UM SONHO DE LIBERDADE

              Domingo, dia 15 de novembro de 2009, ao abrir meu correio eletrônico no computador da empresa onde trabalho encontrei um e-mail de um amigo aposentado: E daí Xirú? Essa moleza vai acabar no ano que vem. Vai dar saudade dos plantões de domingo.
             Minha resposta, também por e-mail, foi imediata e determinada, como exigia a ocasião. Era o dia da proclamação da república e às margens do riacho da Ipiranga, como quem desembainha a espada esclamei: Este será o meu último plantão! A partir de agora vou ir cortando os vínculos e jogando as tralhas ao mar, durante a travessia de 2010, para romper com as dependências financeiras na hora de sair para o “MEU SONHO DE LIBERDADE”.

               Diferente do filme Um sonho de Liberdade (com Morgan Freeman), em que após cinqüenta anos de reclusão os presidiários têm medo de sair deste mundo que eles já dominam e onde são respeitados; mas semelhante ao protagonista do filme que nunca desisitiu de sua libertação, estou conseguindo cumprir minha pena, sem enlouquecer, cavando pacienciosamente um túnel para a liberdade integral do meu tempo e mantendo acesa a esperança de que o melhor da vida ainda está por vir.
             Depois de cumprir 38 anos de sentença de trabalhos forçados em regime semi-aberto, vou me aposentar e quero sentir todo o tédio do ócio fumado e prensado direto no cérebro, vou adorar a saudade do presídio! Espere por mim...abraço meu irmão!


Somos como as garças
Que voam para o Dmae
Para buscar o alimento
Nas águas de seus decantadores
E depois migrar com o vento...
            Mas sem suas asas, meros trabalhadores
            Decantamos em seu colo Dmãe
            Como seus fiéis filhos servidores
            Até migrarmos envelhecidos pelo tempo
            Levados na viagem sem volta no vento.

(remake de postagens iniciais deste blog)


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