DIÁRIO DE UM APOSENTANDO
AMPA-SIMPA: 35 ANOS DE LUTA DA CATEGORIA DOS MUNICIPÁRIOS!
EU de cavanhaque, fazendo discurso décadas atrás na Esquina Democrática, construindo a ferramenta de luta como presidente da AMPA-SIMPA Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, no vídeo comemorativo aos 35 ANOS DE LUTA DA CATEGORIA DOS MUNICIPÁRIOS DA AMPA AO SIMPA !
INDOLÊNCIA: TÁTICA PARA A PRIVATIZAÇÃO DO DMAE
Ao tomar a decisão de agregar a estrutura do Departamentos dos Esgotos Pluviais (DEP) a estrutura do Departamento Municipal de água e esgotos (DMAE), a Prefeitura Municipal resolveu um antigo problema de qualidade na Prestação de serviços à comunidade de nossa cidade, mas criou um problema maior para o DMAE por não alocar os recursos necessários para o desenvolvimento da atividade de drenagem. A incorporação das atividades do antigo DEP as atividades do DMAE, pode parecer lógica numa análise conjuntural sobre saneamento, porém a forma açodada como foi feita em Porto Alegre trouxe mais problemas que soluções. A Administração da cidade simplesmente transferiu a estrutura do DEP com alguns funcionários e junto com ela todo o passivo de problemas estruturais de conservação de redes de drenagem e estações de bombeamento, sem a locação de nenhum recurso para investimentos. Todos nós sabemos que o único recurso que se poderia contar para essa tarefa seriam os oriundos da tarifa 3 de esgoto do DMAE, que tende ao longo tempo ser extinta, devido a ampliação das redes coletoras de esgoto sanitário. Toda a estrutura de drenagem urbana foi incorporada ao DMAE e este passou a assumir todo o passivo de problemas de redes obsoletas, má conservação e estação de bombeamento degradadas. Tudo foi absorvido pela estrutura e orçamento do DMAE, com recursos oriundos das tarifas de água e esgotos.
A tarifa de esgoto sanitário cobrada pelo DMAE, já a algum tempo está defasada e carece de um novo estudo de reestruturação, o que agravou ainda mais com a agregação da drenagem urbana a sua estrutura, onde alguns investimentos planejados tiveram de ser divididos com o novo irmão agregado.
Engenheiro civil, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), conselheiro do Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre (DMAE) e conselheiro da Astec
LIVRO DIÁRIO DE UMA PANDEMIA
DIÁRIO DE UMA PANDEMIA
Dois Anos de Covid-19
PREFÁCIO
“Diário de uma
Pandemia - dois anos de Covid-19”, de Celso Afonso Lima, resgata semana a
semana os principais acontecimentos dos anos de 2020, 2021 e até a metade de
2022. As medidas de isolamento impuseram a centenas de milhões de pessoas em
todo o mundo modificações no comportamento e romperam o convívio social físico
humano. Celso Afonso Lima desenvolveu um verdadeiro método para enfrentar o
isolamento: acompanhava diariamente a imprensa, confrontava as notícias com
informações balizadas, avaliava sua importância e pertinência, e escrevia! O
cultivo da escrita, de uma escrita sistemática e racional, pautada por valores
de convivência, pela vida, enfrentou as variadas expressões da necropolítica do
governo Bolsonaro, e essa luta em que a pena é a espada, convertia-se na
própria arma de Celso Afonso Lima contra a ansiedade e a solidão da pandemia.
A intensidade
da pandemia favorece seu esquecimento, mas a verve de Celso não aceita entregar
a experiência de mão beijada. Ao aceitar integralmente as armas da razão, Celso,
desliza para outras racionalidades, incorpora reflexões indígenas, reorienta
seu pensamento, refaz seu humor, toma um gole de água para aliviar sua enorme
sede de justiça, e nos oferece a expressão de força e esperança em seguir sua
jornada, que é nossa, de todas e todos.
O sofrimento
que todos conhecemos, se não negamos a gravidade do que se passou nos dois
primeiros anos de pandemia aqui no Brasil, o sentimento de ficarmos incertos
sobre a nossa sobrevivência fez com que jogássemos com todas as nossas fichas,
e Celso Afonso Lima jogou pesado. Suas fichas mostraram uma grande capacidade
de pesquisa e avaliação, suas fichas carregaram o alto valor de sua
inconformidade e, sobretudo, expressaram grande carga de esperança. Todo o
diário é permeado de afeto, são textos construídos com grande esmero, cheios de
informações e confrontações, escritos para leitoras e leitores sensíveis, que
quisessem e queiram saber sobre a importância do autocuidado social, da
democracia e a importância do Estado para a vida nas sociedades contemporâneas,
uma elucidação franca e amigável.
Lembranças,
amizades, leituras, músicas, a televisão, tempos de universidade, passeios de
mãos dadas, seus cabelos a crescer, poesia, literatura e filosofia, tudo se
acumula no texto de Celso pela sobrevivência. A inconformidade com a ameaça
permanente de morte, com a estupidez do poder, com a ignorância e a
irracionalidade é atenuada pela exposição dos fatos e confrontação dos
argumentos, como quem se abaixa, levanta a cabeça da criança e a anima com uma
explicação. Texto doloroso pelo que evoca, momento duríssimo para todos, acaba
por apaziguar pela razão a angústia de continuarmos sobrevivendo ao fascismo,
às milícias e à pandemia.
Tiago de Castilho Soares
Doutor em Sociologia Política/UFSC
Autor do livro “Désceo Machado nas chanchadas do CBN Brasil”
DIÁRIO DE UMA PANDEMIA
Dois Anos de Covid-19
NOTA DO AUTOR
Quando a
pandemia de Coronavírus se espalhou rapidamente pelo mundo e chegou até o
Brasil, do norte ao sul do país, ficamos estupefatos com a avalanche de novos
acontecimentos amedrontadores que alteravam nossas rotinas cotidianas. Os
termos dominantes nos meios de comunicação de massa e nas redes sociais
passaram a ser o uso de máscaras, isolamento social, uso de álcool gel e fique
em casa.
Já no mês de
março de 2020 dominavam os telejornais as divulgações dos números de novos
casos de infectados de coronavírus e de mortes diárias por causa da pandemia de
Covid-19, a gripe que o vírus causa provocando graves insuficiências
respiratórias. Atônitos ficávamos apreensivos diante dos gráficos que
demonstravam o assustador crescimento da gravidade da pandemia em nosso país,
em nossa cidade e no nosso bairro. A Covid-19 estava entre nós, onde chegou
acelerada e pegando geral.
Como é do meu
hábito cultural, em situações de prolongados estresses a minha terapia de autoajuda
costuma ser escrever crônicas ou versos narrando os episódios e suas
implicações e desdobramentos. Nesse caso percebemos todos que estávamos diante
de uma calamidade pública que mudaria radicalmente nossas vidas por um longo
período.
Combinando a pandemia
com a conjuntura política do Brasil, sob um governo negacionista, percebi que viveríamos
numa batalha inesgotável de conflitos diários contra os preceitos científicos
de combate à pandemia de Covid-19, pois o bolsonarismo estava sempre negando os
protocolos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotados por
todos os países do mundo.
Então comecei
a fazer anotações dos principais fatos ocorridos diariamente, e passei a
assistir religiosamente os telejornais para receber a minha overdose diária de
más notícias sobre mortes e sofrimentos pelos sintomas da Covid-19 e pela falta
de acesso aos hospitais superlotados. Bem como passei a registrar as peripécias
e manobras negacionistas do governo bolsonarista para minimizar o que chamava
de “gripezinha”. Comecei assim a escrever este meu Diário de Uma Pandemia, para
me convencer a cada dia que no dia seguinte a luta pela sobrevivência
consistiria em continuar isolado de quarentena em casa.
Com a
população em isolamento social e usando máscaras nas saídas essenciais de casa,
naquela época tinha muita gente trabalhando em home office e fazendo lives e
vídeos com suas narrativas chamadas de podcasts nas redes sociais. Foi então
que, em meados do mês de março de 2020, me animei a gravar no meu celular um
vídeo com eu fazendo a leitura de um texto meu sobre a Subnotificação dos casos e mortes pela pandemia no Brasil. Foi
assim que me tornei uma espécie de Youtuber, passei a postar no meu canal no
Youtube minhas leituras para divulgar os textos do meu Diário de Uma Pandemia.
Logo em
seguida recebi uma dica de que, ao invés de fazer a leitura dos meus textos impressos
em folhas de papel, eu devia usar um aplicativo de teleprompter e ler os textos
diretamente na tela do celular, evitando assim os desvios de olhar e tornando
mais padrão “Jornal Nacional” a comunicação com o meu telespectador, por
parecer estar falando de improviso.
A partir de
então, obtendo algumas visualizações nas redes sociais do Youtube, Facebook e
Instagram, fiquei estimulado a continuar desenvolvendo em forma de crônicas os
registros dos episódios da tragédia diária que estávamos todos vivenciando, e a
divulgar a leitura dessas crônicas do Diário de Uma Pandemia em vídeos nas
redes sociais.
Ao final, no
terceiro ano da pandemia do Covid-19, já tinha preenchido com anotações em
manuscritos cinco cadernos do tamanho de um livro, que se transformaram em 42
crônicas divulgadas em vídeos. Crônicas essas que agora estou publicando aqui,
neste formato de livro, que ainda é o arquivo ideal para os textos literários
serem guardados.
Faço esta publicação
sobretudo por que acredito que as narrativas das ocorrências registradas neste
livro, quer sejam trágicas, pitorescas, grotescas ou ideológicas, descrevem a
trajetória de uma realidade inimaginável antes e inacreditável no futuro, se
não estiver acompanhada da descrição evolutiva diária dos fatos ocorridos. O
fato é que durante esta Pandemia de Covid-19 a nossa geração vivenciou uma
realidade de um surrealismo ficcional cinematográfico. De tal forma que as
gerações futuras não vão acreditar, com a devida dimensão, por tudo o que a
gente passou e sofreu de angústias e medos, se não for narrado com o pânico do
realismo minucioso do dia-a-dia, como o descrito neste Diário de Uma Pandemia: Dois
Anos de Covid-19.
Junho de 2022
Celso Afonso Lima
A PRIMEIRA DÉCADA DA MINHA APOSENTADORIA
Da maior conquista da minha vida
Uma aposentadoria com salário integral
Por uma regra que no Brasil não é mais o normal
E a liberdade de andar sem mais correrias
Contra o relógio ponto pelas ruas da cidade
E poder reduzir o ritmo afinal, pela idade
Pra caminhar observando o sol
Nos jardins dos edifícios nos arredores
E os detalhes coloridos de suas flores
Como que pintadas ou bordadas
Por inspirações superiores
E se encantar com as cores que voam livres
Nas asas das borboletas inquietas
Sob o olhar sentinela dos gatos
Nos solários dos peitoris das janelas
Indiferentes aos cães nas calçadas
Que puxam seus donos pelas coleiras
Para fazer xixi no tronco dos ipês coloridos
Ou cocô no canteiro de um florido jacarandá
Estou comemorando uma década
De uma aposentadoria muito bem usufruída
Sem tédio ou ansiedade, com as horas bem distribuídas
Com tempo suficiente para se deter
Para ver o sol poente colorir o céu
E tingir de dourado ou rubro o rio Guaíba
Como que pintados por pincéis de artistas
Misturando Frida Kahlo com Van Gogh
E também admirar o céu noturno
Que as fases da lua do seu jeito clareiam
Com as respectivas estrelas que a rodeiam
Nas diferentes estações anuais
Estou comemorando os primeiros dez anos
De uma liberdade que me custou
Quarenta longos anos de cativeiro
Por uma aposentadoria libertária
Modéstia à parte merecida
E que tem correspondido às minhas expectativas
Pois tenho, finalmente, realizado
Aquilo que sempre sonhei e busquei
Não só para escrever poemas e crônicas
Coisas que faço desde a adolescência
Mas principalmente para compartilhar na internet
Em tempo real, tudo o eu que criar de novo
E também o que está engavetado a vida toda
Em papéis amarelados pelo tempo e roídos pelas traças.
Nesta comemoração faço um brinde especial
Ao engenheiro servidor público que fui fazendo carreira
Que por sua consciência social da função teve persistência
Até se aposentar neste período de perdas dos direitos da
previdência
E saúdo o meu Lado B libertado com voz ativa
Que com audácia assumiu as rédeas da minha vida
Publicando vídeos feito um influenciador youtuber
Com as criações literárias do meu vício de escrever
Bem como fez a edição do meu livro Memórias
Com as crônicas do meu blog Diário de Um Aposentando
E realizou a gravação de três CDs de músicas
Com músicos e arranjos profissionais nas canções
De antigas e novas composições de minha autoria.
Estou comemorando o período de 2011 à 2021
Que se encerrará com dois novos livros meus:
Pandemia de Versos e Diário de Uma Pandemia
Avaliando que na próxima década preciso focar mais
Em desengavetar de vez meus escritos encalhados
Que ainda são muitos projetos inacabados
Preciso fazer isso como quem esvazia as gavetas
Se preparando para a definitiva viagem
Para a qual não se leva bagagem
Pois não sei quantas décadas mais terei
E antes de dar por cumprida a minha missão aqui
Preciso viver cada década como se fosse a última
Para que, de mãos abanando pra quem fica
Na hora certa eu possa partir sem lástimas
Por ter, enfim, deixado
até a minha derradeira dica.
09/10/2021
Celso Lima
Veja o Vídeo declamado no youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=ZINaY31aEEc&ab_channel=CelsolYoutuberCelsoAfonsoLima