CAUSOS DA RODA DE CHIMARRÃO

Como em toda a roda de chimarrão sempre são contados causos, segue alguns causos contados na Roda de Chimarrão da Manutenção:


INFIDELIDADE PÓSTUMA
          Após a ocorrência do caso do acidente de trabalho fatal do jovem eletricista Ubirajara Teixeira, o Bira, relatado na postagem RISCOS DE VIDA E OS MORTOS DA DVM, conforme conta o folclore interno da DVM, quando entregaram para a viúva os objetos pessoais que o falecido Bira tinha no armário do vestiário da Manutenção, deu problemas póstumos, pois lá havia cartas de casos extra-conjugais...

A SURRA DO MATUNGO
        Conforme conta o Gervásio, algum tempo antes do acidente que matou o Bira, ele foi fazer uma visita na casa do Bira e, por engano, entrou na casa do lado como se fosse íntimo da casa. Mas, por extremo azar, o tal vizinho do Bira estava desconfiado que a sua mulher estava lhe traindo e, ao ver aquele negão entrar bem faceiro em sua casa, caiu de pau em cima do Matungo, que não teve nem tempo de entender o que é que estava acontecendo; o estrago foi tanto que o Gervásio passou uma semana no hospital todo quebrado e deformado por inchaços e hematomas. Quase cegaram de vez o negão!
CACHORRO COM SETE VIDAS

        O “Cachorro” (aquele colega que comentei aqui na postagem “Qui-qui-qui” de fevereiro, que foi assaltado há uns dois anos atrás e levou um tiro no abdomem a queima-roupa ao reagir, que esteve com o pé-na-cova pois os ladrões que roubaram o fusquinha dele na fuga passaram com o carro por cima da sua perna, mas que voltou a trabalhar), ontem (27/julho) gastou mais uma de suas muitas vidas num acidente de trabalho. Ocorreu que uma marreta de ferro de 5kg caiu de uns sete metros de altura sobre sua cabeça, numa estação de bombeamento de esgoto do DMAE. Por sorte, pois ele conta que nem viu o perigo e estava sem capacete, a marreta pegou de “raspão” no supercílio, provocando um corte superficial e meia dúzia de pontos no HPS. Se pega de cheio, estraçalhava a cabeça do Ori (este é o nome do Cachorro) e acabava com todas as vidas que ele por ventura possa ainda dispor, era game-over! Porém, por sorte, segue o jogo das Sete Vidas do Cachorro...

O SORTEIO DA TELEVISÃO

        O Romeu, técnico industrial que compunha comigo mais o Hélio e o Ranyr as chefias das seções da manutenção na década de oitenta, com toda a sua aplicação profissional de cara de sério, era um baita gozador, adorava empulhar aos desavisados. Na época tinha um estagiário de engenharia mecânica de origem italiana do tipo que busca levar vantagem em tudo, o Moreti, que no fundo era um baita de um ingênuo filhinho de mamãe. Acontece que, desde sempre, no refeitório da DVM tinha uma televisão que, nesta época já estava velha e dando muito defeitos. Como era da cultura da Divisão, foi feita uma “vaquinha” de contribuições entre os funcionários e adquirido um novo parelho. Ao ver chegar a caixa com a nova televisão, em pleno mês de dezembro, perguntou para o Romeu pra quem era o parelho. Com a rapidez e perspicácia que era própria do Romeu, ele inventou que a TV era para ser sorteada na festa de natal da DVM. E assim, entrou todo mundo na onda alimentando a expectativa do estagiário “olho grande”. Não deu outra, no momento do churrasco natalino em que tradicionalmente, como locutor ao estilo Sílvio Santos, eu promovia os sorteios de prêmios (que também eram adquiridos com o fundo recolhido durante o ano inteiro e pacienciosamente pelo falecido Alonço), o último e mais importante presente sorteado na noite foi a dita televisão e o felizardo ganhador, é claro, foi o estagiário Moreti. Que felicidade de criança dele ao receber o presente que tanto almejava!...Não lembro se deixamos ele levar para casa e descobrir sozinho que dentro da caixa estava a velha e sucateada TV valvulada, ou se o poupamos desse vexame familiar com a sua mamãe.
O FAZENDEIRO DO MEL

        O Meleiro Hugo (o Pilha Fraca) da DVM, que está pensando em se aposentar junto comigo, já tem o seu projeto do que fazer após a aposentadoria: se dedicar ao apiário, atividade que normalmente proporciona duas colheitas ao ano de 600 kg de mel, nas florações de abril/maio e set/out. Às vezes, quando a floração é muito boa, dá sobre-caixas (que é uma terceira colheita em novembro). Para acessar os sítios desabitados onde o Hugo tem suas caixas de abelha, ele costuma ir armado de espingarda 12, e conta que fica com a arma engatilhada enquanto a mulher abre os portões e portas das instalações prediais, tendo em vista que as casas seguidamente são invadidas por vadios da região. O Hugo diz que estando aposentado vai poder dar manutenção às estruturas das colméias que ficam distribuídas num raio de 5 km. Conta que já fez a encomenda num viveiro de plantas de 15 mil mudas de eucaliptos para plantar nos sítios dos seus abelheiros, para aumentar a produtividade. Já está estabelecendo entrepostos de distribuição da sua produção de mel nas diversas divisões do DMAE, está treinando colegas para servirem de intermediários mediante recebimento de comissões nas vendas. Pretende também criar uma logomarca para distribuir mel também para estabelecimentos comerciais de produtos naturais.
       E ainda assim, com toda esta programação de atividades dele para após aposentadoria, ele me revelou que estava sentindo um “medinho” por estar se aproximando a data da aposentadoria, ao mesmo tempo que me interrrogava se não ocorria o mesmo comigo...
-Normal, respondi, é um salto no escuro sem volta! Dá um frio na barriga, dá medo....





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