da manhã, bem como enquanto já recebem as novas tarefas para o turno da tarde,  o chimarrão vai lavando as tripas para esperar o rango.
        Mas até mesmo a sistemática de organização das rodas antigas de chimarrão era diferente, era mais convencional, a atual é  mais anarquicamente responsável. Na roda de antigamente foi instituída até uma ficha numerada que o cara pegava conforme ia se achegando para saber qual a sua ordem na roda. Se quando o vivente chegasse estivesse o dono da ficha número 1 tomando  chimarrão, o cara teria que esperar todos os demais até chegar a sua vez, não importando quantas vezes cada um que estava na roda já tinha tomado o mate.
         Modernamente é diferente, eu digo que prevalece o princípio da “hospitalidade gaúcha”, onde quem chega tem a preferência no próximo mate. Na organização da infraestrutura da roda de chimarrão dos antigamente havia uma lista dos tomadores de mate que determinava a sequência de quem devia comprar o próximo pacote de erva. Atualmente digo que é um sistema anarquicamente evoluído, pois que deixa para a consciência de cada um tomar a iniciativa de comprar erva e armazenar no estoque da Roda de Chimarrão da DVM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário