Making off do curta Os Sobreviventes da
Garganta do Diabo: Há algum tempo atrás fiz um filme curta metragem sobre
um acidente de trabalho, dos tantos que
tomei conhecimento durante a minha longa vivência na manutenção de equipamentos
do Dmae, alguns até fatais. Mas a forma detalhadamente emocionante como um dos
sobreviventes contava este episódio dramático me chamou a atenção e me levou a
tomar a iniciativa de gravar em áudio o seu relato. Posteriormente, percebendo
o potencial literário do material que tinha nas mãos, com o advento do blog
Diário de Um AposentaNdo, a idéia que me
ocorreu foi a de disponibilizar o áudio do sobrevivente Marco Cadela (nome e
apelido do protagonista da história) através de um link no blog.
Todavia,
depois achei melhor produzir um clipe no programa Movie Maker, fazendo rodar as
coleções de fotos do DMAE e da DVM enquanto o narrador contava suas peripécias
de como sobreviveu na Garganta do Diabo ao acidente de trabalho que quase o
matou afogado. Beleza, mas ficou muito longo e pesado o arquivo. Eis que,
inesperadamente, no início de 2011 surgiu a convocatória para que os servidores
produzissem filmes de curta metragem para serem passados na programação oficial
dos “Curtas no Dmae ao 1/2 dia”, como uma atividade especial em comemoração aos
50 anos do Departamento. Não tive dúvidas, era a chance de eu desengavetar
aquele projeto dos Sobreviventes da Manutenção, como minha despedida e
homenagem aos colegas, pois estava nos últimos em atividade como engenheiro, às
vésperas de me aposentar.
A solução que
encontrei foi a de gravar novamente, desta vez com áudio e vídeo, uma versão
mais compacta da narrativa, para obedecer o regulamento de que os “curtas”
podem ter no máximo cinco minutos de
duração. Pensei em fazer a filmagem seguindo o seguinte mini roteiro: Somos uns
sobreviventes, vem comigo que te mostro o porquê – Deslocamento até o local do
acidente (de lambuja o diretor faz uma aparição relâmpago à la Hitchcock ) – Ambientação das condições
de risco no trabalho de manutenção nos porões do DMAE e o relato do acidente.
Ocorreu que, sem estar previsto, o roteiro foi muito enriquecido pela
coincidência de encontrarmos no local o “anjo da guarda” que salvou os
sobreviventes e que completou o relato, confirmando a dramaticidade da situação
em que se viu envolvido e que, por
instinto de humanidade, teve os ímpetos
adequados para agir como salva-vidas.
O título inicial do curta no roteiro era Os
Sobreviventes da Manutenção, fazendo uma referência a que provavelmente a
maioria do pessoal da DVM tenha vivenciado algum episódio grave de risco de acidente de trabalho, como eu
próprio que já relatei aqui meus cagaços mais sérios. No fundo, somos todos veteranos
sobreviventes da guerra diária do ofício de manutenção dos equipamentos
operacionais do DMAE: o show da água nas torneiras da população não pode parar!
No transcorrer das filmagens, porém, até o nome do filme foi alterado quando,
na edição das cenas gravadas, percebi que o próprio narrador já tinha proposto
um título muito mais impactante em seu relato, ao dizer que pretendia escrever
com tinta amarela naquele local: Garganta do Diabo.
- Valeu Marco Bicca, ator revelação, cada diretor tem o Walmor Chagas
que merece!
Na estréia do
curta tive o meu dia de celebridade com os meus “cinco minutos de fama”. Aconteceu
do nosso curta ter sido o primeiro a se apresentar nesta modalidade para se
exibido antes do filme oficial da programação. Foi neste clima de tapete
vermelho que sorridente bati uma foto de “nós, os cineastas”: Pedro Zimmermann,
Goida e eu! Pedro Zimmermann, premiado roteirista e diretor cinematográfico de
longas e curtas metragens gaúchos, prestigiou o evento e propiciou um debate
sobre o seu emocionante curta Mapa Mundi, que tem como protagonista nada menos
que Walmor Chagas (hoje falecido). Também prestigiou o evento o Goida, que é um
cinéfilo contagiante, sujeito que fez crítica cinematográfica para várias
gerações através das colunas de vários jornais portoalegrenses.
O curta
documentário “Os Sobreviventes da Garganta do Diabo” agradou ao público pela
surpreendente naturalidade, e realismo quase fantástico, com que o
ator-narrador conta um acidente de
trabalho, dos tantos a que estão sujeitos e sofreram os funcionários da
manutenção de equipamentos pelos porões das hidráulicas e pelas subestações do
DMAE. Com a recomendação da crítica e o sucesso de público daquela estréia com
a sala lotada, você também poderá saber, assistindo ao curta, das peripécias de
como o narrador se tornou um sobrevivente. Curta o curta acessando ao seguinte
link:
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