A ÚLTIMA TOURADA EM BARCELONA

           Matar animais para entretenimento público é um costume que vem desde a antiguidade, dos gladiadores enfrentando leões na arena, em um jogo de matar ou morrer...
           Os jornais anunciaram que os espanhóis se despediram das touradas em Barcelona. Os fãs das touradas gritaram "olé!" pela última vez na praça de touros Monumental, de Barcelona, no domingo 25/setembro/2011, antes que a proibição ao esporte entrasse em vigor na região da Catalunha, no nordeste da Espanha.
           Depois que os catalães assinaram uma petição reclamando que “Tortura não é cultura”, a lei regional proibiu a tradição secular - que coloca um "matador" armado com uma espada em trajes brilhantes e capa vermelha contra um torturado touro enfurecido.
           O setor das touradas ainda está convencido de que tem uma chance de derrubar a proibição e trazer na próxima temporada os "toros" de volta para a Catalunha, a única região da Espanha que proibiu o esporte - ou a arte, como seus fãs a enxergam.
         De minha parte, reconheço que não teria coragem de participar da “farra do boi” catarinense (festa popular também já proibida por lei!), mas não participaria por puro medo mesmo, já que ali o risco maior penso que era dos pedestres que tinham que correr pelas ruas para salvar a própria pele. Confesso, porém, que se eu fosse à Roma Antiga ou à Espanha, na segurança da arquibancada do Coliseu ou da Plaza Monumental, certamente que pagaria ingresso para saber, com a curiosidade insana própria dos turistas, que emoção tão forte é essa  que fascina tanto as multidões no jogo desigual entre o gladiador e o leão, ou entre o toureiro e o touro...
          Matar animais por entretenimento público ou em sacrifícios de ritos religiosos são questões culturais que a evolução da razão humana, enquanto consciência coletiva, vai sociologicamente superando.
        Já não é mais admissível se jogar seres humanos na arena para os leões, as touradas estão em extinção e as oferendas em vias públicas de animais sacrificados também está se tornando a cada dia uma prática abusiva que atenta contra a coletividade.

         Nada como um século após o outro para  mudar os costumes culturais dos povos. Mas, como procuro ser um atento cronista da vida atual, espero ainda conhecer a maravilhosa Espanha com suas manifestações folclóricas e artísticas exuberantes, antes que elas acabem de vez ou que eu seja sacrificado aos deuses por velhice, doença ou tiro.

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