DESEJOS PARA 2012

Será 2012 mais um passo que daremos a caminho do Fim do Mundo? Nas clássicas retrospectivas jornalísticas de final de ano, cada vez mais tem sido dado destaque aos impressionantes trabalhos voluntários que as pessoas comuns têm se dedicado, o que indica o fortalecimento de uma cultura de compaixão humanística e de preocupação com a sustentabilidade da espécie no planeta. Apesar das religiões,  das ideologias, das divisões raciais e territoriais dos países, cresce a consciência que somos todos irmãos e membros da mesma família.
Não é que o homem seja um animal social por natureza, conforme pensava Aristóteles na antiga Grécia; na verdade o homem se torna um animal social pelo amor doméstico e incondicional da família. A família é fundamental porque nos propicia confiança e proteção, pois mesmo instigada pelas agruras das dificuldades materiais de sobrevivência, consegue manter os elos afetivos que nos harmonizam com a vida. Por intermédio da família podemos dar continuidade a este interminável ciclo da humanidade, que é gerar  em nossos filhos o espírito de paz e fraternidade que só a família é capaz de introduzir, de maneira permanente, no coração das pessoas.
A família é a escola superior da vida, pois somente através dela conseguimos assimilar os ensinamentos mais complexos, os conceitos teóricos e equações funcionais que a prática existencial familiar consegue traduzir em ações simples de perdoar e esquecer coisas que em outras circunstâncias exigiriam vingança e ódio eterno de nossos corações. No amor incondicional do núcleo familiar entre pais e filhos se engole e se digeri todos os sapos, se exercita a tolerância e o desprendimento de ajudar ao próximo, ainda que este próximo seja tão próximo, quase uma continuação familiar de nós mesmos.
No réveillon familiar anterior, na noite de primeiro de ano de 2011, eu fiz os clássicos três desejos, que alguns chamam de “pedidos”, que se faz comendo três uvas sob os fogos de artifícios da meia noite. Dos três, classifiquei um desejo como difícil, outro de média dificuldade de realização e o terceiro como uma barbadinha para garantir uma realização mínima no ano. Agora, fechando o balanço anual, constato que consegui concretizar os desejos mais difíceis e ficou pendente justamente o mais fácil. Entrei o ano de 2012 fechando com êxito o período de observação para sair definitivamente do grupo de risco de reincidência do câncer e reingressando (sem precisar perder os cabelos em quimioteapias ou radioterapias!) na tribo dos que vivem com firmeza “sem medo de ser feliz”; e, realizando o segundo desejo, consegui me aposentar sem perdas salariais, com integralidade e paridade com os da ativa! De lucro, ainda peguei parte do abono pago aos engenheiros a título de Valorização de Responsabilidade Técnica (VRT) e também pude resgatar o valor de um salário básico do PASEP. Quem não tem FGTS (trocado pela estabilidade no emprego público) tem que se contentar com a merreca que tem direito. Mas...ficou um “mas” seguido de reticências no terceiro desejo, aquele “fácil”... o qual, com certeza, vou realizar junto com os novos desejos que formulei agora para correr atrás em 2012, neste meu primeiro ano integralmente dedicado ao ócio voluntariado da aposentadoria!
A maior pobreza é não se ter família estruturada: a solidão infantil é a madrasta da violência que está solapando a sociedade moderna. A compaixão voluntariada fará da humanidade uma grande família, e com novos hábitos ecológicos poderemos realizar os nossos desejos pessoais sem destruirmos a natureza desta maneira irreversível que está provocando inexoravelmente o “Fim do Mundo” habitável e nos tornando  dinossauros em extinção.
Valeu 2011! Voluntariamente desejo Feliz 2012 pra as famílias de todos nós!

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