1º de abril!
Novamente houve a troca de comandante em pleno vôo. Novamente ascendeu à condição de patrão dos municipários o vice-prefeito. Novamente um prefeito re-eleito para um segundo mandato consecutivo renuncia ao mandato, utilizando o cargo meramente como trampolim eleitoral para concorrer ao Governo do Estado.
Fortunati, o meu novo patrão, foi fundador do Partido dos Trabalhadores. Fomos companheiros nos idos da primeira eleição do PT em 1982 no chamado “Grupão”, que reunia os militantes “independentes”, as lideranças que não eram integrantes das já tradicionais “correntes políticas” oriundas das práticas clandestinas disciplinadas na luta contra a ditadura militar. Naturalmente que a articulação das lideranças independentes acabou por se constituir também em uma corrente política denominada justamente Articulação, que englobava na época desde o Olívio ao Lula, e que acabou sendo a corrente majoritária do partido nacionalmente. Naquela época o Fortunati era conhecido como o “Miudinho”, por causa da sua elevada estatura, e era uma liderança ascendente do Banco do Brasil no Sindicato dos Bancários, como eu era liderança do Dmae nos municipários. Éramos, ainda, um partido sem caciques e ingenuamente pensávamos que seria sempre assim...
Está nos jornais que na posse como novo prefeito Fortunati afirmou: sinto que meu sonho se realizou! - Com o desafio de tocar uma série de obras para a Copa de 2014, o hoje pedetista assumiu o Paço anunciando mudanças na equipe. A ascensão de Fortunati à mais importante prefeitura do Estado insufla o renascimento do PDT, um partido de tradição mas que vem definhando no Estado, carente de novas lideranças desde a morte de Leonel Brizola, conforme analisa Benedito Tadeu César, professor de Ciências Políticas da UFRGS. Resta saber se Fortunati conseguirá se cacifar para, eventualmente, disputar a eleição de 2012 e realizar o sonho completo de ganhar a prefeitura no voto (se o mundo não acabar em 2012, é claro!).
Além de vice do Fogaça, Fortunati foi também vice na gestão de Raul Pont (1997-2000), quando ainda integrava o PT. Esperava concorrer a prefeito em seguida como candidato natural, mas Tarso Genro tomou sua frente para se eleger mais uma vez, quebrando a tradição de que o vice de um mandato era da eleição seguinte, o que o levou a se desgostar com o PT e migrar para o PDT. Sobre este episódio está na Enciclopédia Wikipédia no artigo “Tarso Genro”: Em 1988, compôs como vice de Olívio Dutra a chapa que levou o PT a ocupar pela primeira vez a Prefeitura de Porto Alegre, dando início a uma série de quatro mandatos do partido na cidade. Em 1992, candidatou-se para suceder Olívio Dutra. Foi eleito no segundo turno, derrotando César Schirmer do PMDB, tendo Raul Pont como vice.
Assim, em 2000, após o terceiro mandato petista conquistado por Raul Pont (em que Fortunati era o vice), Tarso voltou a se eleger prefeito de Porto Alegre (tomando a vez de Fortunati), novamente no segundo turno, quando derrotou Alceu Collares, conquistando o quarto mandato da Era Petista. A vitória cacifou Tarso para disputar com Olívio Dutra as prévias para a candidatura petista para o governo do Rio Grande do Sul. Tarso venceu as prévias e tirou de Dutra o direito de disputar a reeleição (e de defender o seu governo como a Yeda pretende fazer agora), mas acabou disputando o segundo turno com Germano Rigotto, do PMDB, e perdendo a eleição.
Assim, em 2000, após o terceiro mandato petista conquistado por Raul Pont (em que Fortunati era o vice), Tarso voltou a se eleger prefeito de Porto Alegre (tomando a vez de Fortunati), novamente no segundo turno, quando derrotou Alceu Collares, conquistando o quarto mandato da Era Petista. A vitória cacifou Tarso para disputar com Olívio Dutra as prévias para a candidatura petista para o governo do Rio Grande do Sul. Tarso venceu as prévias e tirou de Dutra o direito de disputar a reeleição (e de defender o seu governo como a Yeda pretende fazer agora), mas acabou disputando o segundo turno com Germano Rigotto, do PMDB, e perdendo a eleição.
Entre os motivos para a derrota, apontados por cientistas políticos, estava a renúncia do cargo de prefeito de Porto Alegre, em favor do vice-prefeito João Verle, contrariando a promessa da campanha de 2000 que cumpriria o mandato até o fim.
Desde então criou-se o mito da Maldição da Renúncia, que agora se vira contra o candidato a governador Fogaça (que migrou com o Vento Negro do PPS para o PMDB para ampliar suas bases de apoio e quebrar essa maldição). O mito é mais uma praga jogada pelo “oponente”, dizendo que a Maldição da Renúncia vai puxar os pés deste ex-prefeito, atual renunciante do paraíso da Prefeitura de Porto Alegre, feito um fantasma da alma penada do inferno da eleição perdida pelo próprio Tarso (o renunciante anterior), que após passar pelo purgatório como Ministro da Justiça, volta agora ressuscitado como seu concorrente direto neste pleito eleitoral para também tentar governar a ingovernável e triste “Comédia Política” que tem sido o Estado gaúcho; o pior é que tem sido assim desde que eu me tenho por gente-cidadão e não faz menção nehuma de que vá mudar...
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