Uma expressão que ficou folclórica
no imaginário do pessoal da manutenção foi a de “tocador de violino” (agregando
o gesto de quem estaria tocando um solo de violino), o que equivalia ao popular “enrolando o
lero”. A expressão “tocar um violino” ficou usual na manutenção quando se queria
elaborar ou responder algum parecer “espinhoso”, daqueles que é preciso dizer
algo contundente sem deixar escrito mais do que o estritamente essencial para
não melindrar nem se complicar.
Devido a esta minha vocação
literária reprimida de escritor (que estou aproveitando para “soltar a franga literária” neste blog), cada
vez mais fui assumindo esta função de “tocador de violino”, ou seja, de
escrever textos por encomenda quando surgiam pepinos de grande porte, em que a
manutenção precisava elaborar réplicas, pareceres e relatórios. Textos feitos tanto
para levantar a bola e abrir uma discussão, como para matar a jogada e encerrar
o assunto. Assim, acabei me tornando o tocador de violino oficial da DVM.
Além de ter feito várias tocatas sinfônicas
de violino textuais, igualmente devido à minha vocação reprimida de fotógrafo, acabei me tornando também o
retratista oficial da DVM. Com o advento das câmeras digitais, logo no início
do novo milênio tratei de criar a
necessidade do Serviço de Manutenção do Dmae adquirir uma máquina para fins de
cadastros fotográficos dos equipamentos e das estações de bombeamento e
tratamento. Assim, como o fotógrafo oficial da Manutenção, acabei cobrindo
fotograficamente todos os eventos de comemorações e confraternizações entre os
servidores, criando amplos arquivos de coleções fotográficas em que registrei “caras
& ações & locais” em centenas de fotos, de tudo e de todos.
Esta semana o Fotógrafo da Manutenção
voltou à ação para cobrir um evento especialíssimo, a festa em homenagem aos 45
anos de serviço da Engenheira Catarina, a Madrinha da DVM, que protocolou neste
mês de agosto/2013 o seu pedido de aposentadoria no Previmpa, premida pela
ameaça da aposentadoria compulsória por idade, com data marcada para antes do final deste ano. A Eng.ª Catarina dedicou mais de
uma década além do tempo regulamentar exigido para se aposentar, e vai se
afastar do seu ambiente de trabalho
contrariada por saber que ainda tinha muito a contribuir ao Dmae, órgão que ela
ajudou a consolidar desde os seus primórdios com um nível de excelência em
saneamento público em âmbito nacional.
Em dezembro de
2012 eu postei aqui um texto denominado “A Madrinha da DVM”, em que contava
que, em termos organizacionais, houve três momentos distintos marcantes a serem
destacados nesta longa história da Catarina como engenheira da Manutenção do
Dmae. Seu protagonismo veio desde os remotos tempos da EME (antiga sigla de
Engenharia de Manutenção), passou por todo o meu tempo na ativa, ainda como DVM
(Divisão de Manutenção), e se estendeu até a recente reestruturação do Dmae para
GEMAN (Gerência de Manutenção), que vem a ser o seu quarto e derradeiro momento
histórico, a era de extinção dos últimos Dinossauros.
Na prática não
é ainda a sua despedida definitiva, pois imagino que ela deverá aguardar a
portaria de aposentadoria na ativa por mais alguns meses, fazendo o que sempre
mais gostou de fazer: trabalhar na Manutenção de Equipamentos do Dmae!
Contudo, como
acertadamente ela não quer que se promovam fortes emoções no exato momento do
último dia de sua pioneira, longa e destacada
carreira profissional, o festejo em sua merecida homenagem foi antecipado de
forma a não ser curtido sob o clima dramático da despedida. Pelo contrário, foi uma festa alegre
de agradecimento de todos os que tiveram o privilégio de conviver com a
Engenheira Catarina. Festa em
reconhecimento aos longos anos de sua dedicação
e amadrinhamento às várias gerações de
membros da grande irmandade dos servidores da Manutenção de Equipamentos do
Dmae.
- Valeu muito Eng.ª Catarina Reina Cánovas, abençoada seja a Madrinha da Manutenção!
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ResponderExcluirPercebo um certo retraimento nas iniciativas em cum prir com a listagem de mil coisas a realizar pós aposentadoria. E muito saudosismo. Contudo a homenagem a engenheira Catarina é justa e implacável, para essa pessoa querida de todos nós, que terá que partir pra outras andanças. Estou saudoso de tuas idas e vindas. Conte elas pra nós Celso, com a riqueza das palavras de nossa língua.
ResponderExcluirMuito legal o teu blog Celso parabéns, especialmente, pelo registro dessa homenagem à competente Eng. Catarina que dedicou quase meio século de labuta pelo DMAE e nossa querida Colega que respeitamos pelo seu profissionalismo e dedicação! Eu espero em breve estar aposentada assim como tu. Eu já podia sair desde o ano passado porém aguardo a GDAE mas conto os dias porque a vida continua e saber desfrutar esse momento é também de muita importância!!! Beijão
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